Mais
    Início Site Página 5

    O Humor a ver-se grego entre os gregos…

    0

    Imaginemos Atenas. Não a do turismo ou das ruínas, mas a do pensamento vivo. Na colina do Areópago, entre as sombras do olival e o pó das sandálias, reuniram-se os grandes. Heródoto, Hipócrates, Sófocles, Platão, Aristófanes, todos convocados para um conclave urgente. Estavam indignados. Um jovem discípulo de Aristófanes — um autoproclamado “intocável do humor” — defendera que os humoristas não podiam ser julgados por coisa alguma, pois tinham, dizia ele, “uma função moral, quase sagrada, na polis”.

    Foi Hipócrates o primeiro a levantar-se, com a compostura de quem lavou muitas feridas e encarou a morte nos olhos. “Desde quando fazer rir pesa mais que curar a febre ou a peste? E se um médico errar, quem morre é o corpo; mas se um humorista errar, quem morre é o carácter dos outros.” Heródoto acenou com a cabeça. “Eu recolhi histórias de reis, guerras e povos. Fui acusado de mentiroso, de bajulador e até de estrangeirado. Mas nunca pedi imunidade por relatar o mundo. Por que razão, então, o cómico deveria ser declarado inviolável?”

    Aristóteles, que nunca perdia uma oportunidade para organizar ideias, resumiu: “A comédia tem o seu lugar, sim, mas só é elevada quando reconhece os seus limites. Caso contrário, degenera em desdém travestido de liberdade.” E Platão, impassível como sempre, recordou a República: “O riso desenfreado é sinal de descontrolo da alma.” Já Sófocles, habituado a tragédias, murmurou: “A ironia é bela quando serve o justo. Mas quando fere os inocentes, deixa de ser arte e torna-se instrumento de vaidade.”

    Ao longe, ouviu-se Aristófanes suspirar. “O humor deve ser livre”, disse, “mas não irresponsável.” E com isso selaram o veredito: não há toga para quem se exime do peso dos próprios actos, invocando para si uma liberdade que nega aos outros.

    Hoje, dois milénios depois, há quem invoque os gregos como se fossem seus fiadores — e o façam com a ligeireza de quem cita Platão entre dois tweets, ou usa Sócrates como escudo moral para um sketch que expõe outrem à chacota nacional. Não lhes interessa a verdade, mas apenas a justificação. Como diria Nietzsche — que não estava em Atenas, mas devia ter sido convidado: “A arte deve criar beleza, não escárnio. Caso contrário, transforma-se numa feira de vaidades.”

    O que está em causa não é censura, nem processos judiciais. É a velha questão da humildade. Todas as profissões erram. Mas só algumas se habituaram a disfarçar o erro de coragem. Médicos, professores, juízes e jornalistas são criticados, julgados e respondem pelos seus actos. Por que motivo haveria o humor — esse sublime tempero do espírito — de escapar ao escrutínio da ética?

    O jovem discípulo de Aristófanes, dizem, saiu da assembleia com um ar pesaroso. Continuava convencido da sua importância civilizacional. Mas ali aprendeu que até o humor, quando se leva demasiado a sério, corre o risco de deixar de ter graça.

    Festival dos Canais celebra 10.ª edição com balanço muito positivo

    0
    oma participou no festival dos canais
    oma participou no festival dos canais

    O Festival dos Canais terminou no domingo, 20 de julho, com um balanço extremamente positivo, assinalando de forma marcante a sua 10.ª edição. Promovido pela Câmara Municipal de Aveiro, o evento contou com mais de 30 espetáculos oriundos de 14 países, totalizando 157 apresentações em 18 palcos, espalhados por vários pontos da cidade. Destaque ainda para as 15 estreias absolutas apresentadas ao longo dos cinco dias de programação.

    A adesão do público foi a maior de sempre, com forte afluência em todos os espaços e horários do Festival. A programação abrangeu diversas expressões artísticas, como teatro de rua, novo circo, dança, música, performance e artes visuais, transformando ruas, praças, jardins e canais em palcos vivos de cultura e encontro.

    O Presidente da Câmara Municipal de Aveiro, José Ribau Esteves, destacou “o envolvimento da comunidade local, com uma participação recorde, não só do público, mas também de organizações, artistas e cidadãos aveirenses que se envolveram diretamente na criação de várias propostas artísticas, dando um cunho muito local a esta edição. “Levámos o Festival a espaços onde nunca tinha estado, reforçando o objetivo de aproximar ainda mais os aveirenses e os visitantes da Cidade e dos seus espaços públicos. Podemos afirmar que esta foi a melhor edição de sempre, confirmado a qualidade do Festival, da Cidade dos Canais e da Política Cultural e de Eventos da Câmara de Aveiro”, afirmou.

    Também o programador do Festival, José Pina, sublinhou o alcance artístico e o envolvimento comunitário, que permitiu celebrar a décima edição de forma especial e o balanço é extremamente positivo. “A resposta do público foi magnífica, e a programação teve impacto real na comunidade. Fizemos história, sem desviar o rumo que o festival sempre seguiu. Agradeço ao público, aos artistas e à comunidade artística local, com um reconhecimento especial à equipa do Teatro Aveirense, pela entrega excecional em todas as fases do processo”, concluiu.

    O Festival dos Canais consolidou-se como um dos maiores eventos culturais da Região, reforçando a estratégia municipal de valorização do espaço público, da criação artística e da participação dos cidadãos.

    Temos muitas formas de viver a vida, uma delas é entender que temos uma grande responsabilidade

    0

    Temos muitas formas de viver a vida, uma delas é entender que temos uma grande responsabilidade em relação a escrever a história de nossas vidas, sendo nós os protagonistas, considerando nossos sonhos, considerando que devemos cuidar de nós mesmos, considerando que as pessoas que pertencem ao nosso núcleo devem ter o lugar que lhes corresponde, sem lhes dar, a qualquer momento, controle sobre nossas decisões, nossas ações ou nossa vida em geral.

    Viver para agradar os outros pode ser o caminho mais frustrante que decidimos transitar, significa deixar nossos anseios de lado e adotar aqueles que não nos pertencem. Embora seja verdade que podemos sentir muita satisfação quando pessoas importantes se sentem orgulhosas de nós, também é verdade que quando geramos esse efeito tentando nos adaptar a parâmetros que não correspondem ao que queremos, mais cedo ou mais tarde essa satisfação se transformará em frustração.

    Todos merecem amor e respeito pelo que são, sem ter que fingir nada ou se encaixar em um determinado padrão, não há um jeito único de fazer as coisas, e é muito arrogante pensar que dentro de um universo de possibilidades, a nossa é a melhor maneira.

    Estamos todos num caminho de evolução e cada um precisa viver suas próprias experiências para aprender e crescer; se vivemos essas experiências tomando como referência o que os outros gostariam de nós, sentiremos falta de lições valiosas ao longo do caminho.

    Nossas emoções estão ligadas aos nossos pensamentos, e ambos são os que acabam provocando um estado de stress, ansiedade ou depressão. Quando não nos sentimos satisfeitos com o que fazemos, porque no final é o que o outro quer, quando pressionamos demais tentando nos encaixar, quando nos importamos mais com o que as pessoas pensam, em vez de como realmente nos sentimos, geramos em nossa mente um número de pensamentos que se tornarão predominantes.

    Por ter uma tendência negativa em nossos pensamentos, nosso corpo reagirá com as emoções associadas, e desta maneira nosso corpo nos alertará de que há algo que não estamos fazendo da melhor maneira, ou que estamos abrigando e alimentando em nossa mente conteúdo que nos causa dano.

    Qualquer indicação de sofrimento emocional deve nos levar a rever nosso estilo de vida, ver a que dedicamos tempo e energia, ver se estamos disponibilizando tempo para nós mesmos, para fazer o que gostamos, mas especialmente é um convite para avaliar quão importante é a nossa vida, a influência de outras pessoas e que lugar na escala de prioridades damos a ela.

    Esta vida é curta demais para actuar como extras ou para viver os sonhos dos outros. Dediquem-se a viver cada segundo da maneira mais apaixonada possível e procure sempre seus sonhos, em vez de procurar a aceitação dos outros.

    IL Aveiro propõe reabilitar o terreno da antiga lota

    0


    Aveiro não precisa de mais condomínios de luxo à beira-ria. Precisa de espaços vivos, abertos, que sirvam todos os Aveirenses — e não apenas uma elite, assume o partido em comunicado enviado às redações.

    O terreno da antiga lota, no coração da cidade e junto à ria, é a frente lagunar mais subvalorizada de Portugal.

    Luz, espaço e história — tudo por aproveitar.

    A Iniciativa Liberal propõe transformar este vazio urbano em LOTA – Lugar de Oportunidades, Turismo e Ambiente:
    um novo centro de vida urbana, para lazer, cultura, comércio e ligação à natureza.

    NÃO será mais um conjunto de apartamentos fechados a quem cá vive.

    NÃO será mais uma oportunidade entregue à especulação imobiliária.

    SERÁ um espaço útil, acessível e vivo — pensado para todos.

    Defendemos um projeto com:
    🔹 Esplanadas, bares e restaurantes junto à água
    🔹 Zonas verdes amplas, ciclovias, parques infantis e desportos náuticos
    🔹 Um Multiusos moderno para concertos, congressos e eventos culturais
    🔹 Espaços para criação artística e associativa
    🔹 Animação noturna regulada, com horários alargados

    Este é o momento de dar um novo significado à antiga lota. Um projeto com visão, transparência e impacto real.

    Porque LOTA – Lugar de Oportunidades, Turismo e Ambiente não deve ser privatizada em luxo.
    Deve ser devolvida à cidade como lugar de encontro, partilha e futuro.

    BE da Feira exige fim da concessão da água à Indaqua

    0

    O desrespeito pelos Feirenses é evidente quando o atual executivo do PSD opta pela privatização do direito universal à água, que resulta em custos avultados para os munícipes sem que as famílias mais desfavorecidas possam usufruir de uma tarifa social automática. 

    Em Santa Maria da Feira a Água e o Saneamento estão entregues à gestão da INDAQUA – Indústria e Gestão de Água, S.A. A INDAQUA pratica uma das tarifas mais caras do país e a mais cara do distrito de Aveiro. Recentemente, foi noticiado num canal de televisão que a INDAQUA em Santa Maria da Feira cobra um valor 6 vezes superior ao pago no concelho da Moita. A discrepância de 65 euros (Moita) para 419 (SMF) referente a 180 metros cúbicos de água é gritante.

    Acresce que, para além de não garantir o acesso igualitário a estes serviços básicos, a atuação da INDAQUA pauta-se por uma atitude persecutória para com os Feirenses.

    Desde a primeira hora estivemos contra esta concessão. Para responder a este flagelo o Bloco de Esquerda propõe para estas autárquicas:

    1. a remunicipalização durante este novo mandato da Água;
    2. a aplicação de uma tarifa social automática que abrangerá bem mais de 10.000 famílias e garantirá uma redução de 50% no preço da água;
    3. a aplicação do tarifário de famílias numerosas para agregados com 4 ou mais membros, garantindo o acesso à quantidade de água mínima indispensável ao custo mais baixo;
    4. o fim das taxas de ligação e o fim da taxa de disponibilidade;
    5. a remunicipalização do serviço de recolha de resíduos, garantindo que todo o concelho tem acesso a este serviço a tempo e horas e de forma igual;
    6. a realização e fixação dos exames de qualidade da água das fontes de todo o concelho.

    7. a total cobertura da rede no espaço de dois anos.

    Luísa Teixeira é a candidata do Bloco de Esquerda à Junta de Freguesia de Oliveirinha

    0

    Com uma forte ligação a Oliveirinha, onde reside há mais de 40 anos, teve, desde sempre, um papel ativo na comunidade. Durante vários anos, foi membro da Associação de Pais da Escola EB 2, 3 Castro Matoso, contribuindo para a educação e bem-estar de crianças, adolescentes e das suas famílias.

    Dedicou mais de duas décadas à Casa do Povo de Oliveirinha, como membro da direção e ajudando a promover o desenvolvimento social da Freguesia. É Juiz Social, participando especialmente nos tribunais de família e menores e nos processos tutelares educativos.

    Com essa experiência e dedicação, pretende continuar a trabalhar por uma Oliveirinha mais justa, participativa e solidária, representando os interesses de todos os seus habitantes. Estará sempre do lado dos mais desfavorecidos.

    O Bloco de Esquerda nas últimas eleições autárquicas elegeu um representante para a Assembleia de Freguesia de Oliveirinha.

    IL de Santa Maria da Feira anuncia o lançamento da sua nova campanha de outdoors Alerta Feira

    0
    Campanha de Outdoors Autárquicas
    Campanha de Outdoors Autárquicas


    “A Iniciativa Liberal (IL) de Santa Maria da Feira anuncia hoje o lançamento da sua nova campanha de outdoors “Alerta Feira”, que visa promover uma maior participação cívica e transparência na gestão do concelho. A campanha destaca a importância de uma nova ferramenta digital, a aplicação móvel “Alerta Feira” (disponível em www.alertafeira.pt) , que permitirá aos munícipes reportar e comentar diretamente situações que os preocupam no dia-a-dia da sua comunidade.

    Com esta iniciativa, a IL de Santa Maria da Feira pretende ir ao encontro das necessidades e preocupações dos cidadãos, oferecendo um canal direto para que as suas vozes sejam ouvidas e as suas sugestões tidas em conta. A aplicação “Alerta Feira” funcionará como uma plataforma intuitiva e acessível, onde os feirenses poderão denunciar desde problemas de infraestruturas, como buracos nas estradas ou iluminação pública deficiente, a questões de segurança, higiene urbana, ou qualquer outra situação que afete a qualidade de vida no concelho.

    Além de denunciar, os utilizadores poderão também comentar e acompanhar o estado das situações reportadas, promovendo um sentido de comunidade e responsabilidade partilhada.

    “Acreditamos que uma gestão autárquica verdadeiramente eficaz e democrática se constrói com a participação ativa dos seus cidadãos”, afirma Paulo Silva, coordenador do núcleo de Santa Maria da Feira. “Com a campanha ‘Alerta Feira’ e a futura aplicação, queremos empoderar os feirenses, dando-lhes uma ferramenta prática para que possam ser parte integrante da solução dos problemas do concelho. É fundamental que as preocupações dos munícipes cheguem de forma rápida e eficiente às entidades competentes, e que exista uma resposta transparente e atempada.”

    A campanha de outdoors será visível em vários pontos estratégicos de Santa Maria da Feira, com o objetivo de sensibilizar a população para a importância da sua participação ativa e para o potencial da aplicação “Alerta Feira”.

    A Iniciativa Liberal de Santa Maria da Feira reitera o seu compromisso com a defesa dos interesses dos feirenses e com a construção de um concelho mais transparente, eficiente e participativo.”

    Estimar e estimular o cérebro em todas as idades para prevenir o AVC e proteger a saúde cerebral

    0
    Dr.ª Inês Laranjinha Neurologista na ULS Santo António Em representação da Sociedade Portuguesa do AVC
    Dr.ª Inês Laranjinha Neurologista na ULS Santo António Em representação da Sociedade Portuguesa do AVC

    O cérebro é o órgão mais fascinante do nosso corpo. Controla as funções vitais, comanda o funcionamento de todos os outros órgãos e é capaz de adaptações a mudanças das condições de nós próprios e do meio à nossa volta. É também o maestro do que nos torna seres únicos e conscientes: define a nossa personalidade, comportamento, emoções e memórias. 

    Quando parte do cérebro sofre uma lesão, seja por uma doença aguda como o AVC, seja por uma doença crónica como a demência, perdem-se milhões de células (neurónios). As sequelas destas doenças neurológicas incluem défices de força, sensibilidade, coordenação e cognitivas. Podem ser devastadoras com repercussão importante no quotidiano dos doentes; infelizmente, nem todas estas sequelas são recuperáveis com reabilitação. 

    Em particular, as falhas cognitivas – de memória, raciocínio, comportamento e personalidade – têm um impacto quer no doente, quer na sua família e cuidadores, porque cursam com frequência com maior dependência no dia a dia e alteração da identidade própria. A deterioração cognitiva progressiva que caracteriza a demência leva a perda de autonomia da pessoa, com consequências sociais, emocionais e económicas.

    O foco deve ser, por isso, na prevenção do dano cerebral. Para minimizar o risco de AVC, doenças como a hipertensão arterial, diabetes, colesterol elevado, tabaco e consumo excessivo de álcool devem ser evitadas e corrigidas. 

    Em relação à demência, sabia que quase metade do risco é modificável? Desde a infância (baixa escolaridade), à idade adulta (sedentarismo, diminuição de audição e as doenças que aumentam o risco de AVC) até à terceira idade (isolamento social e diminuição de visão), há forma de cuidar da saúde cerebral em cada faixa etária. 

    Assim, importa conhecer as medidas ao alcance de cada um de nós:

    ·      Infância: incentivar a escolaridade;

    ·      Adultos: estimular atividade física regular, corrigir falta de audição e tratar doenças cardiovasculares;

    ·      Idosos: promover socialização e corrigir falta de visão.

    Hoje, 22 de Julho, celebra-se o Dia Mundial do Cérebro, este ano com o tema “Brain Health for all Ages” – “Saúde do Cérebro para todas as idades”. Vamos, então, estimar a saúde do nosso cérebro, em todos os momentos da nossa vida, para tornar cada um deles memorável. 

    Achados roubados, memória de Portugal perdida…

    0
    sítio arqueológico
    sítio arqueológico

    Em Portugal, o roubo de achados arqueológicos tornou-se um crime banalizado. Há muito que deixámos de proteger com seriedade o que nos define como povo. Entre a indiferença e a omissão, o passado vai-se perdendo — à pá, à picareta, ao som discreto de detectores de metais manuseados por saqueadores de ocasião ou traficantes organizados.

    O que aconteceu no Castelo de Noudar, em Barrancos, é mais do que vandalismo. É um aviso. Num dos mais isolados e belos testemunhos do Portugal medieval, foram identificados buracos cavados com ferramentas clandestinas e vestígios de remoção de objetos arqueológicos. Sabemos que desapareceram moedas, cerâmicas, fragmentos de um tempo que ninguém voltará a estudar. O Estado nada fez. E o silêncio é a segunda agressão.

    Mas Noudar é apenas um nome numa lista que cresce. No Castro de Sabroso, em Guimarães, o saque repetiu-se. Grupos com detectores de metais vandalizaram estruturas da Idade do Ferro, deixaram valas abertas e retiraram cerâmicas.
    Na Torre Velha I, em Serpa, o que restava de uma villa romana foi parcialmente destruído por uma retroescavadora — a ignorância matou aquilo que a arqueologia ainda não tinha conseguido proteger.
    Ao largo de Faro, uma empresa estrangeira extraiu ilegalmente moedas da nau espanhola Nuestra Señora de las Mercedes, levando para fora de águas portuguesas um espólio histórico que devia ser nosso.
    E em 2009, a Polícia Judiciária recuperou no estrangeiro bustos, peças litúrgicas e objetos sacros roubados em vários pontos do país, provando que há um mercado negro ativo e impune para o nosso património.

    É altura de dizê-lo com todas as letras: o saque do património arqueológico em Portugal é sistemático, transversal e politicamente ignorado. Não faltam leis — falta vontade. Falta fiscalização. Falta dinheiro. Falta vergonha.

    A Direção-Geral do Património Cultural não tem meios para agir. As autarquias, na sua maioria, não têm técnicos nem formação para identificar, muito menos proteger, os sítios em risco. A GNR pouco pode fazer quando os alertas chegam tarde e os agressores já partiram com o espólio. E no meio disto tudo, a memória coletiva vai-se desfazendo como pó antigo em mãos irresponsáveis.

    A quem pertence o passado? A todos nós. E se é nosso, então exige-se que o Estado o trate como um bem comum, não como uma nota de rodapé nos orçamentos culturais.

    É por isso que defendo a criação urgente de um “Plano nacional de combate ao saque de achados arqueológicos e património”, com medidas concretas:

    • Fiscalização reforçada com drones e forças policiais em sítios vulneráveis;
    • Mapeamento nacional dos locais arqueológicos em risco, com sinalização visível no terreno;
    • Campanhas de sensibilização junto das populações, para que cada cidadão se torne um vigilante da sua própria herança;
    • Revisão da lei, criminalizando com firmeza o uso não autorizado de detectores de metais e o tráfico de bens culturais;
    • Cooperação internacional, para travar a exportação clandestina de artefactos e recuperar o que já foi levado.

    A história de um país não se resume ao que está nos livros. Vive no solo, nos vestígios, nos fragmentos que esperam por quem os saiba ler. Quando esses fragmentos são roubados, roubam-nos também o direito de compreender quem fomos. E sem esse direito, não há futuro que se construa com raízes firmes.

    Noudar foi saqueado. Mas e o que dizer de nós? Ficaremos imóveis, a ver a História a fugir-nos por entre os dedos?

    Carolina Santos apresentada como candidata à junta de Oliveirinha pela Aliança Mais Aveiro

    0


    Ao final da tarde de domingo, as Piscinas de Oliveirinha foram o palco escolhido para a apresentação de Carolina Santos como candidata à Junta de Freguesia de Oliveirinha pela Aliança Mais Aveiro. Um evento cheio de energia e confiança, que contou com a presença de Luís Souto Miranda, o nosso candidato à autarquia, Armando Vieira, mandatário da candidata à Junta, e Firmino Ferreira, atual presidente da Junta de Freguesia de Oliveirinha e Deputado à Assembleia da República.

    Compromissos assumidos, para cumprir!

    Por Mais Oliveirinha e Mais Aveiro, Carolina Santos e Luís Souto Miranda elencaram vários compromissos, para cumprir, de palavra dada.

    Luís Souto Miranda

    Não estamos aqui para prometer tudo a todos — estamos aqui para continuar a servir para inovar com responsabilidade, com verdade e compromisso:

    • Criar um parque público de Oliveirinha, uma linda praça-jardim onde a comunidade se possa encontrar a localizar no atual adro da feira e relocalizar a Feira para novo espaço com as devidas condições;
    • Promover o crescimento da zona industrial Aveiro-Centro que integra Oliveirinha;
    • Vamos construir uma nova via, paralela à A17, que permitirá ligar a Zona Industrial Aveiro- Centro ao futuro nó de ligação do eixo Aveiro-Águeda;
    • No ensino vamos investir na qualificação do parque escolar designadamente da EB 2,3;
    • A educação será prioridade e estamos decididos a desenvolver a revisão da carta educativa para atender as novas realidades demográficas e garantir aquilo que é mais importante – condições de excelência para a educação das nossas crianças e jovens de Oliveirinha.
    • Apostaremos na melhoria continua das condições da prestação de cuidados de saúde primários à população – temos aqui em Oliveirinha excelentes recursos humanos no Centro de Saúde, e vamos ter de melhorar as suas condições de trabalho.

    Carolina Santos

    Assumo, desde já, o compromisso forme de colocar em marcha um conjunto de iniciativas que vão de encontro às necessidades da nossa comunidade:

    • A construção de um Armazém para guardar todos os materiais e máquinas;
    • Um novo espaço para a Feira, com estruturas adequadas, no sentido de melhorar a qualidade, para quem vende e para quem compra;
    • Fortalecer o apoio ao associativismo;
    • Criar mais momentos de partilhas em comunidade, como um Mercadinho de Natal;
    • Conservação e melhoria da rede viária; como por exemplo a estrada principal que liga Quintãs a Eixo;
    • Uma maior e especial atenção à limpeza de valetas;
    • Habitação social e de custos controlados;
    • Continuar a dinamização do espaço sénior e realizar anualmente um passeio sénior e um passeio júnior;
    • Apoiar os clubes existentes e criar novas modalidades, como o padel;
    • Modernizar os edifícios públicos, apoiar as famílias com campos de férias;
    • Dar continuidade à distribuição de cabazes de Natal às famílias carenciadas.

    Com rigor, sem parar e sem utopias

    Luís Souto Miranda:

    É com rigor que se pautará a nossa governação municipal.

    Não vamos deitar por terra os esforços de recuperação da credibilidade institucional e financeira da Câmara Municipal de Aveiro realizados pela equipa liderada pelo Eng.º Ribau Esteves. Como membro que sou da atual maioria que governa o município desde o seu início, a minha candidatura nunca poderia ser de rutura

    Repito e repetirei: não esquecemos os anos de governação socialista da autarquia que, como alguém dizia, “nos deixaram de tanga!”

    O grande escritor José Régio escreveu: “não sei para onde vou, não sei para onde vou —sei que não vou por aí!

    Pois eu digo-vos nós sabemos bem para onde vamos e sabemos que não vamos por ali! Não vamos por aí, não vamos parar o progresso, não vamos prometer utopias.

    O elogio a Carolina Santos

    Luís Souto Miranda:

    A Carolina é mulher e mãe – e queria aproveitar para fazer aqui uma saudação a todas as mulheres de Oliveirinha e de Aveiro – e um agradecimento especial às mulheres que com grande coragem aceitaram sem hesitações fazer parte das candidaturas da Aliança Mais Aveiro.

    As esquerdas preocupam-se muito com as quotas – pois nós, na Aliança Mais Aveiro, vamos muito além de quotas: num total de dez freguesias, temos cinco mulheres – escolhidas pelo seu mérito, pelas suas qualidades.

    O nome da Carolina surgiu com toda a naturalidade: pela sua serenidade, pelo seu envolvimento na vida autárquica e comunitária, pelo seu brio profissional. Estamos muito confiantes que trará a esta freguesia uma nova energia, e novos projetos.

    Lista de todos os membros da Aliança Mais Aveiro à Freguesia de Oliveirinha

    Ana Maria Santos; André Paiva; Armando Oliveira; Carla Ferreira; Carolina Ascenso; Celeste Freitas; Constança Ascensão; Elisabete Silva; Fernando Carvalho; Fernando Ribeiro; Filipe Carvalho; Firmino Ferreira; Florentino Barros; Jorge Costa; José Carlos Marques; Leonardo Maio; Márcia Mieiro; Maria Helena Maia; Mário Mostardinha; Nuno Casal; Nuno Dias; Pedro Romão; Ricardo Lamas; Rodrigo Neto; Tânia Silva; Virgínia Lopes

    Subscrição anual

    [variable_1] de [variable_2] subscreveu o Aveiro TV.  Clique para subscrever também!