Maio desceu a Av. Dr. Lourenço Peixinho até ao Largo do Rossio! Correspondendo ao apelo dos Sindicatos e da União dos Sindicatos de Aveiro/CGTP-IN, milhares de trabalhadores vindos de todo o Distrito, concentraram-se, hoje, pelas 15 horas, no Largo da Estação da CP, em Aveiro, para participarem na manifestação do Dia Internacional do Trabalhador.
No ano em que se comemorou os 51 anos do 25 de Abril e se assinalam os 139 anos do massacre de Chicago, os trabalhadores do distrito saíram à rua para defender os direitos e exigir melhores condições de vida e de trabalho.
Durante a manifestação – que foi animada, combativa e com força – decorrente do momento político e social que se vive no país e no distrito, os manifestantes gritaram diversas palavras de ordem designadamente: “Mais salário, melhores pensões; O custo de vida aumenta o povo não aguenta; Abril continua! Maio está na rua!; Paz sim! Guerra não!; Pró país avançar, salários aumentar; Público é de todos, privado é só de alguns; A luta continua nas empresas e na rua; Saúde, Educação e Segurança Social, direito universal; Liberdade sindical é direito constitucional; É preciso investir pró país produzir; 35 horas para todos sem demoras!; Precariedade não! Estabilidade sim!; O trabalho é um direito sem ele nada feito; Direito à contratação está na constituição; Contra a exploração a luta é solução; É inter, é jovem é Interjovem; CGTP unidade sindical; O povo unido jamais será vencido”.
Isabel Tavares, da Comissão Executiva da CGTP-IN, começou por saudar todos os que em Aveiro e em mais 34 cidades do nosso país saíram à rua, os que hoje estão em greve e todos os que lutam neste 1º de Maio por mais salários, melhores pensões, emprego com direitos, pela contratação colectiva e serviços públicos para todos, pela redução do tempo de trabalho, sem perda de retribuição para as 35 horas.
Saudou os jovens que exigem o fim da precariedade e da instabilidade laboral que se transporta para a vida, que adia projectos, destrói sonhos e obriga muitos a procurar lá fora o trabalho com direitos e as remunerações que não encontram no nosso país.
Saudou, também, aqueles que trabalharam uma vida inteira, que exigem a melhoria das suas pensões e reformas, homens e mulheres que com a sua luta defenderam e conquistaram direitos que hoje o capital e quem o serve quer desfazer.
Afirmou que um ano de governação do governo da AD – PSD/CDS, apoiado pelo CH e IL, e que contou com o PS para viabilizar o seu Programa e o Orçamento do Estado para 2025, aprofundou a política de direita. A vida dos trabalhadores, dos jovens, dos reformados e da população em geral está hoje muito mais difícil. Cresceram as dificuldades para garantir uma vida digna, com salários e pensões cada vez mais insuficientes para cobrir os custos com a habitação, alimentação e serviços essenciais, por sérias limitações no acesso à saúde, à educação, à habitação, entre outros bens.
A queda do governo, numa situação de contradição entre interesses pessoais do Primeiro-Ministro e de outros membros do governo e as funções públicas que desempenhavam, pondo a nu a promiscuidade entre o poder político e o poder económico, e que é indissociável da política que desenvolveu, conduziu à dissolução da Assembleia da República e à convocação de eleições legislativas antecipadas.
As eleições de 18 de Maio para a Assembleia da República são uma oportunidade para quem trabalha e trabalhou derrotar a política de direita e as forças e projectos reaccionários, e abrir as portas a uma alternativa que garanta e eleve os direitos dos trabalhadores e dos reformados, dos jovens e de todos os que vivem e trabalham no nosso país.
É urgente uma política que implemente soluções aos problemas crescentes, que afirme um novo modelo de desenvolvimento, soberano, que promova a produção nacional, o aumento geral e significativo de todos os salários e pensões, a garantia e melhoria dos direitos dos trabalhadores, um sistema fiscal mais justo e a defesa e reforço do SNS, da Escola Pública, da Segurança Social e, entre outros, da habitação.
Terminou, referindo que no dia 18 de Maio, é fundamental afirmar que a valorização do trabalho e dos trabalhadores é central para o desenvolvimento do País. Nesse dia elegeremos 230 deputados (e não um Primeiro Ministro) e o voto de quem trabalha tem de garantir que na Assembleia da República estarão mais deputados comprometidos com os interesses dos trabalhadores e com a defesa e melhoria de direitos, com os valores e conquistas de Abril e não com o favorecimento do patronato.
No final, foi aprovada uma Resolução, onde os presentes assumiram o compromisso de intensificar a mobilização e o esclarecimento dos trabalhadores para a construção de um novo rumo para o País. Luta para conquistar aumentos de salários e direitos e que dará um contributo essencial para rechaçar ataques a direitos fundamentais.
Para isso é necessário intensificar a acção reivindicativa e intervenção nos locais de trabalho, pela valorização do trabalho e dos trabalhadores, por uma efectiva e justa distribuição da riqueza por eles produzida, compatível com a recuperação e melhoria do poder de compra dos salários e pensões.
Para tal, é urgente a resposta do patronato e do governo às reivindicações dos trabalhadores: O aumento dos salários para todos os trabalhadores em pelo menos, 15%, não inferior a 150€, para repor o poder de compra e melhorar as condições de vida; A valorização das carreiras e profissões; A fixação do Salário Mínimo Nacional nos 1.000€; A reposição do direito de contratação colectiva, com a revogação da caducidade, bem como das restantes normas gravosas da legislação laboral, e a reintrodução plena do princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador; A redução do horário para as 35 horas de trabalho semanal para todos, sem perda de retribuição; O fim da desregulação dos horários, adaptabilidades, bancos de horas e todas as tentativas de generalizar a laboração contínua e o trabalho por turnos; O combate à precariedade, garantindo que a um posto de trabalho permanente corresponde um contrato de trabalho efectivo; O aumento significativo do valor das pensões de reforma, de modo a repor e melhorar o poder de compra dos reformados e pensionistas; A garantia de reforma aos 65 anos e a possibilidade da sua antecipação, sem penalizações, nomeadamente com carreiras contributivas de 40 anos, independentemente da idade; O reforço do investimento nos serviços públicos, nas funções sociais do Estado, no SNS, na Escola Pública, na Segurança Social, na Justiça, e na valorização dos trabalhadores da administração pública, para assegurar melhores serviços às populações; A garantia do direito à habitação, nomeadamente com um forte investimento na oferta pública e a regulação do mercado de arrendamento; O respeito pela CRP e a garantia do direito à Paz.