O investigador e geólogo Galopim de Carvalho, conhecido como o “Pai” dos dinossauros, vai estar na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro para uma palestra sobre os preciosos testemunhos da vida de há uns 70 milhões de anos que as argilas de Aveiro guardam. O evento acontece na segunda-feira, 26 de maio, às 15h00. É necessária inscrição prévia.
Aveiro tem um belo exemplo de conjugação de dois bens patrimoniais importantes. Um deles é a antiga fábrica de cerâmica Jerónimo Pereira Campos, uma pérola da arquitetura industrial, em barro vermelho, do primeiro quartel do século XX. O outro, natural, é o barreiro anexo, do qual se extraiu a argila ali trabalhada, na produção de telhas e tijolos, argila que guarda preciosos testemunhos da vida, nesta região, há uns 70 milhões de anos, no final do Cretácico.
No seio destas argilas foram encontrados fósseis animais e vegetais, que permitem reconstituir uma paisagem tropical, alagadiça, onde, entre outros, viveram dinossauros, crocodilos, tartarugas e peixes de grandes dimensões.
Entre os fósseis dali retirados destaca-se a carapaça de uma tartaruga, descrita em 1940 como espécie nova para a ciência, a que deu o nome de Rosacea soutoi, em homenagem ao seu achador, Alberto Souto, um aveirense curioso das coisas da natureza.
O barreiro em causa é o único e último testemunho, na região, desse tempo antigo, imediatamente anterior à grande extinção que marcou o fim da Era Mesozóica e o começo dos tempos modernos, com grandes mudanças no clima, na flora e na fauna.
A palestra “Dois tipos de património que se complementam”, com Galopim de Carvalho, encerrará o ciclo de conversas “Argilas de Aveiro: um património histórico e geológico”, promovido pela Fábrica Centro Ciência Viva e pelo Departamento de Geociências da Universidade de Aveiro.
A participação na palestra é gratuita, mediante inscrição através do email [email protected].