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    Adjudicado o projeto de execução das piscinas junto ao EMA

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    Adjudicado o projeto de execução do Complexo de Piscinas Municipais junto ao EMA
    Adjudicado o projeto de execução do Complexo de Piscinas Municipais junto ao EMA

    A Câmara Municipal de Aveiro (CMA) adjudicou à empresa Grenat – Engenharia e Gestão, Lda. a elaboração do projeto de execução do futuro Complexo de Piscinas Municipais de Aveiro, que será construído junto ao Estádio Municipal de Aveiro / Mário Duarte (EMA). O contrato, no valor de 78.418€, prevê um prazo de 165 dias para a conclusão dos trabalhos.

    O Complexo de Piscinas Municipais será um equipamento moderno e multifuncional, pensado para a prática desportiva, competições oficiais, formação, atividades recreativas e de lazer, reforçando a atratividade do Município e a qualidade dos serviços prestados aos cidadãos. A elaboração do projeto agora adjudicado permitirá definir o programa funcional e os detalhes técnicos e arquitetónicos do futuro equipamento.

    Novas piscinas junto ao Pavilhão Municipal – Oficina do Desporto

    A nova infraestrutura integra a estratégia de requalificação e desenvolvimento da área envolvente ao EMA, reforçando a oferta desportiva e social do Município. Este investimento soma-se à construção do novo Pavilhão Municipal – Oficina do Desporto, já adjudicado pela CMA, e que visa responder às necessidades da comunidade aveirense, com especial enfoque nos programas de “Desporto para os Cidadãos” promovidos pela Câmara de Aveiro e no apoio às Associações Desportivas com modalidades de pavilhão, num investimento global superior a 22,1 milhões de euros.

    Com este novo passo, a Câmara Municipal de Aveiro reafirma a aposta estratégica no desenvolvimento da sua rede de infraestruturas desportivas, criando condições para a prática de diversas modalidades, a formação de atletas e o incentivo à atividade física da população, em articulação com Clubes, Associações e Escolas do Município.

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    O mundo da comunicação digital, vive UMA FASE COMPLICADA

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    O mundo da comunicação digital, vive UMA FASE COMPLICADA
    O mundo da comunicação digital, vive UMA FASE COMPLICADA

    Um tema que me suscita muita curiosidade, dado tratar-se de uma área a que estive ligado durante alguns anos o MARKETING e a Publicidade em geral e que com as mudanças no mundo, também necessita de alguma reflexão.

    O mundo da comunicação digital, vive UMA FASE COMPLICADA, dominada pelo poder das redes sociais e dos influenciadores digitais e em que os meios tradicionais perdem todos os dias peso e capacidade de fazer chegar os seus conteúdos mais relevantes e importantes aos leitores.

    A existência de influenciadores (youtubers) que são pagos e até têm uma tabela de preços para dizerem mal de uma marca concorrente, é do conhecimento geral no meio, colocam em evidência o pandemônio a que se chegou por falta de regulação.

    Cada vez mais a responsabilidade de comunicar produtos, serviços, marcas, é entregue a quem tem capacidade de influenciar os consumidores (nada de novo, desde sempre que a publicidade recorre a gente conhecida), só que hoje são os próprios influenciadores que detêm os canais que veiculam essas informações. E ao contrário dos meios tradicionais — os órgãos de comunicação social, que têm regras, que estão abrangidos por códigos éticos e deontológicos —, estes canais dos influenciadores (canais de YouTube, blogues, páginas de Instagram) não se regem por qualquer tipo de regras, não estão sequer legislados, vivem ainda no tempo do vale tudo menos tirar olhos.

    O submundo cada vez mais negro em que se movem influenciadores e marcas tem, necessariamente, de ser regulado, regulamentado, em defesa dos consumidores, sobretudo aqueles que não têm capacidade de discernir realidade e ficção, que se deixam efectivamente influenciar sem o perceber, como jovens e crianças. Num mundo como o actual, em que o digital nos entra olhos adentro a toda a hora, e entra olhos adentro dos nossos filhos e netos, em que a informação (editorial, comercial ou entretenimento) não está unicamente (nem sequer em maioria) nas mãos dos órgãos de informação, é fundamental colocar alguma ordem neste caos.

    Não me parece curial, querer-se controlar a informação que as pessoas querem consumir tendo unicamente como base critérios jornalísticos. O mundo mudou e já não vai voltar ao que era. Um meio de comunicação social pode bem decidir que só vai noticiar o que é relevante, importante e aquilo que entende que tem valor jornalístico. Deixará de fora tudo o que são “fait divers”, tudo o que são curiosidades, futilidades, cusquices.

    Na realidade, o acto de nos informarmos mistura-se quase segundo a segundo com o entretenimento. Para milhões de pessoas, a principal janela para o que se passa no mundo é o Facebook. Se aconteceu, se é relevante, então alguém já partilhou no Facebook. O scroll comanda a nossa vida informativa. Num segundo estamos a ver uma notícia importante e relevante, um segundo depois, feito o scroll, já estamos a ver a foto de férias do colega de trabalho, e no segundo seguinte já estamos a ver um vídeo de uma foca a bater palmas e mais um scrolll e passamos para uma partilha feita por um amigo com um texto de uma blogger a falar sobre batons. É este o mundo em que vivemos, é neste mundo que as pessoas querem estar, foi esta a realidade que Zuckerberg criou, foi esta a teia em que nos enleia, e agora ainda ninguém percebeu bem como sair dela se é que dela querem sair.

    Ainda se o critério definido pelo Facebook para a amostragem dos posts fosse o da qualidade dos conteúdos, a relevância dos conteúdos, o valor editorial dos conteúdos. Não é. O Facebook mostra aos seus utilizadores aquilo que acha que eles querem ver, com base no seu histórico de interações, e é aqui que reside o cerne da questão. Quando estamos numa plataforma social não temos a mesma predisposição para ler artigos jornalísticos que temos quando andamos num site de informação. Estamos ali para coscuvilhar, para passar o tempo, para ver como param as modas e por isso, aquilo que nos vai ser mostrado são as cusquices, são as modas, são as notícias de que toda a gente fala, mas os outros, os tais conteúdos exclusivos, relevantes, de valor, de qualidade, esses, são mostrados a meia dúzia de pessoas (e se queremos que cheguem a duas ou três dúzias, então, que paguemos por isso). Podemos considerar um negócio, mas é um negócio que subverte completamente os princípios de uma sociedade informada, culta, interessante e interessada.

    As redes sociais são as maiores responsáveis pelo actual desinteresse, mas sobretudo preguiça na leitura de livros. Habituaram-nos a saber tudo pelos títulos e a contentarmo-nos com títulos.

    Se pudemos passar sem elas? Lá isso podíamos, mas a descoberta, as causas e as coisas, são irreversíveis!

    Candidato do BE quer transformar casas vazias em rendas acessíveis

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    João Moniz
    João Moniz

    João Moniz, candidato do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Aveiro, chama a atenção para a dimensão da habitação subutilizada no concelho e aponta soluções concretas para devolver casas ao mercado e garantir rendas acessíveis.

    “Segundo o REOT 2024, existem quase 10 mil habitações subutilizadas no concelho. Destes alojamentos, 4616 estão vagos e 4713 destinam-se a residência secundária. O que é que isto significa? Que mais de 20% de todo o parque habitacional em Aveiro se encontra, em diferentes graus, subutilizado. Estes números, por si só, desmontam a tese da direita de que o problema da habitação se resume a um desajuste entre oferta e procura. É verdade que existe um problema de escassez de habitação pública em Portugal e em Aveiro. Apenas cerca de 2% do parque habitacional é público, uma exceção no panorama europeu, onde a média ronda os 10%. Mas, no que toca ao setor privado, oferta existe: está é largamente subaproveitada, como estes números demonstram.”

    Perante este cenário, o candidato bloquista apresenta uma resposta imediata centrada na aquisição municipal de imóveis para rendas controladas: “Para além de novas políticas fiscais, a CM de Aveiro devia criar um gabinete dedicado à monitorização e avaliação da subutilização do património habitacional, em diálogo com moradores, proprietários e promotores. O objetivo seria, sempre que faça sentido do ponto de vista da localização e concentração de fogos, adquirir imóveis subutilizados para os integrar numa bolsa municipal de arrendamento com rendas controladas. Esta medida deve ser usada com parcimónia e critérios transparentes, para evitar efeitos de aumento de preços e riscos de corrupção; aqui, a Assembleia Municipal teria um papel crucial de escrutínio. É verdade que precisamos de construir mais habitação a custos controlados, mas isso demora tempo e nem sempre existe capacidade instalada para o fazer. Por isso, a aquisição estratégica de imóveis atualmente subutilizados é uma via supletiva que vai gerar resultados no curto prazo.”

    No plano fiscal, João Moniz defende o alinhamento com as práticas europeias para combater a subutilização do parque habitacional: “São, portanto, necessárias medidas de várias ordens para transformar o que hoje está subutilizado em algo útil para a sociedade. Desde logo, é preciso alinhar a fiscalidade sobre a propriedade subutilizada com as práticas mais comuns na Europa, onde existem penalizações fiscais severas para quem não utiliza a sua habitação. Quem não coloca o seu património no mercado de arrendamento ou de compra e venda deve ser penalizado com agravamentos significativos no IMI. Não é apenas justiça fiscal elementar. Também ajudará a trazer mais casas ao mercado e a financiar políticas públicas de habitação.”

    RGPD ignorado?

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    RGPD
    RGPD

    1. Numa recente notícia datada de 2 de setembro a SICNoticías, referenciando uma notícia vinda a público pelo Jornal Público, dá nota de uma “quebra de dados” (data breach) praticada pela AIMA, a agência para a integração migração e asilo, por ter exposto os dados pessoais de 545 titulares, candidatos à legalização em Portugal.

    Tudo aconteceu numa iniciativa convocatória para recolha de dados biométricos na cidade do Porto.

    Aparentemente, nenhum destes órgãos de comunicação social logrou obter uma reação da própria agência que se remeteu ao silêncio, numa dupla violação ao RGPD: a exposição de dados não consentida e o silêncio/inacção a que se remeteu.

    Assim, não se sabe se a AIMA, cumprindo a obrigação de comunicar aos visados o sucedido (por aplicação do nº 1, do Artº 34º, do RGPD, sem demorada “injustificada”, ou seja, o tempo que demorar a fazer essa comunicação tem de ser sustentado numa fundamentação objectiva) bem como à Comissão Nacional de Protecção de Dados (por aplicação do Artº 33º, do RGPD, até 72 horas após ter tomado conhecimento dos factos), realizou essas diligências, nem tão pouco se sabe se o respectivo Encarregado de Protecção de Dados (DPO), foi solicitado a realizar alguma diligência, ou se por “motu próprio”, como também é sua obrigação (por aplicação do Artº 39º do RGPD).

    Ora sendo a AIMA uma entidade pública de grande exposição, não abona em nada o conjunto da administração central.

    2. Já em agosto de 2025, o “Jornal de Notícias dava conta de um incidente semelhante no Município de Faro, a propósito da realização de uma manifestação encabeçada por três cidadãos, cuja comunicação de realização do referido evento, terá sido partilhada pelos serviços do município com cerca de 30 entidades distintas, ao invés de somente dirigida à Polícia de Segurança Pública, como o determina a lei.

    O Presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, lamentou o sucedido, adiantou que se tratou de um acto involuntário, informou ter desencadeado todos os passos legais para responder ao sucedido, sem os especificar, mas admitimos que sejam, os que acima referimos a propósito da AIMA, pois não há outros.

    Mais adiantou que já tinha pedido desculpas aos visados, e que tinha solicitado às entidades que inadvertidamente foram visadas com o mail, para que procedessem à sua eliminação.

    Garantiu, ainda, o presidente da Câmara Municipal de Faro, que para além de ser comunicada à CNPD (até porque é obrigatório), já tinha envolvido a funcionária em causa em formação adequada de forma a evitar que se repetisse o incidente.

    A questão que se levanta aqui, mais do que um pedido de desculpas, sempre aceitável numa óptica de penitência cristã, é saber efectivamente em quem repousa a responsabilidade pelo acontecido?

    A resposta é dada pelo próprio Presidente quando afirma que foi dada formação á funcionária após ter acontecido este incidente. Se os recursos humanos não são envolvidos em acções de sensibilização ao RGPD (obrigatório também á luz do RGPD), então a responsabilidade é do superior hierárquico, e no caso tratando-se de uma competência do Presidente da Câmara, está então encontrado quem vai ter de assumir as sanções associadas ao incidente, e são várias.

    Mas o Encarregado de Protecção de dados (DPO) não está isento de responsabilidades, porque lhe compete, também a ele, disponibilizar essa formação, ou aconselhar vivamente o Presidente da Câmara a fazê-lo, ou, no limite, ambos os casos.

    Outro problema que se levanta, prende-se com o pedido dirigido às entidades a quem foi encaminhado o mail incorretamente, para eliminarem o mail recepcionado.

    Como irá o senhor Presidente da Câmara Municipal, fazer esse escrutínio e evidenciá-lo?

    E essas entidades, quais foram? É importante sabê-lo, até porque sobre elas recai a responsabilidade de imediatamente à recepção indevida, alertar o remetente. Fizeram-no?

    Também aqui a administração local não sai bem.

    3. Um último exemplo, cujos desenvolvimentos aconteceram na primeira pessoa, no concelho de onde estas palavras são escritas.

    Uma das minhas filhas inscreveu-se, na escola onde estudava, para uma visita de estudo, ao estrangeiro, uns dias antes da “era” covid, um dos seus professores ficara como interface entre a escola e a agência de viagens que trataria da viagem.

    Certo dia fui surpreendido com um mail do dito professor, com uma comunicação sobre a viagem, estando-lhe associada, de forma aberta, os dados pessoais dos encarregados de educação e dos alunos dos cento e tantos miúdos que iriam viajar.

    Estarrecido com a profusão de dados pessoais que iam desde nomes, moradas, filiação, contatos telefónicos, número de identificação do cartão de cidadão, número de identificação fiscal e até números de conta bancárias, pedi à minha filha que falasse com o professor em causa para se reunir comigo, mas sem adiantar ao assunto. Queria surpreende-lo, queria que a mensagem fosse impactante.

    Ora o professor quis saber de que se tratava, e então lá mandei dizer que era para falar sobre a viagem. O que era verdade … .

    Enfim custou mas o professor lá me recebeu, um pouco contrariado, mas aconteceu, e sentei-me, numa sala de aulas vazia, com ele, e coloquei sobre a mesa várias folhas impressas com todos os dados que recebera.

    Comecei por lhe perguntar, sabendo à partida a resposta, se já tinha ouvido falar do RGPD, ao que me respondeu, sem segurança, que sim vagamente.

    Expliquei-lhe, grosso modo, o que era o RGPD, as obrigações associadas a quem faz tratamento de dados, como era o caso dele, em nome da escola, e os direitos dos titulares dos dados, os alunos e encarregados de educação, e rapidamente adentrei no temível mundo das sanções, e pior, disse-lhe quais seriam as sanções aplicáveis se no lugar de ser eu a estar ali fosse a CNPD. Quase chorou.

    Descansei-o, quando lhe disse haver uma saída, e perguntei-lhe se a escola, o agrupamento, já lhe tinha providenciado formação de sensibilização ao RGPD. Não, não tinha. Então, o que acontecera até àquele momento tinha atenuantes e fortes. Mas dali para a frente já não havia atenuantes, porque suscitada a violação.

    Porém, disse-lhe, que a título gracioso, eu estava disponível para dar formação aos docentes da turma da minha filha, e a partir daí era só seguir o guião.

    Afiançou-me que iria transmitir à direcção do agrupamento aquela minha disponibilidade, ainda por cima em pro-bono, e agradeceu muito.

    Ora comecei por dizer que isto aconteceu no início do covid, 2019 portanto, daí até hoje, setembro de 2025, não tive nenhum contato da escola, do professor, de ninguém. Nem de borla a coisa vai. Portanto sou levado a concluir que estas coisas acontecem, não por descuido, nem por desconhecimento, é mesmo desleixo profissional com o dinheiro dos contribuintes, e dos dados dos cidadãos, os mesmos que lhes pagam os ordenados.

    Aliás as escolas são um universo “sui generis”, quando do arranque do RGPD na União Europeia em 2018, e sabendo que as escolas têm uma estrutura especifica para formar docentes Centro de Formação do Agrupamento Escolar (CFAE), assim chamado, contatei os cerca de noventa CFAE que existem, propondo palestras sobre o RGPD nas escolas.

    Tive, na altura, 3 respostas, 1 de um CFAE da região norte a exigir que retirasse o mail deles da minha base de dados, e para não os incomodar mais … lá expliquei que não tinha nenhuma base de dados e que me limitara a usar o mail existente no site deles, e desejei-lhes boa sorte. Os outros 2, até foram aqui da região, mas … ficaram pelo caminho.

    Ora com gente deste calibre temo muito pelo futuro deste País.

    A grandeza perdida da antiga Basílica de Santa Sofia em Istambul

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    A grandeza perdida da antiga Basílica de Santa Sofia em Istambul
    A grandeza perdida da antiga Basílica de Santa Sofia em Istambul

    A pedra ergueu-se em Constantinopla como testemunho da ambição de um império e da fé que o sustentava. Santa Sofia nasceu no século VI pela mão de Justiniano, que ousou construir um templo tão vasto que durante mil anos permaneceu insuperável como a maior igreja do cristianismo. O imperador, ao contemplar a obra concluída, proclamou que ultrapassara a glória de Salomão.

    O espaço tornou-se o coração espiritual de Bizâncio. No interior, a cúpula suspensa sobre arcos quase invisíveis desafiava a gravidade e a razão, criando a sensação de que o céu se abria sobre os fiéis. As cerimónias imperiais faziam da basílica não apenas um lugar de culto, mas também o palco político onde se fundia religião e poder. Ali se coroaram imperadores, ali se ergueram orações pela sobrevivência de Constantinopla cercada por inimigos.

    As cruzadas mudaram-lhe o destino. No início do século XIII, quando os exércitos latinos conquistaram a cidade, Santa Sofia foi saqueada e transformada em catedral católica. O esplendor bizantino sofreu humilhação, as relíquias dispersaram-se pela Europa e os mosaicos perderam parte da sua integridade. O regresso do Império Bizantino devolveu-lhe o uso ortodoxo, mas não o antigo esplendor.

    A queda de Constantinopla em 1453 abriu novo capítulo. Maomé II converteu Santa Sofia em mesquita, cobrindo imagens cristãs com cal e erguendo minaretes que redesenharam a silhueta da cidade. Durante séculos, o chamado Ayasofya foi um dos templos mais venerados do Islão, símbolo de vitória e de poder.

    O século XX trouxe mais uma transformação. Mustafá Kemal Atatürk decidiu transformar a basílica em museu, devolvendo ao mundo a memória da sua dupla identidade. Os mosaicos bizantinos voltaram a ver a luz, convivendo com inscrições árabes e testemunhando uma história que pertence tanto ao Oriente como ao Ocidente.

    Hoje, Santa Sofia voltou ao estatuto de mesquita, decisão que provocou debate internacional. Contudo, permanece inalterado o essencial. Quem entra sob a sua cúpula sente o peso de quinze séculos de história, o choque entre impérios, religiões e culturas. Santa Sofia continua a ser mais do que um edifício: é um espelho da própria história da humanidade, com a sua glória, as suas quedas e os seus renascimentos.

    O Oceano em nós concílio do galinheiro dourado e as fronteiras que nos dão

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    O panenteísmo cristão e a Trindade como fórmula da realidade
    O panenteísmo cristão e a Trindade como fórmula da realidade

    A questão sobre a relação entre Deus e o mundo atravessa séculos da filosofia e da teologia. O panteísmo propõe uma resposta radical: “Deus é tudo e tudo é Deus”. Mas essa solução apresenta dificuldades: se tudo é Deus, até o mal e a injustiça não teriam realidade própria, seriam apenas expressões do divino. Também a singularidade humana seria dissolvida, reduzindo-se a uma gota indiferente de um oceano infinito, o que contraria a experiência cristã do pecado e da redenção.

    O panenteísmo cristão oferece uma via alternativa sustentando que “tudo está em Deus, mas Deus é maior que tudo”. Assim, a criação participa de Deus, mas não o esgota, o mal é reconhecido como real sendo divinizado, e a pessoa humana conserva a sua identidade e liberdade. O cristianismo dá a esse princípio uma expressão única ao interpretá-lo à luz do mistério da Trindade.

    Cristo e o Espírito: mediações da presença divina

    O cristianismo não afirma apenas que o mundo está em Deus, mas que Deus entrou no mundo: o Filho (Cristo) encarnou, unindo humanidade e divindade “sem confusão nem separação” (Concílio de Calcedónia, 451). Ele é o Logos eterno por quem tudo foi criado e que, na encarnação, religa criação e Criador. Essa união indica que a criação pode ser elevada à comunhão divina sem perder a sua integridade.

    O Espírito Santo, por sua vez, habita a criação, “renova a face da Terra” (Salmo 104,30) e conduz todas as coisas ao seu cumprimento. Moltmann lembra: “Deus não anula o ser humano na sua liberdade, mas confirma-o na comunhão com Ele” (Moltmann, Deus na Criação). Ele é a presença de Deus que sofre com o mundo e transforma-o por dentro.

    O Pai, fonte e horizonte de tudo, mantém a transcendência e garante que o mundo não se confunda com o Criador. Assim, a criação não é absorvida, mas chamada à comunhão.

    Ecos panenteístas na tradição cristã

    Vários pensadores cristãos, em épocas diferentes, desenvolveram uma visão próxima do panenteísmo:

    Máximo, o Confessor (séc. VII) via cada criatura como portadora de um logos enraizado no Logos eterno (Cristo). Para ele, a história culmina na recapitulação de todas as coisas em Cristo, uma deificação (theosis) que preserva e plenifica a criação.

    Teilhard de Chardin interpretou a evolução como movimento cósmico em direção ao “Ponto Ómega”, Cristo, no qual tudo se integra sem perder identidade.”

    Jürgen Moltmann descreveu em Deus na Criação, a criação como “morada da Shekinah”, o espaço em que Deus habita e sofre com o mundo, prometendo a sua renovação.

    Raimon Panikkar formulou a visão cosmoteândrica, onde Deus, cosmos e homem existem em relação inseparável. Para ele, Cristo é o arquétipo dessa união não-dual, em que nada se dissolve, mas tudo se integra.

    Todos, à sua maneira, convergem para a intuição central: Deus envolve o mundo, mas não se confunde com ele.

    A Trindade como fórmula da realidade

    O mistério da Trindade oferece a chave interpretativa mais profunda. Deus não é solidão indiferenciada, mas comunhão eterna: o Pai gera o Filho, e ambos dão origem ao Espírito. O ser divino é relacional por essência.

    É justamente isso que distingue o panenteísmo cristão do panteísmo. No panteísmo, a gota perde-se no oceano. No panenteísmo trinitário, a gota permanece gota, mas vive em comunhão com o oceano. Cada pessoa é preservada na sua dignidade, chamada ao amor e à responsabilidade.

    Esta visão tem implicações éticas e espirituais:

    A pessoa humana não é ilusão, mas portadora de valor absoluto (dignidade soberana); a criação não é descartável em mera aparência, mas espaço da habitação divina e o mal não é ignorado, mas realidade a ser vencida na história.

    Assim, a Trindade aparece como a chave de leitura da existência: a “fórmula da realidade” que sustenta o mundo, valoriza a pessoa e uma comunhão que tudo explica e integra, orientando a história para a plenitude em Cristo, sem dualismos maniqueus e sem dissolução panteísta.

    Valerá a pena votar para as Assembleias Municipais?

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    VALERÁ A PENA VOTAR PARA AS ASSEMBLEIAS MUNICIPAIS 1
    VALERÁ A PENA VOTAR PARA AS ASSEMBLEIAS MUNICIPAIS 1

    As Assembleias Municipais, são os verdadeiros pilares do Poder Local, os verdadeiros parlamentos municipais, constituídos por cidadãos eleitos para, realmente, representar os seus eleitores, falar em nome dos cidadãos…são o expoente máximo da Democracia nos Municípios!

    MAS, SERÁ BEM ASSIM?

    Com a Constituição da República de 1976, nunca o conceito de autarquias locais como poder local, e em 150 anos, tinha tal designação na estrutura político-administrativa da Nação.

    As Autarquias Locais deixaram de ser, parte do poder administrativo e duma descentralização, e passou a ser, de facto, um poder político.

    Um poder político, que tem na sua Assembleia Municipal, eleitos, para fiscalizar o executivo camarário, e…acima de tudo, para serem os intérpretes da vontade e dos anseios das populações, devendo constituir-se como a sua voz!

    A VOZ, DOS QUE NÃO TÊM VOZ!

    Mas na realidade, as Assembleias Municipais não são nada disso!

    Desvirtualizam o espírito constitucional, renegam o seu papel de voz dos cidadãos, e são apenas meros instrumentos partidários, e meros suportes, de braço no ar, para as gestões político partidárias, e estão ao serviço dos interesses partidários!

    Na grande maioria, para os Deputados Municipais, conta mais o futuro do que servir o presente, com o compromisso dum contrato de voto, assinado com os eleitores.

    MAS, VEJAMOS AINDA:
    Quem vai aos debates, quem tem o seu rosto em outdoors nas rotundas, parques e avenidas, quem coloca o rosto nas viaturas que circulam…é, e quase exclusivamente, o cabeça de cartaz candidato à Camara Municipal.

    Claro, sítios há, onde o candidato à Camara aparece acompanhado de um rosto de uma figura proeminente e com trajeto político recente de sucesso.

    OVAR, SERÁ UM DESSES CASOS,

    Onde a figura de Salvador Malheiro, é o principal rosto, porque…é o rosto da esperança numa vitória.
    Sem Salvador Malheiro, a vitória seria difícil, e…mesmo assim, veremos!

    Salvador Malheiro - Candidato à Assembleia Municipal de Ovar pelo PSD.
    Salvador Malheiro – Candidato à Assembleia Municipal de Ovar pelo PSD.

    Mas até aqui, e neste caso, a importância da Assembleia Municipal é relegada e diminuída, porque Salvador Malheiro, como Secretário de Estado do Mar e das Pescas, nunca poderá acompanhar eficazmente a gestão municipal, porque a sua agenda maior está no Governo e não na Autarquia.

    ESTA É A REALIDADE,

    E no meu ponto de vista, o desconhecimento dos eleitores sobre o determinante papel duma Assembleia Municipal, aliado a esta tendência da prática municipalista presidencialista da política local, diminui, e muito, a essência democrática do Poder Local.

    A eleição dos membros da Assembleia Municipal é muito importante, para uma verdadeira democracia local, mas era preciso muito mais qualidade dos escolhidos para as listas, e, acima de tudo das condições necessárias, de instalações adequadas, pessoal qualificado, total autonomia e uma absoluta lealdade às populações em detrimento da obediência e branqueamento às lideranças partidárias locais.

    Os próprios Cabeças de Lista à Assembleia Municipal dos diversos Partidos e Movimentos, são figuras de segunda linha, e…na minha Cidade de Ovar, alguns não têm o mínimo perfil para assumir uma liderança duma Assembleia Municipal.

    E, mesmo no caso do PSD, que apresenta Salvador Malheiro como Cabeça de Lista, independentemente da sua capacidade, que a têm, eu coloco muitas dúvidas, porque tenho dúvidas se Salvador Malheiro como Presidente da Assembleia Municipal, algum dia aceitará ser uma espécie de segunda figura do Município de Ovar…

    Tenho muitas dúvidas que o aceite ser!!!!!!

    De quando em vez somos confrontados com “néscios” sobretudo no Facebook

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    De quando em vez somos confrontados com néscios sobretudo no Facebook
    De quando em vez somos confrontados com néscios sobretudo no Facebook

    De quando em vez somos confrontados com “néscios” sobretudo no Facebook, sobre um tema qualquer que esteja na ordem do dia, tanto pode ser sobre política local ou sobre a guerra na Ucrânia, o que quer que seja que defendemos segundo o nosso ponto de vista e que poderá ou não ser coincidente ou divergente de outros que lêem as nossas divagações. Por vezes lá aparece um perfil manhoso, onde se esconde uma não menos manhosa criatura, que usa adjectivos depreciativos em lugar de exercer, como seria lícito e argumentativo, o princípio do contraditório. Optam vulgarmente pela retórica bacoca de tudo contradizer sem nada acrescentar, sem factos ou argumentos válidos, é a senilidade pura que se vem apoderando das redes sociais. Sendo o Facebook também, uma ferramenta de trabalho para quem expõe pontos de vista, ou aquilata tendências sociais. Percebe-se, que muitos frequentadores se servem do sítio para descarregar as suas frustrantes inculturas. Alguns, muitos, usando perfis estrambólicos, tendenciosos, facínoras, só pelo nome do perfil, dá para concluir que saíram de alguma ala psiquiátrica. Na maioria das vezes não se aguentam, nem sequer mostram querer argumentar, é mesmo e apenas o “bota abaixo” só porque sim!  Criaturas que na falta de argumentos dignos, desatam a fazer afirmações do foro pessoal, atacando não o nosso ponto de vista como seria natural, mas visando propositadamente a nossa dignidade, o caráter, a personalidade, não sobre o tema como seria suposto, mas sobre o autor. Claro que podemos sempre BLOQUEAR, nesta acção de atirar a chave para o lixo das criaturas inúteis, que nada acrescentam à sociedade.

    Este é o tipo de “farsantes” que vegetam nas redes sociais, a que eu chamo de JULGADORES FRUSTRADOS.

    O que mais fazem é julgar. Julgar negativamente. Muitas pessoas parecem passar o dia procurando defeitos nos outros. Criticam a roupa, a fala, os erros ortográficos, o trabalho, o currículo, o modo de vida, criticam a respiração etc.etc.. Convenhamos, que mal temos tempo de cuidar da nossa própria vida, que dirá da vida alheia. Tem muita gente frustrada por aí. É óbvio que quando nos ocupamos do que realmente interessa e nos importamos com o que verdadeiramente importa, estaremos nos sentindo úteis e completos, ou seja, não perderemos tempo para coscuvilhar a vida alheia ou reparar na vida do outro. Quem cuida do que lhe cabe não se incomoda com o que os outros fazem, falam ou vestem. Falta empatia nesse mundo e sobra gente incapaz de se colocar no lugar do outro, de entender que cada pessoa sente o mundo à sua maneira. Gente incapaz de perceber quando a dor do outro ainda está lá, ou quando o outro apenas está vivendo o que bem entende, sem magoar ninguém. Sobram críticas maldosas e vazias de conteúdo, baseadas tão somente no próprio umbigo. Existem pessoas eternamente insatisfeitas, com tudo, sobretudo com elas mesmas. Assim, acabam não se suportando e na tentativa de se sentirem menos mal, atacam os demais, como se diminuir o outro os faça maiores ou melhores. Não conseguem enfrentar os próprios erros e a isso fogem apontando supostos defeitos de quem estiver ao lado. O único prazer desse tipo de gente é criticar, elencar os defeitos do mundo à sua volta, enquanto esconde as suas escuridões sob o tapete da ilusão. Com excepção das críticas construtivas que recebemos de quem nos ama verdadeiramente, seremos criticados, na maioria das vezes, por quem faz bem menos do que nós ou até mesmo, pelos inúteis da sociedade. Afinal, quem estiver fazendo o mesmo, tanto ou mais, não terá tempo para perder com ninguém que não valha a pena, nem com nada que não interessa, além da própria felicidade. Aos HAN’S LECTER’S que andam por aí a bater sola, façam-se à vida, sejam úteis, não gastam sinergias com futilidades e façam melhor. Sobretudo, marquem consulta no psiquiatra mais próximo, urgentemente. Caso já seja tarde, o Júlio de Matos ou o Conde Ferreira, recebem novos residentes!

    Ativo soviético, ou Russo, Quid Juris?

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    ACTIVO SOVIÉTICO, OU RUSSO, QUID JURIS
    ACTIVO SOVIÉTICO, OU RUSSO, QUID JURIS

    Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República Portuguesa, o qual, ancorado no Artigo 120º, da Constituição da República Portuguesa, representa a República Portuguesa, garante a independência nacional, e é, por inerência Comandante Supremo das Forças Armadas Portuguesas, activo soviético é o mesmo que activo Russo.

    Distintíssimo, Professor Doutor de Direito, segundo os seus pares, na faculdade de Direito, da Universidade Clássica de Lisboa, resolveu perorar sobre o Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, possuidor de um ego quase incomensurável, ao ponto de declarar em público que os europeus já o epitetaram como “Presidente dos Europeus”, apodando-o de “activo soviético” ou “Russo” como quem diz ser a mesma coisa, ou como diz o “povo” – são farinha do mesmo saco.

    Repare-se no pormenor, de quem nada deixa ao acaso, tudo nele tem uma intencionalidade – fê-lo, num evento eufemisticamente rotulado de “universidade de verão” para jovens do PSD, e nessa óptica, foi uma aula de cátedra do senhor professor.

    Sucede que, seja no nosso sistema politico/jurídico, seja noutro qualquer, o exercício da função de Presidente da República, não se confina ao horário de expediente, de segunda a sexta, das 9 ás 17 horas. Não. Para Trump é um “full time job”, para Marcelo é um cargo que se exerce a tempo inteiro, 24h sobre 24, sete dias por semana, 12 meses por ano, durante 5 anos.

    A função presidencial, não é uma brincadeira, e não é aceitável o seu titular fazer-se presente num evento partidário, do seu partido, ainda por cima, para mandar uns bitaites parolos, sobre um seu homólogo.

    Com maior pertinência o podia ter feito, explicando, aos seus pares, a razão que o impedia de se fazer presente na última cimeira da CPLP, onde o Presidente da Guiné Equatorial, de quem se diz ser um sanguinário, é um “irritante” difícil de aceitar, mas não o fez limitou-se a dizer que não ia estar presente, se a presidência da CPLP passa-se para a Guiné Equatorial como era previsto.

    Ora assim de repente, e para quem não percebe nada disto, ainda assim qualquer um compreende que afrontar o Presidente dos Estados Unidos da América, não é o mesmo que afrontar o Presidente da Guiné Equatorial.

    Reorientemos, pois, o assunto, cujo cerne é o labéu atirado pelo Chefe de Estado Português, Comandante em Chefe das Forças Armadas, ao seu homólogo americano – o activo soviético ou Russo.

    As relações internacionais, cuja dinâmica assenta nas chancelarias da diplomacia, faz-se como se todos os assuntos fossem filigrana, frágil, ou cristais finíssimos.

    A relação entre chefes de estado pode fazer a diferença, e muitas vezes uma gigantesca diferença, veja-se o exemplo de Mário Soares e François Miterrand.

    A admissão de Portugal na então Comunidade Económica Europeia (CEE), teve o precioso apoio do Presidente Francês, que fez questão de ser o primeiro estadista da CEE a visitar Portugal, após a nossa adesão á CEE, no dia 6 de abril de 1987. François Miterrand, tratava Mário Soares, então Primeiro-ministro de Portugal como “Mon cher ami”.

    Recordo particularmente um episódio com Mário Soares. Deslocara-se a Joanesburgo, durante o regime de apartheid, para conversas reservadas com o Presidente da África do Sul. Pouco tempo depois Nelson Mandela foi devolvido á liberdade. Desconheço se houve, ou não, mão de Mário Soares, o que sei é que ele não perdia uma oportunidade para tornar o mundo melhor. Mário Soares, referindo-se a Mandela, “Madiba” para os mais próximos, dizia ter tido a grande honra de ter sido seu amigo, e com ele, juntos visitaram grande parte da África do Sul.

    Ou ainda aquela outra, entre António Guterres e Bill Clinton, que com um telefonema do então Primeiro-ministro português, para o seu homólogo americano, lhe pediu para ligar a televisão e ver a CNN, onde se mostrava o povo português vestido de branco num gigantesco dar de mãos pela causa timorense. No dia seguinte Bill Clinton leu uma carta em público onde instava o governo da indonésia a aceitar a ajuda internacional, que até aí recusara, o que aconteceu pouco depois, e três anos depois festejava-se a independência.

    No mesmo sentido podemos ainda trazer á colação, o Chefe da Casa Real Portuguesa, D. Duarte, putativo pretendente ao trono português, cidadão português, mas também com cidadania Timorense, onde lhe deram o título de Raja (Rei), que defendeu, aquando da intervenção da Troyka em Portugal, a compra de divida portuguesa pelos Palop´s e CPLP´s de forma a ajudarem Portugal, e só Timor se chegou á frente, muito graças a D. Duarte, que assim prestou um serviço ao seu País.

    Outros portugueses que de uma forma ou outra honraram Portugal pelas suas acções, no cenário internacional e diplomático, como é o caso do actual Secretário Geral da ONU, bastante conhecido e reconhecido internacionalmente, já para não falar do actual Presidente do Conselho Europeu, António Costa, que logrou chegar a uma função graças ás relações pessoais e institucionais que foi cultivando naquele modo muito português de construir pontes.

    O Presidente da República Portuguesa, apodar o Primeiro Ministro, Luís Montenegro como homem politicamente “rural”, ou admoestar a ministra da Coesão do Governo de António Costa, em público, extravasando largamente as suas funções, é uma coisa, mas fazer algo semelhante com um homólogo estrangeiro é, a todos os títulos, inconcebível. 

    A primeira vez que Marcelo esteve com Trump na sala oval, durante o primeiro mandato deste, já então dera mostras de um provincianismo bacoco, quando, como tema de conversa foi buscar o vinho com que os pais fundadores da América brindaram a declaração de independência, o vinho Madeira, ou quando se gabou de o maior jogador do mundo de futebol ser o português Cristiano Ronaldo, sem cuidar de saber se Trump sabe ou não que o futebol europeu é o “soccer” americano, e pela expressão facial que Trump fez na altura devia estar a pensar “futebol, soccer, eu é mais bilhar de bolso … também tem bolas por isso sim sou um desportista”.

    Da próxima vez que se encontrarem o que dirá Marcelo ao activo soviético/russo? “eu disse o quê? Opá isso é “fake”, e Trump retorquirá, “Well o Putin ficou bem satisfeito com isso” e Marcelo dirá, “Opá isso é nit pravda, foi tudo uma brincadeira á vichyssoise”.

    Ou então Trump vai tentar saber o que é um “activo soviético/russo”? É alguém do ocidente que apoia, e se dá bem com um regime que o ocidente abomina?

    Bom, mas este argumento faz de nós Portugal um activo anti-democrático, pois não é verdade que nos Palop’s, e até nos Países que integram a CPLP, que Portugal tanto defende, nem todos dão lições de democracia e de Estado de Direito?

    Pois é, o peixe morre pela boca.

    O mistério da última morada da Mãe de Jesus

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    O mistério da última morada da Mãe de Jesus
    O mistério da última morada da Mãe de Jesus

    A figura de Maria ocupa um lugar singular na história do cristianismo. O Evangelho de João relata a cena em que Jesus, no Calvário, entrega a sua mãe ao discípulo amado. Essa breve passagem gerou a convicção de que Maria acompanhou João até ao fim da sua vida. O eco dessa tradição ressoou ao longo dos séculos e continua a dividir estudiosos e fiéis.

    A cidade de Éfeso, no Mediterrâneo oriental, foi um dos centros mais importantes do mundo romano. Comércio, cultura e religião cruzavam-se nas suas ruas monumentais. Os Padres da Igreja evocam a presença de João na cidade. Se o apóstolo viveu em Éfeso, não parece improvável que Maria, confiada aos seus cuidados, o tenha seguido. O silêncio das fontes diretas não eliminou a força dessa possibilidade.

    O século XIX trouxe um episódio decisivo. A religiosa alemã Ana Catarina Emmerich descreveu em visões uma casa simples nas colinas de Éfeso onde Maria teria passado os últimos anos. Missionários franceses, inspirados por essas descrições, encontraram ruínas no monte Bülbüldağ. A população chamava ao local Porta da Virgem. A coincidência entre a visão e o achado conferiu nova vitalidade à tradição.

    As ruínas revelaram sinais de construção bizantina. A cronologia aponta para os séculos VI e VII. Nenhum vestígio material remete para o século I. Jerusalém, em contrapartida, apresenta dados mais consistentes. No século V, o bispo Juvenal referiu a existência de um túmulo de Maria no vale do Getsémani. Peregrinos antigos testemunharam essa veneração e a tradição manteve-se viva até aos nossos dias.

    A arqueologia favorece Jerusalém. A devoção popular sustenta Éfeso. A chamada Casa da Virgem tornou-se lugar de peregrinação para cristãos e muçulmanos. Papas modernos celebraram ali a Eucaristia e reconheceram a relevância espiritual do espaço.

    O mistério dos últimos dias de Maria continua sem resposta definitiva. Jerusalém oferece a consistência das fontes mais antigas. Éfeso guarda o fascínio de uma tradição transmitida pela fé. Dois lugares disputam a última memória da Mãe de Jesus. A incerteza não diminui a sua presença universal que permanece viva entre gerações e atravessa séculos de história.

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