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    Abertas inscrições para expositores na Feira da Vinha e do Vinho 2025

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    Encontra-se a decorrer o período para apresentação de propostas e inscrições para a concessão de espaços na 22ª Feira da Vinha e do Vinho (FVV), organizada pelo Municipio de Anadia, que se vai realizar de 18 a 22 de junho, no Vale Santo, em Anadia.

    Os cadernos de encargos com as respetivas normas e condições referentes a bares/cafés, espaços diversos, expositores de animação e produtores vitivinícolas foram aprovados em reunião do executivo municipal e encontram-se disponíveis para consulta na página da internet do Município (www.cm-anadia.pt).

    As propostas referentes aos bares e espaços de cafés deverão ser apresentadas até às 17h00. do dia 15 de maio, devendo as mesmas ser entregues na Câmara Municipal de Anadia ou remetidas pelo correio em carta fechada.

    As propostas para a Praça da Alimentação devem ser remetidas até às 17h00 do dia 30 de maio.

    Para os espaços diversos, as propostas deverão ser entregues até às 17h00, de 23 de maio.

    Os produtores vitivinícolas, interessados em participar, devem efetuar a respetiva inscrição até às 17h00, de 23 de maio.

    Recorde-se que o certame deste ano tem como cabeças de cartaz: Nininho Vaz Maia (dia 18), Sara Correia (19), MC Daniel (20), Morcheeba (21), Cocomelon e Bluey (mini-shows para crianças) e Marchas Populares (22).

    As entradas no certame têm um custo de 3,00€, à exceção do último dia, dedicado à família, em que a entrada é gratuita. O bilhete geral custa 10,00€. Os possuidores dos cartões Anadia Sénior e Anadia Jovem têm um desconto de 50%.

    Hospital de Ovar passa a contar com nova Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência

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    A nova valência de Psiquiatria da Infância e Adolescência, localizada no Hospital de Ovar, que inclui hospital de dia, prevê a realização de cerca de 600 consultas por ano.

    A Unidade Local de Saúde de Entre Douro e Vouga (ULSEDV) passa a contar com uma nova Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência, localizada no Hospital Francisco Zagalo, em Ovar.

    A Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência conta com respostas de consulta de Pedopsiquiatria, consulta de psicologia infantil, consulta de avaliação de perturbações do espetro do Autismo, consulta de primeira infância (0-5 anos) e intervenções psicoterapêuticas e psicoeducativas.

    Para a Diretora do Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência da ULS Entre Douro e Vouga, Sílvia Tavares, a Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência do Hospital de Ovar, “permite uma resposta de maior proximidade para os utentes de Ovar, reduzindo as deslocações e potenciando a adesão às consultas. Esta proximidade optimiza a intervenção terapêutica por aproximação dos técnicos ao contexto vivencial do utente e melhoria da articulação comunitária”.

    “Vem semear milho connosco!” é a proposta da Associação PRO.BOCO

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    “Vem semear milho connosco!” é a proposta da Associação PRO.BOCO uma atividade diferente para o feriado do dia 1 de maio, ligada à terra e às tradições, e que promete trazer muita animação e diversão para toda a família!

    Neste dia, 1 de maio, a partir das 15h00, no Boco – Aldeia de Portugal, as crianças terão a oportunidade de semear milho num campo agrícola próximo da sede da Associação (antiga escola primária do Boco) sendo que para além desta atividade, haverá, também, jogos tradicionais, e pintura em tela! No final, será oferecido um lanche às crianças!

    A atividade é gratuita, mas sujeita a inscrição em www.cm-vagos-pt/visitar/vem-semear-milho

    Esta atividade é organizada pela Associação PRO.BOCO e está integrada no Plano de Valorização da Aldeia do Boco, um plano elaborado num processo participativo com a comunidade local, com a colaboração da Câmara Municipal de Vagos, Junta de Freguesia de Soza, Grupo de Ação Local (GAL Aveiro Sul) e a ATA (Associação de Turismo de Aldeia).

    Comércio local de Anadia “Sai à rua”

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    Com o intuito de promover e dinamizar o comércio local do concelho, o Município de Anadia, em parceria com a ACIB – Associação Comercial e Industrial da Bairrada, vai promover nos próximos dias 23, 24 e 25 de maio, o evento “Sai à Rua” que terá lugar na zona envolvente ao Museu do Vinho Bairrada, em Anadia. Serão três dias dedicados aos serviços e comércio local, à gastronomia, arte, música, moda e animação.

    O evento está inserido no “Viver Anadia – da Tradição à Inovação” e enquadra-se na estratégia de dinamização do comércio local, preconizada pelo projeto dos “Bairros Comerciais Digitais” estendendo-se a todos os estabelecimentos do concelho que pretendam aderir.

    “Sai à Rua” tem como propósito dinamizar o centro da cidade, nomeadamente atraindo visitantes a Anadia, valorizando o comércio local, promovendo desta forma a identidade da marca “Viver Anadia”.

    Na sessão de apresentação do evento que decorreu no auditório do Museu do Vinho Bairrada, o vice-presidente da Câmara Municipal, Jorge Sampaio, sublinhou que “esta atividade resulta da vontade da Câmara Municipal, mas, sobretudo, do diálogo periódico que temos mantido com os comerciantes”, considerando que “será um fim de semana em que o nosso comércio local vai mostrar o melhor que tem”. “Penso que vão ser três dias fantásticos em que o objetivo é ter o comércio representado, com muita animação. Queremos convidar as pessoas a visitar as lojas do nosso concelho, bem como dar a conhecer as atividades que o comércio tem para oferecer aos cidadãos de Anadia, criar ligações entre o comércio e os compradores”, acrescentou.

    Jorge Sampaio realçou que o objetivo do Município “é realizar um evento dedicado ao comércio local, com uma dignidade igual àquela que fazemos com o Millèsime, na Curia”.

    A coordenadora do Bairro Digital de Anadia, Cristina Azevedo, deu a conhecer o evento que irá ter lugar na zona envolvente ao Museu do Vinho Bairrada (parque de estacionamento e jardim). Uma tenda gigante irá albergar os cerca de 40 espaços dedicados aos comerciantes, haverá ainda uma zona dedicada às crianças, restauração e animação.

    Cristina Azevedo adiantou ainda que estão previstas várias atividades paralelas, nomeadamente workshops, desfiles, mostra de talentos, sessão fotográfica, entre outras.

    O horário de funcionamento do “Sai à Rua” é o seguinte: na sexta-feira, dia 23 maio, das 17h00 às 21h00, no sábado, 24 maio, das 15h00 às 21h00, e no domingo, 25 maio, das 15h00 às 19h00. Os espaços de animação e restauração funcionarão na sexta-feira das 17h00 às 23h00, no sábado das 14h00 às 23h00 e no domingo das 14h00 às 19h00.

    Os comerciantes interessados em participar podem inscrever-se até ao próximo dia 6 de maio, através do link: https://forms.gle/YCd2J69FABUsRKqN7

    É preciso exercitar a empatia colocando-nos no lugar do outro

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    É preciso exercitar a empatia, colocando-nos no lugar do outro, entendendo-o antes de criticá-lo. E é preciso coragem para nos colocarmos nas dores alheias, porque isso traz dor, isso implica consciência de que, muitas vezes, estamos sendo injustos com quem apenas necessita de apoio.

    Atitudes extremas de dar auxílio, mesmo “in extremis” quase nunca são tomadas por quem está bem e tranquilo, mas em contrapartida, por pessoas enredadas e conhecedoras do que é a dor e o desespero.

    Não permita que alguém o julgue sem ter vivido a sua história, sem ter compartilhado nada consigo, sem nunca ter perguntado se precisava de alguma coisa.

    Mas o maior sofrimento de quem sofre poderá muito bem ser, o desinteresse familiar, daqueles que estando perto, ficam longe, daqueles que no conforto das suas vidas, abdicam da solidariedade, da partilha e da participação no alívio do sofrimento.

    Por fim, ignore quem ataca sem entender, quem julga sem conhecer, quem comenta sem saber, porque a maioria das pessoas só está preocupada com o que acham serem erros alheios que poderiam ser evitados, embora elas próprias errem e tentem se esconder, apontando o dedo para fora de si.

    Afinal, ninguém conseguirá ser tão implacável quanto a nossa própria consciência.

    O jornalismo regional vive dias de tempestade e tende a naufragar

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    Desde que me conheço na área do jornalismo, e já lá vão quase 30 anos, que diariamente respiro este ar, que diariamente convivo com os players políticos e que assisto, na primeira bancada, em lugar de destaque, às manobras que se vão fazendo.

    Com o avançar das tecnologias e claramente uma falta de legislação que trave, por exemplo, os municípios de fazerem jornalismo encapotado, o papel do jornalista regional vai-se degradando, perdendo importância e com um fim, não anunciado, mas para lá caminha. Não se entende como é possível, aos organismos públicos, que têm como missão serem profissionais na área que lhes assiste, acrescentarem também a área da comunicação. Não se trata de fazerem comunicados de imprensa, não se trata de informarem a imprensa das suas atividades, trata-se sim de terem verdadeiras máquinas jornalísticas/propagandísticas, bem oleadas, pagas pelo erário público, em perfeita concorrência com os jornais regionais e que têm apenas a missão de propagandear a mensagem que é definida pelo seu líder. Nos portais camarários, na seção de “notícias”, há de tudo e para todos os gostos. Textos, fotografias, vídeos e por vezes apresentações multimédia bem trabalhadas, bem como uma carga enorme de ideologia política/partidária, enaltecendo a qualidade dos seus eleitos.

    Além desta forma de fazer jornalismo encapotado nos portais, ainda o fazem na página do Facebook, Instagram e outras redes, bem como investem em edições em papel, para levar mais longe a sua comunicação. E há municípios que ainda são proprietários de televisões regionais, com investimentos de milhões ao longo dos anos. E os jornalistas, com uma missão nobre, 7 dias por semana, faça chuva ou faça sol, assistem a isto, impávidos e serenos, sem manifestações de maior e aguardando o final do trajeto da guilhotina, que já está em andamento.

    É preciso inverter rapidamente esta situação. Isto só se faz com a pressão positiva ao governo. Já não é mais um problema regional e que tem solução a este nível. A mudança tem de vir de cima, do legislador. O jornalista tem de exercer o seu direito à indignação, tem de usar a sua força como pressão para forçar o legislador a pensar e a tomar as melhores decisões em prol de uma classe de homens e mulheres que vai desaparecendo rapidamente e com eles desaparecerão centenas de órgãos de comunicação regional que foram e sempre serão a primeira defesa dos valores democráticos.

    Presidente da Câmara de Aveiro visitou EXPO da Maratonada Europa no arranque da programação oficial

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    O Presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Ribau Esteves, visitou esta sexta-feira, pelas 15h30, a EXPO da Maratona da Europa, instalada no Cais da Fonte Nova, marcando o arranque da programação oficial da quinta edição da prova.

    A programação do evento estendeu-se até domingo, dia 27 de abril, data em que se realiza a prova. Além da maratona (42,195 km), a iniciativa inclui também uma meia-maratona (21,097 km), uma “mini-maratona” (10 km) e uma caminhada solidária (5 km), destinadas a diferentes faixas etárias e níveis de preparação.

    Com um percurso praticamente plano, o trajeto da Maratona atravessou algumas das zonas mais emblemáticas do Município de Aveiro e de Ílhavo.

    Desde 2023, a Maratona da Europa é reconhecida pela World Athletics com o selo Road Race Label, integrando em 2025 o ranking das 100 melhores provas do mundo, na 95.ª posição – sendo a terceira maratona portuguesa a alcançar esta distinção, a par de Lisboa e Porto.

    Em 2024, a prova foi vencida pelo marroquino Mohamed Chaaboud, com o tempo de 2h09m20s, estabelecendo um novo recorde da competição.

    Rebeldes da Fé: A Expansão dos Franciscanos em Portugal nos Séculos XIV e XV

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    Nos finais da Idade Média, Portugal assistiu a uma verdadeira vaga franciscana, uma expansão que representou uma reação ao espírito monástico tradicional, muito marcado no nosso país pela influência dos Cistercienses, e, de forma mais geral, à crescente burocratização da hierarquia eclesiástica.

    A chegada dos franciscanos não foi pacífica: o clero instalado reagiu, em parte por rivalidade no acesso às esmolas dos fiéis, mas também devido a tensões mais profundas. No entanto, o Papa reconheceu nos Frades Menores um poderoso instrumento de renovação da fé, capaz de dinamizar o povo e responder a necessidades que a estrutura pesada dos bispos e as velhas ordens encerradas nos claustros já não conseguiam satisfazer.  Durante os séculos XIV e XV, a influência franciscana continuou a crescer, atingindo todos os níveis da sociedade portuguesa.

    • Já D. Dinis escolhera para seu confessor, e depois bispo do Porto, o franciscano Frei Estêvão, em 1320.
    • A Rainha Santa Isabel, viúva, entrou na Ordem Terceira de São Francisco.
    • D. João I teve como confessor Frei Afonso de Alprão.
    • D. Fernando, à hora da morte, pediu para ser enterrado com o hábito franciscano.
    • A Rainha D. Filipa de Lencastre confiou o seu espírito ao franciscano inglês D. Aimaro.

    Os filhos do casal real continuaram a tradição:

    • Frei Gil Lobo foi confessor de D. Duarte e de D. Afonso V.
    • O infante D. Henrique surge como interlocutor no Relógio da Fé de Frei André do Prado, um tratado sobre a fé cristã escrito ainda durante a vida do infante.
    • O infante D. Fernando, mártir de Tânger, legou a sua biblioteca aos franciscanos de Leiria.
    • Frei Afonso Falcão escreveu cartas de consciência para D. Afonso V.

    O próprio D. Afonso V, nos últimos anos da vida, recolheu-se entre os franciscanos do convento de Varatojo, fundado por sua vontade, e D. João II teve como confessor Frei João da Póvoa, conhecido pelo seu rigoroso apego à pobreza.

    Nas grandes crises nacionais, os franciscanos marcaram presença:

    • Durante a guerra civil de 1383-1385, vemos-nos ao lado dos burgueses do Porto e do povo miúdo de Estremoz, a encabeçar motins, a intermediar conspirações a favor do Mestre de Avis, e até envolvidos numa tentativa de atentado contra D. João de Castela, organizada por Leonor Teles.
    • Foram também voz ativa contra o interdito papal que proibia o enterro dos mortos nas igrejas.

    Ainda antes, no reinado de D. Fernando, frades franciscanos incitaram a resistência popular contra os invasores castelhanos, tanto em Santarém como em Lisboa.
    Pregaram sermões de ação de graças após o levantamento do cerco de Lisboa e a vitória de Aljubarrota.
    O próprio anúncio da conquista de Ceuta teve a sua força inicial num sermão franciscano.

    Estes factos revelam a profunda e constante presença dos franciscanos na vida pública portuguesa. Desde o início, o movimento franciscano oscilou entre a fidelidade ao ideal de pobreza absoluta de São Francisco e as exigências práticas de uma ordem organizada.

    São Francisco nunca desejou criar uma ordem estruturada; sonhava com uma confraria de homens unidos pela “santa pobreza”, vivendo do trabalho ou da esmola, sem possuir nada.
    Os primeiros franciscanos abrigavam-se em cabanas ou ruínas, vivendo em pequenos grupos quase eremíticos.

    Com o crescimento do movimento, tornava-se impossível manter este modelo sem compromissos. A construção de conventos e igrejas levou a tensões internas. Frei Elias, que iniciou a construção da Basílica de Assis recorrendo a caixas de esmolas, personificou essa primeira cisão, enfrentando a oposição dos mais fiéis à visão de São Francisco, como Frei Leão.

    O compromisso papal permitia à Ordem utilizar bens, mas não ser formalmente sua proprietária — pertenciam à Santa Sé, administrados por procuradores.

    Ainda assim, a divisão entre Zeladores (ou Espirituais) e Conventuais tornou-se inevitável.

    • São Boaventura tentou reconciliá-los através da “Via Média”, baseada num uso pobre, mas não inexistente, dos bens.
    • Após a sua morte, a tensão reavivou-se e deu origem aos Fraticelli e, mais tarde, aos Observantes e Capuchinhos.

    Também em Portugal sentimos os ecos desta luta.

    A reforma observante chegou por volta de 1392, trazida por frades galegos e asturianos, como Frei Diogo Arias e Frei Gonçalo Marim.
    Em Alenquer, tentaram implementar uma vida mais austera, vendendo os objetos preciosos do convento e aproximando-se do ideal de São Francisco, apesar da oposição interna. Fundaram novos conventos em locais isolados, como o da Carnota, apoiado por D. João I.

    Estatutos do final do século XV, como os aprovados em Alenquer em 1486, insistem na prática do trabalho manual: cavar hortas, lavar roupa, fabricar objetos — exemplos vivos de frades como Frei João da Montanha, serralheiro, e Frei João da Comenda, construtor de relógios.

    Em Portugal, o franciscanismo manteve viva a corrente espiritual mais exigente:

    • A Crónica dos 24 Generais (tradução portuguesa do século XV) toma partido claro pelos zeladores e espirituais.
    • Frei Álvaro Pais, natural de Santarém ou da Galiza, escreve em De statu et planctu ecclesiae uma crítica feroz à corrupção da Igreja, vendo nos franciscanos a esperança da renovação espiritual.

    Também encontramos sinais de messianismo, inspirados nas visões de Joaquim de Fiore:

    • Frei Amadeu da Silva, autor do Apocalipsis Nova, anunciava a chegada de um novo tempo para a Igreja e o mundo, dominado pelo espírito de São Francisco.

    Estas ideias proféticas, ainda que nem sempre alinhadas com a ortodoxia romana, deixaram raízes profundas.

    Através da tradução dos poemas livres e apaixonados de Jacopone da Todi por Frei Marcos de Lisboa, a segunda metade do século XVI ainda respirava este espírito franciscano original: um cristianismo simples, pobre e profundamente livre.

    Os franciscanos, mais do que apenas monges de claustro, foram protagonistas de uma revolução espiritual que atravessou séculos — e que ainda hoje ressoa discretamente na alma portuguesa.

    Filomena e a luta pela bondade

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    No inverno passado encontrei-me com Filomena – uma pessoa que lutava pela bondade –  em estado muito infeliz, ela contou-me que tinha uma pessoa (Urtência) que considerava amiga, mas que era muito ciumenta e procurava intrometer-se na vida de suas amigas para dizer mal dela; deste modo a sua relação com as outras amigas começou a diminuir de autenticidade e a tornar-se mais distanciada devido a histórias e trafulhices depreciativas inventadas e contadas às suas amigas sendo assim enevoada a confiança e o sol aberto nas suas relações.

    Então eu contei-lhe que há pessoas capazes de tudo; pessoas que talvez tenham tido uma infância infeliz e se tornaram vítimas de situações injustas e são predestinadas a tornar outras pessoas vítimas criando assim uma cumplicidade inconsciente de infelicidade por não terem digerido psicologicamente a má experiência que as traumatizou. Tudo isto, acrescentado a um mundo social que gira mais em torno das aparências e do dinheiro, dificulta cada vez mais o caminho certo da verdade e da retidão. Assim, cada vez rareia mais a hombridade e a honestidade.

    Como na natureza não há só flores mas também urtigas e rosas com espinhos e tudo depende do jeito como tocamos nelas. Na vida encontramos pessoas pré-formatadas que usam “óculos escuros” filtrando a realidade das pessoas e dos acontecimentos de maneira sombria segundo a cor da percepção dos seus óculos; pelo contrário, outras de formatação mais maleável, ou de “óculos” mais claros e de caracter mais soalheiro veem a realidade, as pessoas e os acontecimentos com bonomia e de maneira mais soalheira. Isto tem a ver com o caracter adquirido e inato de cada pessoa mais ou menos predisposta à felicidade ou à infelicidade e a uma atitude própria perante a vida; quem não se encontra satisfeita consigo mesma, tem por vezes uma atitude Instável e não aceita a vida como ela é; estas pessoas  catam da vida , dos acontecimentos e das pessoas os aspectos negativos que possam ter sem considerarem os aspectos positivos.

    Pessoas infelizes ou incapazes de digerir a própria realidade sobressaem por tenderem a ver o mundo dos outros como elas são e agarram-se a exterioridades ou a coisas ridículas que veem ou projctam nos outros para se sentirem mais elas próprias e o mundo mais conforme a si mesmas. Têm perspectivas curtas e por isso filtram o mundo dos outros pelo seu próprio jeito.

    Escolhem do mundo à sua volta os aspectos da vida que podem confirmar a sua maneira de ser porque lhes falta a atitude madura que leva a suportar a vida como ela é.

    Pessoas assim não têm culpa de serem como são, mas muitas vezes tornam-se azedas ou passam de um extremo de simpatia para o outro extremo tóxico sem sequer notarem.  Essas pessoas são elas mesmas mais vítimas da própria  história de infância, social e genética e são geralmente hipersensíveis ou falta-lhes a capacidade de compreensão dos outros por viverem demasiadamente centradas nelas mesmas muitas vezes devido a falta de amor, compreensão e carinho na infância.

    Pessoas sensíveis devem estar atentas para não se deixarem enredar em discussões com essas pessoas que as conversas se tornarão tóxicas e insatisfatórias para os dois lados.

    Há pessoas que não estão preparadas para compreender e apenas conseguem reagir.  Falta-lhes o campo aberto e mentalidade madura suficiente para compreender o ponto de vista da outra pessoa ou um conceito diferente. Pessoas assim, por vezes em eventos ou convívios com outras pessoas não se dão conta de como com suas atitudes ou formas de estar e de tratar ferem pessoas amigas.

    Pessoas que se sintam feridas devem evitar entrar em discussão para não mover a negatividade que se encontra mais ou menos forte em cada pessoa e não faz sentido nenhum ou causam remorsos em pessoas mais refletidas. Pessoas com mais deficiências psicológicas são prisioneiras dos próprios sentimentos e da própria visão do mundo e não conseguem ouvir nem compreender, estão formatadas de maneira a não internalizarem nem reflectirem sobre o que veem, pensam ou sentem; estas pessoas apenas reagem, independentemente do que se diz e expressa. Falar para elas é como falar para a parede. Essas pessoas de caracter narrativo podem encontrar parceiros de conversa para si agradáveis desde que sejam da mesma onda.

    A vida é tão curta que seria um desperdício de vida perder-se em discussões não construtivas. Nem todas as pessoas e caracteres são compatíveis com uma relação contínua e longa. Por vezes contactamos com pessoas com os mais diversificados currículos psicológicos.  Pessoas de caracter azedo serão agradáveis em primeiros contactos ou em contactos esporádicos porque nesses curtos momentos ainda se trata de circunstâncias estratégicos inconscientes de captação de simpatia para o próprio âmbito de acção. Nesta situação trata-se de encontros de mera cortesia sem se deixar envolver em relação mais profunda. No trato com essas pessoas chega limitr-se aos actos de cortesia.

    No memento de querermos estabelecer uma relação a longo prazo, temos de estar atentos se no interlocutor se trata de pessoa benevolente e de campo aberto ou fechada, egoísta, ensimesmada.

    A pessoa de caracter benevolente e aberto está aberta ao crescimento e à compreensão vendo sentido em qualquer assunto, mesmo que não concorde.

    Um aspecto a ter-se em conta na relação ou discussão é não querer convencer ninguém nem dar conselhos não solicitados!

    A relação interpessoal é mais complicada do que parece devido à formatação e ao currículo de vida de cada pessoa além dos problemas inerentes à própria linguagem ou comunicação dado o interlocutor, no seu processo da percepção do que ouve do outro, o perceber já com a conotação do molde receptor.

    Por mais lógicos ou verdadeiros que sejam os argumentos, essa pessoa irá distorcê-los, minimizá-los ou rejeitá-los — não porque esteja errado, mas porque o seu condicionamento não a capacita a considerar outra realidade que não a que se afigura ao seu ponto de vista configurado a ideias fixas. Assim há sempre que ter em contas o caracter, as próprias taras e as taras dos ouros. Há pessoas mais fixadas nelas mesmas e não no assunto da discussão e por isso querem apenas ganhar a discussão e neste caso a pessoa mais equilibrada, para preservar a própria paz interior e evitar a animosidade da parceira de diálogo terá de reconhecer por primeiro que não vale a pena perder tempo com argumentos, especialmente em questões pessoais, em assuntos de política ou de religião (nestes casos é melhor não haver conversa!). Cada pessoa tem um nível de vida e de conhecimento e maior ou menor capacidade num assunto ou no outro, mas em certos assuntos que exigiriam maior discernimento como religião e política todo o mundo se sente competente não conseguindo distinguir entre o assunto em si com as suas especialidades e a própria opinião.

    Também se encontram, por vezes, pessoas psicologicamente tão perturbadas que é de evitar qualquer conversa séria e em certos casos o melhor é abandoná-las, doutro modo além do mais perde-se tempo e feitio. Pessoas deste género são tão tóxicas que tornam situações sempre perigosas envolvendo na negatividade até pessoas com grande maturidade. Pessoas assim só ouvem o que lhes interessa para poderem atacar o outro.

    Apesar de tudo vale sempre a pena lutar por um mundo mais honesto e melhor. Haverá sempre pessoas que frequentaram mais a escola da trafulhice, outras que frequentaram mais a escola da compaixão e outras a escola do silêncio.

    Cada um de nós terá que carregar com o seu fardo e em parte ajudar a levar o dos outros.

    O “Francisco da Ásia” que pode mudar o futuro da Igreja

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    Luís Antonio Tagle nasceu em 1957, nas Filipinas, numa família simples, com raízes chinesas. Desde pequeno, aprendeu o que era viver com pouco e encontrou na fé a sua maior riqueza.

    Ordenado padre em 1982, Tagle nunca procurou protagonismo. Mas a sua proximidade fervorosa, o seu espírito caloroso e cheio de esperança começou a conquistar corações. Em 2001, foi nomeado bispo de Imus e, dez anos depois, arcebispo de Manila, o cargo mais prestigiado da Igreja filipina.

    Foi então que a sua história deu um salto.

    Em 2012, o Papa Bento XVI elevou-o a cardeal. Jovem, entusiasta e com uma capacidade rara de comover quem o escuta, Tagle rapidamente se tornou uma das figuras mais respeitadas e queridas da Igreja Católica.

    As suas homilias não deixam ninguém indiferente. Quando fala dos pobres, dos migrantes e dos que o mundo esqueceu, emociona-se. E quem o ouve sente que aquelas palavras vêm do coração de alguém que conhece a dor e a esperança da vida real.

    Tagle fala inglês fluentemente e o seu estilo simples, alegre e próximo do povo faz muitos dizerem que ele tem alma de franciscano, apesar de ser padre diocesano.

    Hoje, é apontado como o grande herdeiro do espírito do Papa Francisco. Já é conhecido como o “Francisco da Ásia”. No Brasil, o maior país católico do mundo, até lhe chamam “K-Papa”, numa brincadeira que une o seu carisma ao fenómeno cultural asiático.

    E de onde vem esta figura que está a inspirar tantos? Das Filipinas, o décimo terceiro país mais populoso do mundo e o verdadeiro gigante católico da Ásia. Ali, a fé é vivida de forma intensa, por vezes com práticas extremas como as crucificações reais na Sexta-Feira Santa, que a Igreja tem vindo a desaconselhar.

    O Papa Francisco sempre acreditou que o futuro da Igreja passaria pela Ásia. A escolha da Coreia do Sul para acolher as próximas Jornadas Mundiais da Juventude é um sinal claro dessa visão.

    Se o futuro da Igreja vier mesmo do Oriente, tudo indica que poderá passar pelas mãos de Luis Antonio Tagle.

    Um sorriso aberto, uma fé contagiante e uma paixão autêntica. Que bonito seria ver o futuro da Igreja falado com sotaque asiático.

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