João Moniz, candidato do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Aveiro, reagiu à presença de Fernando Medina no concelho, numa iniciativa promovida pela candidatura do Partido Socialista liderada por Alberto Souto. Para João Moniz, a visita é reveladora de um grave erro de orientação estratégica: “O antigo ministro das finanças é um dos grandes responsáveis pela degradação dos serviços públicos em Portugal, a começar pelo SNS. O que veio Medina fazer a Aveiro? Promover a indústria do armamento como desígnio do desenvolvimento económico do país e do concelho e, conforme reportado pelo Diário de Aveiro, Alberto Souto concorda com esta opção.”
Para o candidato do Bloco, a aposta do candidato do PS “é bastante reveladora do seguidismo acrítico que prolifera no pensamento convencional.” Numa altura em que se multiplicam os desafios estruturais que afetam o país e o concelho de Aveiro, João Moniz questiona as prioridades da candidatura do PS: “Perante os problemas sérios que a economia portuguesa e aveirense enfrentam, desde a crescente desigualdade, à degradação acelerada dos serviços públicos, à crise climática, à crise demográfica, etc., o que é que a aposta na indústria do armamento vai contribuir para ultrapassarmos estes desafios?”
Em contraponto, João Moniz apresenta a visão do Bloco de Esquerda para o desenvolvimento do concelho: “O que Aveiro precisa é de políticas públicas orientadas para os desafios reais que enfrentamos. Aveiro deve apostar na qualificação da população e no fortalecimento do tecido de micro e pequenas empresas, aproveitando a proximidade à Universidade e o seu potencial de produção de conhecimento e inovação.”
Para que essa transformação seja possível, o município deve atuar sobre as condições de vida: “Isto só vai acontecer se o município conseguir atrair e fixar talento, e para isso é essencial garantir habitação a custos controlados, uma rede pública de creches que permita conciliar vida familiar e profissional, e transportes públicos eficientes, sustentáveis e pensados para quem vive e trabalha aqui.”
João Moniz conclui afirmando que “são estas as bases de uma economia enraizada no território, com bons salários, resiliente às crises e orientada para o bem-estar de quem produz valor, não para os lucros de quem especula com a habitação ou quem pretende militarizar a economia.”