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    4.ª edição do Concurso Regional Centro Circular

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    A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, I.P. (CCDR Centro) promoveu hoje, dia 29 de abril, em Coimbra, a final da 4.ª edição do Concurso Regional Centro Circular, disputada por 22 alunos finalistas, de 11 escolas da região Centro. Esta edição contou com a participação de 1.168 jogadores, de 59 escolas (dos quais 413 são alunos do 2.º ciclo, 562 são alunos do 3.º ciclo e 82 são professores).

    Os vencedores da 4.ª edição do Concurso Regional Centro Circular são:

    2.º ciclo

    • 1.º lugar – Laura Lucas – Escola Básica e Secundária Pedro Álvares Cabral de Belmonte, Belmonte
    • 2.º lugar – Gabriela Domingues – Escola Básica João de Barros, Figueira da Foz
    • 3.º lugar – Leonor Ribeiro – Escola Básica de Campo de Besteiros, Tondela

    3.º ciclo

    • 1.º lugar – Francisco Gomes – Escola Secundária Afonso de Albuquerque, Guarda
    • 2.º lugar – David Abel – Escola Básica e Secundária Sever do Vouga, Sever do Vouga
    • 3.º lugar – Maria Mendes – Escola Básica e Secundária Pedro Álvares Cabral de Belmonte, Belmonte

    O Centro Circular é um jogo educativo online (https://www.centrocircular.pt/)​, desenvolvido pela CCDR Centro, em parceria com a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares – Direção de Serviços da Região Centro. O seu principal objetivo é sensibilizar a comunidade escolar da região para os princípios da economia circular, através de uma abordagem inovadora baseada na gamificação.

    Dirigido a alunos do 2.º e 3.º ciclos do ensino básico dos 100 municípios da Região Centro, o concurso contou, nesta edição, com a colaboração das Comunidades Intermunicipais (CIM) e registou uma elevada adesão. Durante a fase de competição qualificativa, aberta a todas as escolas da região, que decorreu entre 17 de fevereiro e 17 de março, foram criados mais de sete mil jogos de tabuleiro, evidenciando o sucesso da plataforma como ferramenta de aprendizagem e sensibilização para a economia circular.

    A edição deste ano desenvolveu-se em três fases: competição qualificativa online; semifinais intermunicipais presenciais e final regional presencial. A grande novidade desta 4.ª edição foi precisamente a realização de semifinais intermunicipais presenciais, nas quais participaram os alunos mais bem classificados de cada ciclo e de cada CIM, na fase de qualificação.

    Dia Mundial da Dança assinalado em fábricas, espaço publico e Casa da Criatividade

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    Arrancou nesta terça-feira, 29 de abril, Dia Mundial da Dança, o evento “A Cidade Dança”, que decorre em S. João da Madeira até domingo, 4 de maio, numa organização da Câmara Municipal, em parceria com a associação cultural “Play False” – estrutura financiada pela Direção Geral das Artes – e com a curadoria da coreógrafa e bailarina São Castro.

    É a 6.ª edição deste festival, cujo programa inclui atividades com um foco particular na comunidade, como sejam a “Dança nas Fábricas” e a “Dança pela Cidade”, para além de espetáculos na Casa da Criatividade, com grandes nomes da dança, e de uma masterclass com Miguel Ramalho, Bailarino Principal da Companhia Nacional de Bailado.

    A propósito do evento, o presidente da Câmara Municipal, Jorge Vultos Sequeira, sublinha que o mesmo tem promovido um “crescente o impacto da dança junto do público, reforçando e consolidando o trabalho das associações e instituições que se dedicam a esta expressão artística”. Essas entidades “têm a oportunidade de mostrar os seus talentos no palco dos auditórios, mas também em praças e jardins da cidade e, até, no chão de fábrica, associando-se, dessa forma, à indústria, que é uma das marcas do concelho”, afirma o autarca.

    Este evento “pretende voltar a transformar S. João da Madeira num grande palco para a dança”, refere, por seu lado, São Castro, acrescentando que se procura, adicionalmente, “reafirmar o papel da arte como motor de encontro, partilha e transformação”. A curadora destaca que “iniciativas como a ‘Dança nas Fábricas’ e a ‘Dança pela Cidade’, reforçam a missão do festival em aproximar a dança das pessoas através de diversos contextos de apresentação, promovendo uma relação sensível e participativa com o corpo, o espaço e a criação artística”.

    O envolvimento de nomes consagrados, como Clara Andermatt e Marta Cerqueira, conjugado com a apresentação de projetos de jovens criadores, como Miguel Ramalho e Miguel Esteves, assegura “uma programação diversa que cruza gerações, linguagens e territórios — da dança ao circo, do palco aos espaços industriais e urbanos da cidade”, adianta a coreógrafa sanjoanense.

    A participação de Henrique Amoedo, diretor da companhia “Dançando com a Diferença”, para uma conversa após a exibição do filme “Super Natural” ou as parcerias com outros projetos municipais – como o Turismo Industrial, o Cine São João ou o Centro de Arte Oliva – promovem uma “dinamização cultural na região e uma valorização dos recursos locais”, considera São Castro.

    A curadora destaca ainda “a contínua afirmação deste festival como uma celebração da dança enquanto prática plural e inclusiva, onde cada proposta desafia o olhar e promove novas possibilidades de relação com o corpo e a cidade”. Uma realidade para descobrir até domingo, 4 de maio, podendo o programa ser consultado na íntegra na página de internet da Casa da Criatividade (https://www.casadacriatividade.com/a-cidade-danca).

    Abertas inscrições para expositores na Feira da Vinha e do Vinho 2025

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    Encontra-se a decorrer o período para apresentação de propostas e inscrições para a concessão de espaços na 22ª Feira da Vinha e do Vinho (FVV), organizada pelo Municipio de Anadia, que se vai realizar de 18 a 22 de junho, no Vale Santo, em Anadia.

    Os cadernos de encargos com as respetivas normas e condições referentes a bares/cafés, espaços diversos, expositores de animação e produtores vitivinícolas foram aprovados em reunião do executivo municipal e encontram-se disponíveis para consulta na página da internet do Município (www.cm-anadia.pt).

    As propostas referentes aos bares e espaços de cafés deverão ser apresentadas até às 17h00. do dia 15 de maio, devendo as mesmas ser entregues na Câmara Municipal de Anadia ou remetidas pelo correio em carta fechada.

    As propostas para a Praça da Alimentação devem ser remetidas até às 17h00 do dia 30 de maio.

    Para os espaços diversos, as propostas deverão ser entregues até às 17h00, de 23 de maio.

    Os produtores vitivinícolas, interessados em participar, devem efetuar a respetiva inscrição até às 17h00, de 23 de maio.

    Recorde-se que o certame deste ano tem como cabeças de cartaz: Nininho Vaz Maia (dia 18), Sara Correia (19), MC Daniel (20), Morcheeba (21), Cocomelon e Bluey (mini-shows para crianças) e Marchas Populares (22).

    As entradas no certame têm um custo de 3,00€, à exceção do último dia, dedicado à família, em que a entrada é gratuita. O bilhete geral custa 10,00€. Os possuidores dos cartões Anadia Sénior e Anadia Jovem têm um desconto de 50%.

    Hospital de Ovar passa a contar com nova Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência

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    A nova valência de Psiquiatria da Infância e Adolescência, localizada no Hospital de Ovar, que inclui hospital de dia, prevê a realização de cerca de 600 consultas por ano.

    A Unidade Local de Saúde de Entre Douro e Vouga (ULSEDV) passa a contar com uma nova Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência, localizada no Hospital Francisco Zagalo, em Ovar.

    A Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência conta com respostas de consulta de Pedopsiquiatria, consulta de psicologia infantil, consulta de avaliação de perturbações do espetro do Autismo, consulta de primeira infância (0-5 anos) e intervenções psicoterapêuticas e psicoeducativas.

    Para a Diretora do Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência da ULS Entre Douro e Vouga, Sílvia Tavares, a Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência do Hospital de Ovar, “permite uma resposta de maior proximidade para os utentes de Ovar, reduzindo as deslocações e potenciando a adesão às consultas. Esta proximidade optimiza a intervenção terapêutica por aproximação dos técnicos ao contexto vivencial do utente e melhoria da articulação comunitária”.

    “Vem semear milho connosco!” é a proposta da Associação PRO.BOCO

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    “Vem semear milho connosco!” é a proposta da Associação PRO.BOCO uma atividade diferente para o feriado do dia 1 de maio, ligada à terra e às tradições, e que promete trazer muita animação e diversão para toda a família!

    Neste dia, 1 de maio, a partir das 15h00, no Boco – Aldeia de Portugal, as crianças terão a oportunidade de semear milho num campo agrícola próximo da sede da Associação (antiga escola primária do Boco) sendo que para além desta atividade, haverá, também, jogos tradicionais, e pintura em tela! No final, será oferecido um lanche às crianças!

    A atividade é gratuita, mas sujeita a inscrição em www.cm-vagos-pt/visitar/vem-semear-milho

    Esta atividade é organizada pela Associação PRO.BOCO e está integrada no Plano de Valorização da Aldeia do Boco, um plano elaborado num processo participativo com a comunidade local, com a colaboração da Câmara Municipal de Vagos, Junta de Freguesia de Soza, Grupo de Ação Local (GAL Aveiro Sul) e a ATA (Associação de Turismo de Aldeia).

    Comércio local de Anadia “Sai à rua”

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    Com o intuito de promover e dinamizar o comércio local do concelho, o Município de Anadia, em parceria com a ACIB – Associação Comercial e Industrial da Bairrada, vai promover nos próximos dias 23, 24 e 25 de maio, o evento “Sai à Rua” que terá lugar na zona envolvente ao Museu do Vinho Bairrada, em Anadia. Serão três dias dedicados aos serviços e comércio local, à gastronomia, arte, música, moda e animação.

    O evento está inserido no “Viver Anadia – da Tradição à Inovação” e enquadra-se na estratégia de dinamização do comércio local, preconizada pelo projeto dos “Bairros Comerciais Digitais” estendendo-se a todos os estabelecimentos do concelho que pretendam aderir.

    “Sai à Rua” tem como propósito dinamizar o centro da cidade, nomeadamente atraindo visitantes a Anadia, valorizando o comércio local, promovendo desta forma a identidade da marca “Viver Anadia”.

    Na sessão de apresentação do evento que decorreu no auditório do Museu do Vinho Bairrada, o vice-presidente da Câmara Municipal, Jorge Sampaio, sublinhou que “esta atividade resulta da vontade da Câmara Municipal, mas, sobretudo, do diálogo periódico que temos mantido com os comerciantes”, considerando que “será um fim de semana em que o nosso comércio local vai mostrar o melhor que tem”. “Penso que vão ser três dias fantásticos em que o objetivo é ter o comércio representado, com muita animação. Queremos convidar as pessoas a visitar as lojas do nosso concelho, bem como dar a conhecer as atividades que o comércio tem para oferecer aos cidadãos de Anadia, criar ligações entre o comércio e os compradores”, acrescentou.

    Jorge Sampaio realçou que o objetivo do Município “é realizar um evento dedicado ao comércio local, com uma dignidade igual àquela que fazemos com o Millèsime, na Curia”.

    A coordenadora do Bairro Digital de Anadia, Cristina Azevedo, deu a conhecer o evento que irá ter lugar na zona envolvente ao Museu do Vinho Bairrada (parque de estacionamento e jardim). Uma tenda gigante irá albergar os cerca de 40 espaços dedicados aos comerciantes, haverá ainda uma zona dedicada às crianças, restauração e animação.

    Cristina Azevedo adiantou ainda que estão previstas várias atividades paralelas, nomeadamente workshops, desfiles, mostra de talentos, sessão fotográfica, entre outras.

    O horário de funcionamento do “Sai à Rua” é o seguinte: na sexta-feira, dia 23 maio, das 17h00 às 21h00, no sábado, 24 maio, das 15h00 às 21h00, e no domingo, 25 maio, das 15h00 às 19h00. Os espaços de animação e restauração funcionarão na sexta-feira das 17h00 às 23h00, no sábado das 14h00 às 23h00 e no domingo das 14h00 às 19h00.

    Os comerciantes interessados em participar podem inscrever-se até ao próximo dia 6 de maio, através do link: https://forms.gle/YCd2J69FABUsRKqN7

    É preciso exercitar a empatia colocando-nos no lugar do outro

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    É preciso exercitar a empatia, colocando-nos no lugar do outro, entendendo-o antes de criticá-lo. E é preciso coragem para nos colocarmos nas dores alheias, porque isso traz dor, isso implica consciência de que, muitas vezes, estamos sendo injustos com quem apenas necessita de apoio.

    Atitudes extremas de dar auxílio, mesmo “in extremis” quase nunca são tomadas por quem está bem e tranquilo, mas em contrapartida, por pessoas enredadas e conhecedoras do que é a dor e o desespero.

    Não permita que alguém o julgue sem ter vivido a sua história, sem ter compartilhado nada consigo, sem nunca ter perguntado se precisava de alguma coisa.

    Mas o maior sofrimento de quem sofre poderá muito bem ser, o desinteresse familiar, daqueles que estando perto, ficam longe, daqueles que no conforto das suas vidas, abdicam da solidariedade, da partilha e da participação no alívio do sofrimento.

    Por fim, ignore quem ataca sem entender, quem julga sem conhecer, quem comenta sem saber, porque a maioria das pessoas só está preocupada com o que acham serem erros alheios que poderiam ser evitados, embora elas próprias errem e tentem se esconder, apontando o dedo para fora de si.

    Afinal, ninguém conseguirá ser tão implacável quanto a nossa própria consciência.

    O jornalismo regional vive dias de tempestade e tende a naufragar

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    Desde que me conheço na área do jornalismo, e já lá vão quase 30 anos, que diariamente respiro este ar, que diariamente convivo com os players políticos e que assisto, na primeira bancada, em lugar de destaque, às manobras que se vão fazendo.

    Com o avançar das tecnologias e claramente uma falta de legislação que trave, por exemplo, os municípios de fazerem jornalismo encapotado, o papel do jornalista regional vai-se degradando, perdendo importância e com um fim, não anunciado, mas para lá caminha. Não se entende como é possível, aos organismos públicos, que têm como missão serem profissionais na área que lhes assiste, acrescentarem também a área da comunicação. Não se trata de fazerem comunicados de imprensa, não se trata de informarem a imprensa das suas atividades, trata-se sim de terem verdadeiras máquinas jornalísticas/propagandísticas, bem oleadas, pagas pelo erário público, em perfeita concorrência com os jornais regionais e que têm apenas a missão de propagandear a mensagem que é definida pelo seu líder. Nos portais camarários, na seção de “notícias”, há de tudo e para todos os gostos. Textos, fotografias, vídeos e por vezes apresentações multimédia bem trabalhadas, bem como uma carga enorme de ideologia política/partidária, enaltecendo a qualidade dos seus eleitos.

    Além desta forma de fazer jornalismo encapotado nos portais, ainda o fazem na página do Facebook, Instagram e outras redes, bem como investem em edições em papel, para levar mais longe a sua comunicação. E há municípios que ainda são proprietários de televisões regionais, com investimentos de milhões ao longo dos anos. E os jornalistas, com uma missão nobre, 7 dias por semana, faça chuva ou faça sol, assistem a isto, impávidos e serenos, sem manifestações de maior e aguardando o final do trajeto da guilhotina, que já está em andamento.

    É preciso inverter rapidamente esta situação. Isto só se faz com a pressão positiva ao governo. Já não é mais um problema regional e que tem solução a este nível. A mudança tem de vir de cima, do legislador. O jornalista tem de exercer o seu direito à indignação, tem de usar a sua força como pressão para forçar o legislador a pensar e a tomar as melhores decisões em prol de uma classe de homens e mulheres que vai desaparecendo rapidamente e com eles desaparecerão centenas de órgãos de comunicação regional que foram e sempre serão a primeira defesa dos valores democráticos.

    Presidente da Câmara de Aveiro visitou EXPO da Maratonada Europa no arranque da programação oficial

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    O Presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Ribau Esteves, visitou esta sexta-feira, pelas 15h30, a EXPO da Maratona da Europa, instalada no Cais da Fonte Nova, marcando o arranque da programação oficial da quinta edição da prova.

    A programação do evento estendeu-se até domingo, dia 27 de abril, data em que se realiza a prova. Além da maratona (42,195 km), a iniciativa inclui também uma meia-maratona (21,097 km), uma “mini-maratona” (10 km) e uma caminhada solidária (5 km), destinadas a diferentes faixas etárias e níveis de preparação.

    Com um percurso praticamente plano, o trajeto da Maratona atravessou algumas das zonas mais emblemáticas do Município de Aveiro e de Ílhavo.

    Desde 2023, a Maratona da Europa é reconhecida pela World Athletics com o selo Road Race Label, integrando em 2025 o ranking das 100 melhores provas do mundo, na 95.ª posição – sendo a terceira maratona portuguesa a alcançar esta distinção, a par de Lisboa e Porto.

    Em 2024, a prova foi vencida pelo marroquino Mohamed Chaaboud, com o tempo de 2h09m20s, estabelecendo um novo recorde da competição.

    Rebeldes da Fé: A Expansão dos Franciscanos em Portugal nos Séculos XIV e XV

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    Nos finais da Idade Média, Portugal assistiu a uma verdadeira vaga franciscana, uma expansão que representou uma reação ao espírito monástico tradicional, muito marcado no nosso país pela influência dos Cistercienses, e, de forma mais geral, à crescente burocratização da hierarquia eclesiástica.

    A chegada dos franciscanos não foi pacífica: o clero instalado reagiu, em parte por rivalidade no acesso às esmolas dos fiéis, mas também devido a tensões mais profundas. No entanto, o Papa reconheceu nos Frades Menores um poderoso instrumento de renovação da fé, capaz de dinamizar o povo e responder a necessidades que a estrutura pesada dos bispos e as velhas ordens encerradas nos claustros já não conseguiam satisfazer.  Durante os séculos XIV e XV, a influência franciscana continuou a crescer, atingindo todos os níveis da sociedade portuguesa.

    • Já D. Dinis escolhera para seu confessor, e depois bispo do Porto, o franciscano Frei Estêvão, em 1320.
    • A Rainha Santa Isabel, viúva, entrou na Ordem Terceira de São Francisco.
    • D. João I teve como confessor Frei Afonso de Alprão.
    • D. Fernando, à hora da morte, pediu para ser enterrado com o hábito franciscano.
    • A Rainha D. Filipa de Lencastre confiou o seu espírito ao franciscano inglês D. Aimaro.

    Os filhos do casal real continuaram a tradição:

    • Frei Gil Lobo foi confessor de D. Duarte e de D. Afonso V.
    • O infante D. Henrique surge como interlocutor no Relógio da Fé de Frei André do Prado, um tratado sobre a fé cristã escrito ainda durante a vida do infante.
    • O infante D. Fernando, mártir de Tânger, legou a sua biblioteca aos franciscanos de Leiria.
    • Frei Afonso Falcão escreveu cartas de consciência para D. Afonso V.

    O próprio D. Afonso V, nos últimos anos da vida, recolheu-se entre os franciscanos do convento de Varatojo, fundado por sua vontade, e D. João II teve como confessor Frei João da Póvoa, conhecido pelo seu rigoroso apego à pobreza.

    Nas grandes crises nacionais, os franciscanos marcaram presença:

    • Durante a guerra civil de 1383-1385, vemos-nos ao lado dos burgueses do Porto e do povo miúdo de Estremoz, a encabeçar motins, a intermediar conspirações a favor do Mestre de Avis, e até envolvidos numa tentativa de atentado contra D. João de Castela, organizada por Leonor Teles.
    • Foram também voz ativa contra o interdito papal que proibia o enterro dos mortos nas igrejas.

    Ainda antes, no reinado de D. Fernando, frades franciscanos incitaram a resistência popular contra os invasores castelhanos, tanto em Santarém como em Lisboa.
    Pregaram sermões de ação de graças após o levantamento do cerco de Lisboa e a vitória de Aljubarrota.
    O próprio anúncio da conquista de Ceuta teve a sua força inicial num sermão franciscano.

    Estes factos revelam a profunda e constante presença dos franciscanos na vida pública portuguesa. Desde o início, o movimento franciscano oscilou entre a fidelidade ao ideal de pobreza absoluta de São Francisco e as exigências práticas de uma ordem organizada.

    São Francisco nunca desejou criar uma ordem estruturada; sonhava com uma confraria de homens unidos pela “santa pobreza”, vivendo do trabalho ou da esmola, sem possuir nada.
    Os primeiros franciscanos abrigavam-se em cabanas ou ruínas, vivendo em pequenos grupos quase eremíticos.

    Com o crescimento do movimento, tornava-se impossível manter este modelo sem compromissos. A construção de conventos e igrejas levou a tensões internas. Frei Elias, que iniciou a construção da Basílica de Assis recorrendo a caixas de esmolas, personificou essa primeira cisão, enfrentando a oposição dos mais fiéis à visão de São Francisco, como Frei Leão.

    O compromisso papal permitia à Ordem utilizar bens, mas não ser formalmente sua proprietária — pertenciam à Santa Sé, administrados por procuradores.

    Ainda assim, a divisão entre Zeladores (ou Espirituais) e Conventuais tornou-se inevitável.

    • São Boaventura tentou reconciliá-los através da “Via Média”, baseada num uso pobre, mas não inexistente, dos bens.
    • Após a sua morte, a tensão reavivou-se e deu origem aos Fraticelli e, mais tarde, aos Observantes e Capuchinhos.

    Também em Portugal sentimos os ecos desta luta.

    A reforma observante chegou por volta de 1392, trazida por frades galegos e asturianos, como Frei Diogo Arias e Frei Gonçalo Marim.
    Em Alenquer, tentaram implementar uma vida mais austera, vendendo os objetos preciosos do convento e aproximando-se do ideal de São Francisco, apesar da oposição interna. Fundaram novos conventos em locais isolados, como o da Carnota, apoiado por D. João I.

    Estatutos do final do século XV, como os aprovados em Alenquer em 1486, insistem na prática do trabalho manual: cavar hortas, lavar roupa, fabricar objetos — exemplos vivos de frades como Frei João da Montanha, serralheiro, e Frei João da Comenda, construtor de relógios.

    Em Portugal, o franciscanismo manteve viva a corrente espiritual mais exigente:

    • A Crónica dos 24 Generais (tradução portuguesa do século XV) toma partido claro pelos zeladores e espirituais.
    • Frei Álvaro Pais, natural de Santarém ou da Galiza, escreve em De statu et planctu ecclesiae uma crítica feroz à corrupção da Igreja, vendo nos franciscanos a esperança da renovação espiritual.

    Também encontramos sinais de messianismo, inspirados nas visões de Joaquim de Fiore:

    • Frei Amadeu da Silva, autor do Apocalipsis Nova, anunciava a chegada de um novo tempo para a Igreja e o mundo, dominado pelo espírito de São Francisco.

    Estas ideias proféticas, ainda que nem sempre alinhadas com a ortodoxia romana, deixaram raízes profundas.

    Através da tradução dos poemas livres e apaixonados de Jacopone da Todi por Frei Marcos de Lisboa, a segunda metade do século XVI ainda respirava este espírito franciscano original: um cristianismo simples, pobre e profundamente livre.

    Os franciscanos, mais do que apenas monges de claustro, foram protagonistas de uma revolução espiritual que atravessou séculos — e que ainda hoje ressoa discretamente na alma portuguesa.

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