Já no remoto ano de 1983, a Camara Municipal de Ovar, tentou municipalizar o Museu de Ovar.
Era presidente da Camara o Dr. Raimundo Rodrigues, e Diretor do Museu de Ovar o José Augusto de Almeida, seu principal fundador.
NA VERDADE,
Julgo que nessa altura, não se afigurava prioritária a Municipalização duma estrutura privada, que era apenas um dos grandes Museus Etnográficos, um Museu Itinerante por essa Europa fora, com coleções fantásticas, e era um Museu Vivo da Cidade!
O Jornal “Terras do Var”, fez eco deste diferendo entre Autarquia e Museu, e publicou a 25 de Agosto de 1983, este cartoon, feito pelo meu amigo Zé Maia, e que representa o então Diretor e o então Presidente da Camara numa acesa luta no Torreão do Museu!

MAS, OS TEMPOS SÃO OUTROS,
Hoje, já não existe o José Augusto de Almeida, já não existe a sua incansável Esposa, e já não existe aquela funcionária de tantos e tantos anos, a Mariazinha Coentro de Pinho… e o Museu de Ovar, hoje, é outro!
Aquilo que era, talvez, o mais importante do Museu, a sua vasta coleção etnográfica…o palheiro do Furadouro, o Oleiro…os trajes das Varinas, enfim, aquilo que era o Museu de Ovar, hoje já não é, e os tempos áureos da Instituição já desapareceram.
UM MUSEU FECHADO EM SI PRÓPRIO,
Com portas fechadas aos Domingos e Feriados, pouco vivo, pouco motivador e até, fracamente inserido na própria Cidade.
Não tenho dúvidas que a maior parte dos jovens vareiros de hoje, nem sequer o conhecem…nunca lá foram, e quando as novas gerações desconhecem, aquele que foi o maior guardião das tradições vareiras, qualquer Museu fica mais morto do que vivo!
Não se chama, não se promove, não se inova…nem sequer se comunica!
OS TEMPOS HOJE, SÃO OUTROS
“O Museu de Ovar, é o mesmo…o dinamismo de quem o tem dirigido, é que é outro!“
E hoje, julgo que a questão da Municipalização do Museu de Ovar, deve voltar a colocar-se, porque deve ser gerido por quem sabe, deve ter meios e recursos que lhe possibilitem ressuscitar, e só com intervenção capaz, ele pode voltar a ser o MUSEU DE OVAR do passado!
E, isso é preciso!
Numa Cidade com algum Turismo crescente, na Cidade do Pão de Ló de Ovar e do Azulejo, instrumentos que alavancam , também, o Turismo…ser impossível visitar o nosso Museu a um Domingo ou a um Feriado, é algo que eu não consigo entender!!!!!