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    Escola versos professores versus ensino em Portugal

    Este é uma evidência que de quando em vez abordo em conversas ocasionais de café, nas redes sociais e em conversas com quem faz do ensino a sua profissão, com abnegação e paixão, mas a quem tem vindo a ser progressivamente retirada autoridade e dignidade. São anos de laxismo, de inércia, de olhar para o lado e assobiando a ver se passa, mas não só não passa, como se vão agravando os problemas com que a classe profissional, os alunos, os pais, toda a comunidade educativa e o país Portugal se vai debatendo, sem que alguém dê o necessário murro em cima da mesa e altere este estado de coisas.  

    Confrontamo-nos com um gravíssimo problema de falta de professores e de enorme desmotivação dos que ainda resistem em permanecer na carreira docente e não é com a recuperação de docentes com 70 anos, supostamente na reforma merecida e sub-repticiamente aliciados a regressarem às escolas, que resolveremos o problema. Pensos rápidos não são remédios, são apenas remendos nesta manta de retalhos em que se tem vindo a transformar a comunidade educativa portuguesa, para mal dos nossos pecados, enquanto pais, avós, cidadãos e para os professores em primeira análise.

    Já esta espécie de passividade distraída com que os portugueses têm encarado este problema, com políticas produzidas por políticos incompetentes, laxistas, irresponsáveis, daqueles que adoram empurrar os problemas com a barriga, enjoa-me, em particular a irresponsabilidade dos partidos, os consecutivos aldeamentos ao longo da última década e do Estado perante um dos pilares fundamentais da nossa sociedade.

    Será mesmo que os portugueses têm consciência que há milhares de alunos sem professor durante todo o ano letivo, ou andam mesmo todos distraídos com futebóis, populismos, conflitos mundiais, big brother’s e demais distrações, para não perceberem a gravidade desta situação, seja para a geração actual como para as futuras, como seja para o próprio futuro deste país??

    Questiono-me se os pais, os portugueses em geral, têm consciência que um professor está sujeito a ameaças e até agressões de alunos e encarregados de educação, pelo que leio é uma constante demasiado sistemática, com o muitíssimo pouco a ser feito pela defesa e salvaguarda da sua integridade e dignidade.

    Não sei mesmo se temos consciência, mas devíamos, que o governo, com medidas avulso em que este e outros são pródigos, estão a colocar pessoas a dar aulas que não são professores, pelo menos é o que vou lendo nas redes sociais e na comunicação social!! Desde 2018 que o ministério anda a pagar horas extraordinárias aos professores abaixo do preço de tabela. No momento actual, serão cerca de 30 milhões de euros de dívida acumulada.

    Faltam professores nas várias áreas lectivas, no Apoio Educativo, na Educação Especial, funcionários, psicólogos, terapeutas, … resultado imediato para os alunos, vossos filhos, que os meus já andam há muito na luta pelo lugar ao sol, mas é preocupante para os pais sentirem que lhes faltam as ajudas, aquelas ajudas que o governo deveria providenciar, como parte das suas obrigações previstas constitucionalmente.

    Mas não ficamos por aqui…podemos e devemos falar da instabilidade que ano após ano atormenta milhares de professores e as suas famílias, sim porque os professores também têm família, convinha pensarmos nisso, ao não saberem onde ficam colocados, se é que ficam, se têm horário completo, sendo, segundo se sabe, uma das principais causas de abandono da profissão, pois quem quiser garantir colocação terá de se sujeitar a ficar longe de casa.

    Coloquemo-nos no lugar desta classe profissional, façamos lá um exercício de empatia e entendamos que isso acontece, por vezes sem qualquer apoio financeiro, subtraindo ao que recebem do parco salário em alojamento e viagens.

    Para completar o “ramalhete” temos os “atiçadores de fogueiras” como Miguel Sousa Tavares, no espaço de comentário “5A Coluna” no programa Jornal Nacional da TVI, no dia 11 de Dezembro de 2025, pelas 20h35, as quais foram também amplamente divulgadas na página da CNN Portugal, assim como na rede social do Facebook, veio lançar umas “larachas populistas” degradantes e injuriosas para a classe profissional, com insinuações profundamente injustas do estilo “Os professores, que adoram fazer greves antes do fim de semana, continuam amanhã para terem quatro dias de fim de semana”. Sei eu, sabemos nós, é do conhecimento público e factual, que não havia qualquer greve convocada pelo S.TO.P. o Sindicato de Todos os Profissionais de Educação, ou, que me tenha apercebido, por qualquer outro sindicato que abrangesse a classe docente para o dia seguinte (12 de Dezembro de 2025). Esteve muito mal MST neste particular, nos seus preconceitos repudiáveis e condenáveis que vai debitando a granel!

    Até que gostaria de abordar o tema de uma forma mais profunda, indo ao método de avaliação que me é dado saber ser injusto e desmotivador, mas não tenho o conhecimento mais profundo da questão, sou apenas e casualmente encarregado de educação, por força do destino que assim quis, sou representante dos pais numa turma de alunos, assisto a algumas reuniões da Associação de Pais e vou confraternizando e trocando opiniões com alguns professores que conheço.

    Por tudo o que vou sabendo este acumular de situações esplanadas e outros que ficaram por relatar por manifesta falta do tal embrenhamento mais a fundo no sistema de ensino, sendo assim fruto apenas de uma observação superficial, pressinto e oxalá esteja errado, seja excessivamente pessimista, a meu ver, só podem terminar num desastroso resultado para a nossa sociedade.

    A questão que se coloca, chegados aqui, será saber como evitar, sem contornar, encarando seriamente o assunto e para isso impõem-se medidas urgentes, sejam elas quais forem, existem técnicos, especialistas, entendidos para discutirem seriamente estas questões, se é que querem salvar a escola pública e devolver-lhe a exigência e disciplina que deve ter, a dignidade a respeitabilidade perdida algures no tempo, reanimar as apetências para ingressarem na área docente, formar profissionais especializados e motivados nas diversas áreas.

    Julgo eu, cá dos meus muitos anos de existência, que se não apostarmos seriamente na educação, na formação, na formatação intelectual, nos valores, nos princípios, dos educandos, eles próprios também futuros educadores, não antevejo qualquer futuro decente, risonho, para Portugal.

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    Artur Arede
    Artur Arede
    Desde sempre ligado à comunicação, Artur Arede passou por órgãos nacionais, bem como por órgãos regionais, Rádio Soberania, RCV, Aveiro TV, etc. Atualmente, está ligado à comunicação na Rádio N16.

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