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    SNS entre os cuidados paliativos e a eutanásia

    O Serviço Nacional de Saúde é uma enorme mais-valia para os portugueses, tem excelentes profissionais e é a opção mais segura em episódios de urgência como, por exemplo, em problemas do foro oncológico ou cardíaco. Por essa mesma razão, não podemos continuar a assistir passivamente à contínua e preocupante degradação do SNS.

    O Estado gasta uma fortuna a formar médicos, referi ‘gasta’ em vez de ‘investe’, porque o custo com a formação dos profissionais de saúde deixou de ser um investimento como seria desejável a partir do momento em que após a sua formação saem para o privado por falta de condições de trabalho competitivas no setor público.

    Há uma enorme carência de profissionais no SNS, colocando em causa o normal funcionamento de várias valências em muitos hospitais e centros de saúde do país, falhando dessa forma nos serviços de saúde prestados às pessoas. 

    Este ano, temo-nos deparado com vários Serviços de Urgência de Obstetrícia/Ginecologia e Pediatria encerrados, isto chega a ser caricato num País que tem uma baixa taxa de natalidade e tem a pretensão de contrariar a curva demográfica.   

    A solução não pode passar por encerrar serviços, contribuindo desta forma para o definhamento da maior conquista que tivemos após 1974, mais concretamente em setembro de 1979 pela mão de António Arnaut, faz hoje 46 anos. A solução tem que passar pela devida valorização dos profissionais de saúde no SNS. 

    Poderá sempre dizer-se que não há viabilidade financeira para aumentar salários e assim atrair mais médicos para o SNS, mas esse argumento não colhe. Mandam as regras da boa gestão que pessoas motivadas produzem mais e melhor, por outro lado, aumentando os recursos humanos afetos ao SNS, o Estado para além de melhorar a qualidade dos serviços prestados também iria poupar na despesa com serviços extras que têm um custo muito elevado.

    Que raio de gestão é esta que resiste a melhorar as condições de trabalho de forma a tornar as carreiras mais competitivas e atraentes, incentivando os profissionais de saúde a trabalhar no Serviço Público, mas em alternativa gasta milhões de euros com prestadores de serviços que não conseguem colmatar a falta de recursos existente e não evitam o encerramento de serviços nos hospitais públicos?

    O que se está a passar com a quantidade de Serviços de Urgência encerrados não pode continuar, só este ano, nasceram 55 crianças em ambulâncias. É urgente atrair profissionais para o setor público e, não menos importante, reter os que ainda vão resistindo.

    O SNS está gravemente doente e necessita de mais médicos para o assistir, enquanto não se tomarem medidas verdadeiramente eficazes, teremos o nosso SNS entre os cuidados paliativos e a eutanásia, por incapacidade de gestão de quem (des)governa.

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    Fernando Camelo de Almeida
    Fernando Camelo de Almeida
    Fernando Camelo de Almeida, natural do concelho de Ovar, desde muito novo que sentiu a obrigação de se impor a si mesmo contibuir para uma sociedade mais justa e mais equilibrada, tendo dado a sua contribuição em diversos movimentos cívicos e políticos da sociedade ovarense e distrital. Licenciado em gestão e negócios, é Diretor Comercial na Mercentro e docente do ensino superior.

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