Com tantas propostas, tantas que nus inundam o pensamento, permito me falar vos sobre duas áreas que considero importantes, e até urgentes, não só para a Democracia, mas muito mais para um Estado de Direito, que somos e queremos continuar a ser!
JUSTIÇA E LUTA CONTRA A CORRUPÇÃO.
A AD quer prevenir a corrupção com a regulamentação dos lobby, a perda de bens e o reforço de meios;
O PS pretende rever as regras sobre a conexão de processos de modo a acabar com os chamados megaprocessos,
O CHEGA, quer reforçar os meios da Investigação, e por aí além;
Os outros Partidos, propõem desde a criminalização do enriquecimento ilícito, e até uma Estratégia Nacional Anticorrupção, por um período de 5 anos.
Quase todos, apresentam as mesmas soluções, as mesmas propostas, aliás, que não são inéditas, porque são repetitivas sempre que somos chamados a escolher com o uso do legitimo direito do voto!
O problema é a credibilidade e a confiança que todos temos, nestas propostas, que cheiram ao mesmo, mas…cuja eficácia, eu duvido.
Duvido, porque a corrupção está entranhada no nosso Sistema, e o pior de tudo, é que nós próprios protestamos, mas já quase a aceitamos como inevitável, e até, uma consequência da Democracia.
Não tenho dúvidas, que é no Poder Local, que a Corrupção mais está instalada, com teias que não serão fáceis de desmontar, porque ela já é bem feita, muito refinada e cautelosa.
EU PERGUNTO-ME,
De que servem todas estas propostas, que apenas branqueiam, se não tivermos uma Justiça à altura, verdadeiramente independente, livre e até , ela própria, incorruptível?
Mais de 400 processos de investigação arquivados em 2024!
Quantos processos não prescrevem, porque…quiçá protegendo amigos e amizades, não estiveram guardados em gavetas de secretárias de Magistrados e de Juízes?
A luta contra a corrupção, não se faz só com propostas, com boas intenções, se calhar disfarçadas, porque isso, não acredito que seja suficiente.
Ela faz-se com Juízes e Magistrados do Ministério Público, bem preparados, imunes a amigos e amizades, faz-se com total imparcialidade, e acima de tudo com o verdadeiro sentido de dever e de lealdade aos Portugueses e à Democracia.