A pretexto da publicação de um vídeo nas redes sociais em que uma atuação de rua dirigida a crianças da artista Gabriela Batoni é interrompida por um agente da Polícia Municipal, João Moniz, candidato do Bloco de Esquerda à presidência da Câmara Municipal, critica a política cultural do atual executivo PSD/CDS. Para o bloquista, a política cultural do PSD/CDS é orientada por uma “visão mercantil e controladora da cultura, em que só existe espaço para grandes produções sancionadas pela polícia do gosto da edilidade”. João Moniz caracteriza esta política como “exclusivamente centrada em eventos pontuais de marketing territorial, sem verdadeiro investimento na criação, na aprendizagem e na participação cidadã. Tudo o que escapa a essa lógica, por muito singelo ou inofensivo que seja, é para suprimir”.
Para o candidato do Bloco de Esquerda, “o município de Aveiro precisa de uma mudança de 180 graus também nas suas políticas culturais. Precisa de produção cultural própria em vez da compra de eventos por catálogo, privilegiando o apoio à criação de novos públicos, a diversidade da oferta cultural e a criação de infraestruturas culturais acessíveis. Tudo isto articulado pela efetiva participação cidadã e dos produtores culturais numa lógica de co-criação e produção”.
O Bloco de Esquerda defende uma política cultural municipal centrada na cultura como direito fundamental e motor de inclusão social, rejeitando a lógica de “cultura de evento” e elitização promovida pela direita. Propõe a criação de um serviço público municipal de cultura com orçamento próprio, gestão democrática e transparente das infraestruturas culturais do município, apoio estruturado à produção e às associações culturais locais, e descentralização da oferta cultural para bairros e freguesias. A valorização da diversidade cultural, o apoio à criação de novos públicos, a aposta em infraestruturas acessíveis e a articulação entre cultura e educação completam uma visão inclusiva, participativa e transformadora da política cultural em Aveiro.