Enquanto muitos aproveitam as férias de verão para descansar ou viajar, um grupo de 9 jovens do concelho decidiu usar este tempo de forma diferente: estão a vigiar e proteger a floresta do concelho. Motivados pela consciência ambiental e pelo amor à natureza, estes voluntários desempenham um papel fundamental na prevenção de incêndios e na sensibilização para práticas ambientalmente sustentáveis e seguras.
Os jovens vão, até ao próximo dia 25 de julho, percorrer trilhos, observar áreas florestais e comunicar qualquer sinal de fumo ou comportamento suspeito às autoridades competentes. Além disso, participam em ações de sensibilização junto das populações locais, alertando para a importância de comportamentos responsáveis nas zonas florestais.
A iniciativa, promovida pelo Município de Águeda no âmbito do programa “Voluntariado Jovem para a Natureza e Florestas”, desenvolvido em parceria com o Instituto Português da Juventude (IPDJ), tem vindo a crescer nos últimos anos e representa uma oportunidade única para os jovens desenvolverem um forte sentido de responsabilidade cívica e ligação ao território. Ao mesmo tempo, contribuem ativamente para a proteção de um dos bens mais preciosos do concelho: a floresta.
“A dedicação destes jovens é não só admirável, mas essencial. São um exemplo de como a juventude pode liderar pelo exemplo, transformando as férias em tempo útil e inspirador ao serviço da comunidade e do ambiente”, disse Jorge Almeida, Presidente da Câmara Municipal de Águeda, frisando que estes jovens, ao participarem neste projeto, tornam-se “protagonistas de uma mudança positiva”.
Alguns destes jovens – os primeiros seis a participarem na atividade – foram recebidos na Câmara Municipal para uma ação simbólica de boas-vindas a esta “experiência”, onde lhes foram entregues os kits de “vigilante” e conheceram as forças de segurança com quem vão “trabalhar”: a GNR e os Guardas Florestais.
Na mochila, entregue a cada um, levam luvas e rolo de sacos (para recolha de algum lixo que encontrem), duas t-shirts identificativas de que são voluntários (que é importante que levem sempre vestida para que as pessoas reconheçam quem são), boné e cantil de água. Receberam ainda material de sensibilização para entregarem aos habitantes das zonas que forem vigiar, sobre vários temas: queimas e queimadas, limpeza dos terrenos e a importância do corte dos ramos de árvores que estejam a pender para a via pública.
Têm entre 15 e 16 anos e alguns deles já participaram nesta ação no ano passado. Repetentes, incentivaram amigos e colegas a fazer o mesmo. “Espero fazer uma coisa boa para ocupar o tempo”, disse Lucas Moura, de 16 anos, que é estreante no programa.
Já Beatriz Santos volta a usar as suas férias nesta ação de voluntariado. O que a motivou? “O contacto com a população e os laços que criamos”, disse, lembrando, em concreto, um casal de idosos com quem estabeleceu uma ligação de amizade. A maior dificuldade essa “é o calor”, mas quando a boa ação acontece tudo vale a pena.
Lembrou um episódio em que, no ano passado, observou uma coluna de fumo. “Vi ao longe e alertei de imediato”, disse.
Para o Guarda Principal Ricardo Costa, esta é uma das mais-valias do programa, para além de promover uma das políticas da GNR, a proximidade à população.
Este programa, que tem a duração de 15 dias, tem como objetivo promover práticas no âmbito da preservação da natureza, florestas e respetivos ecossistemas, sensibilizar a comunidade para o papel da floresta na qualidade de vida, prevenir os incêndios florestais, mobilizar os jovens para a criação de valores e práticas ambientais, e promover uma cultura de responsabilidade e participação ativa na prevenção e na solução dos problemas ambientais.
Os jovens vão apoiar na monitorização e vigilância fixa e móvel, referenciando os locais onde haja resíduos abandonados para posterior recolha pelos serviços camarários, sendo que o patrulhamento será feito em percursos florestais definidos pelo Gabinete Técnico Florestal do Município de Águeda.
“São dias de vigilância, contacto direto com a natureza, diálogo com a comunidade e aprendizagem mútua. Uma verdadeira escola de valores, onde se aprende o que significa cuidar, proteger e agir”, concluiu Jorge Almeida.