João Moniz, candidato do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Aveiro, denuncia mais um fim de semana marcado pelo “caos no trânsito de acesso às praias, na A25 entre Aveiro e a costa”, e aponta responsabilidades à inação dos executivos municipais da região.
Para o candidato bloquista, “esta infeliz tradição de verão da nossa região é fruto da incapacidade institucional de autarcas como Ribau Esteves e os seus congéneres em Ílhavo de desenvolverem e implementarem políticas intermunicipais de mobilidade”, nomeadamente, o desenvolvimento de um metro de superfície que una os vários territórios do Baixo Vouga. Uma infraestrutura que, como afirma, “alivie grande parte do trânsito que agora existe quer na A25, quer na EN109”.
João Moniz lembra que “Ribau Esteves foi, durante anos a fio, presidente da CIRA e nada fez para avançar este dossiê, mesmo num contexto de evidente proximidade político-partidária entre os vários executivos camarários da região”. E critica o facto de que, em vez de apostar no reforço do serviço público de transportes, “a região entregou o serviço de transportes públicos, o principal instrumento de políticas públicas na área da mobilidade, a empresas privadas, ficando privada desse instrumento”. Sublinha ainda que “o seu sucessor no PSD/CDS, Luís Souto Miranda, opta pelo mesmo caminho de inação activa”.
O candidato recorda também que, “aquando das decisões que levaram à construção da linha de mercadorias para o porto de Aveiro, o Bloco de Esquerda defendeu que a mesma fosse mista, levando também passageiros às zonas residenciais e às praias”. A realidade, diz, “está a demonstrar que foi uma oportunidade perdida e um investimento que podia ter sido melhor aproveitado”.
Para o Bloco de Esquerda, a solução passa por um novo paradigma de cooperação intermunicipal. “No próximo ciclo autárquico, os municípios da região têm mesmo de se sentar à mesa para encontrar soluções intermunicipais para os desafios que a região enfrenta, seja na mobilidade, seja noutras matérias de elevada relevância, como a proteção e gestão do nosso património natural ou a gestão de resíduos.”
Como primeiro passo, João Moniz defende que “esse novo paradigma […] pode e deve ser um metro de superfície que una Aveiro e Ílhavo, numa lógica intermodal, articulada com o transporte coletivo rodoviário, ferroviário e fluvial, servindo para aliviar os principais fluxos de tráfego, bem como as carteiras das pessoas que vivem e trabalham na região”.