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    Elas chegaram antes do tempo

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    Elas chegaram antes do tempo
    Elas chegaram antes do tempo

    Portugal esquece com método. Esquece quem foi incómodo, quem viveu antes da hora certa, quem desafiou o que estava estabelecido sem pedir licença. Há nomes que ardem em silêncio nos intervalos da História, nomes de mulheres que ousaram existir num país que preferia que elas fossem invisíveis.

    Carolina Michaëlis (1851–1925), Beatriz Ângelo (1878-1911) e Maria Lamas (1893–1983) não têm uma data comum, nem partilharam amizade, nem vestiram as mesmas causas. Mas estão unidas por um gesto comum. Todas chegaram antes do seu tempo em Portugal. E pagaram o preço.

    Carolina Michaëlis de Vasconcelos, não era portuguesa de nascimento, mas mais portuguesa do que muitos dos seus contemporâneos. Era filóloga, apaixonada pela língua, pelas cantigas de amigo, pelo rigor gramatical e pela liberdade de pensamento. Foi a primeira mulher a ensinar numa universidade portuguesa. Não porque lho permitiram, mas porque o impôs. Com inteligência e firmeza, atravessou um mundo académico que a olhava como curiosidade e saiu de lá como mestra. Não quis ser símbolo. Quis ser normal. E isso foi talvez o seu maior escândalo.

    Beatriz Ângelo, médica e viúva, votou. Em 1911. Quando nem os homens o faziam todos, quando a República ainda andava em braços com os seus próprios mitos. Votou porque sabia ler. Porque encontrou na lei uma brecha. Uma palavra que não a excluía. Chefe de família. E entrou por aí. Não pediu autorização. Votou. Foi a primeira mulher portuguesa a fazê-lo, sem ter sido chamada, sem ter sido esperada. A República, nervosa, tapou o acontecimento com silêncio. Mas o gesto ficou. Era impossível não ter acontecido…

    Maria Lamas percorreu o país para ver. E viu. Com olhos abertos e com a coragem de quem sabe que ver é já um ato político. Escreveu As Mulheres do Meu País como se fosse um grito coletivo. Deu rosto e voz a camponesas esquecidas, operárias silenciadas, mães sem direitos. Fotografou-lhes a dor, escreveu-lhes a vida. A ditadura respondeu como sempre responde aos que incomodam. Censura, prisão e exílio. Mas Maria Lamas continuou. Nunca aceitou calar-se. Nem esquecer.

    Estas três mulheres não cabem na História pequena. Não cabem nas notas de rodapé. Cabem num país que saiba honrar quem o construiu com risco. Um país que reconheça que a liberdade não foi um dom, mas uma conquista. Muitas vezes iniciada por mulheres que não podiam esperar.

    A verdade é esta. Portugal gosta das mulheres que chegam depois, depois da luta, depois do tempo, depois da morte. Gosta delas discretas, simbólicas, inofensivas. Mas Carolina, Beatriz e Maria não chegaram depois. Chegaram antes e por isso continuam a ser incómodas.

    É tempo de mudar os manuais. É tempo de nomear escolas com verdade. É tempo de ensinar quem de facto ensinou o país a respirar porque um país que não sabe o nome das suas mulheres corajosas é um país que ainda não sabe o seu próprio nome.

    O glamour das Pin Ups chega a Aveiro pela primeira vez

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    Aveiro recebe o 1.º Concurso de Pin Ups
    Aveiro recebe o 1.º Concurso de Pin Ups

    O glamour e a atitude retrô vão tomar conta de Aveiro! Pela primeira vez, numa parceria entre o Pin Ups Club, o Aveiro Cult e o Route 66 Aveiro, será realizado o 1.º Concurso de Pin Ups da cidade, no próximo dia 20 de setembro de 2025, a partir das 17h00.

    Com a MariBoop como Hostess, cobertura fotográfica da Kika Peppermint e com o American Style já característico do Route 66, o evento promete transportar o público para o universo vibrante das décadas de 40 e 50, celebrando a estética pin up com todo o charme, estilo e ousadia que marcaram época e continuam a inspirar gerações.

    As concorrentes vão subir ao palco do Route 66 para disputar o título de Pin Up Aveiro 2025, mas, acima de tudo, esta será uma oportunidade única para reunir a comunidade vintage e retrô da região, num ambiente de convívio, diversão e muita atitude.

    Uma noite inesquecível

    Além do concurso, a programação inclui:

    • Desfile & Concurso ao vivo
    • Sessão fotográfica retrô
    • Prémios para as 3 melhores Pin Ups
    • Aula aberta de Line Dance – para aprender os passos e dançar como nos saloons americanos

    Um marco para a cultura retrô em Aveiro

    Com esta iniciativa inédita, o Pin Ups Club e os seus parceiros pretendem dar visibilidade à cultura vintage, aproximando o público deste estilo de vida que mistura feminilidade, confiança e diversão.

    “Mais do que um concurso, queremos criar uma experiência, uma celebração da cultura pin up e da força feminina que ela representa”, sublinha a organização.

    Promete ser uma das noites mais memoráveis do ano! 🍒

    Serviço

    Local: Route 66 –  Rua Manuel Firmino 47, Aveiro
    Data: 20 de setembro de 2025
    Horário: 17h00
    Entrada: Gratuita

    SNS entre os cuidados paliativos e a eutanásia

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    sns
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    O Serviço Nacional de Saúde é uma enorme mais-valia para os portugueses, tem excelentes profissionais e é a opção mais segura em episódios de urgência como, por exemplo, em problemas do foro oncológico ou cardíaco. Por essa mesma razão, não podemos continuar a assistir passivamente à contínua e preocupante degradação do SNS.

    O Estado gasta uma fortuna a formar médicos, referi ‘gasta’ em vez de ‘investe’, porque o custo com a formação dos profissionais de saúde deixou de ser um investimento como seria desejável a partir do momento em que após a sua formação saem para o privado por falta de condições de trabalho competitivas no setor público.

    Há uma enorme carência de profissionais no SNS, colocando em causa o normal funcionamento de várias valências em muitos hospitais e centros de saúde do país, falhando dessa forma nos serviços de saúde prestados às pessoas. 

    Este ano, temo-nos deparado com vários Serviços de Urgência de Obstetrícia/Ginecologia e Pediatria encerrados, isto chega a ser caricato num País que tem uma baixa taxa de natalidade e tem a pretensão de contrariar a curva demográfica.   

    A solução não pode passar por encerrar serviços, contribuindo desta forma para o definhamento da maior conquista que tivemos após 1974, mais concretamente em setembro de 1979 pela mão de António Arnaut, faz hoje 46 anos. A solução tem que passar pela devida valorização dos profissionais de saúde no SNS. 

    Poderá sempre dizer-se que não há viabilidade financeira para aumentar salários e assim atrair mais médicos para o SNS, mas esse argumento não colhe. Mandam as regras da boa gestão que pessoas motivadas produzem mais e melhor, por outro lado, aumentando os recursos humanos afetos ao SNS, o Estado para além de melhorar a qualidade dos serviços prestados também iria poupar na despesa com serviços extras que têm um custo muito elevado.

    Que raio de gestão é esta que resiste a melhorar as condições de trabalho de forma a tornar as carreiras mais competitivas e atraentes, incentivando os profissionais de saúde a trabalhar no Serviço Público, mas em alternativa gasta milhões de euros com prestadores de serviços que não conseguem colmatar a falta de recursos existente e não evitam o encerramento de serviços nos hospitais públicos?

    O que se está a passar com a quantidade de Serviços de Urgência encerrados não pode continuar, só este ano, nasceram 55 crianças em ambulâncias. É urgente atrair profissionais para o setor público e, não menos importante, reter os que ainda vão resistindo.

    O SNS está gravemente doente e necessita de mais médicos para o assistir, enquanto não se tomarem medidas verdadeiramente eficazes, teremos o nosso SNS entre os cuidados paliativos e a eutanásia, por incapacidade de gestão de quem (des)governa.

    A APMEDIO comemorou no dia 7 de setembro o seu primeiro aniversário

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    A APMEDIO comemorou no dia 7 de setembro, num almoço entre os associados, num conhecido restaurante, em Águeda, o seu primeiro aniversário.

    Diversos associados deslocaram-se de vários pontos do país ao distrito de Aveiro, no sentido de assinalarem esta efeméride.

    António Tavares, Presidente da Direção, em entrevista ao órgãos de comunicação presentes, ressalva o forte crescimento da associação e antecipa que 2026 vai ser um ano de consolidação interna e externa. Refere ainda que em curso estão diversas negociações com o Ministro da tutela, Leitão Amaro e espera que as mesmas possam dar frutos muito em breve, a bem do setor.

    Presidentes dos órgãos sociais da Apmedio. Da esquerda para a direita: José Vieira (Assembleia) , António Tavares (direção) e Paulo Silva (C. Fiscal)
    Presidentes dos órgãos sociais da Apmedio. Da esquerda para a direita: José Vieira (Assembleia) , António Tavares (direção) e Paulo Magalhães (C. Fiscal)

    Aveiro cresce acima da média nacional

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    Aveiro cresce acima da média nacional e confirma dinâmica de desenvolvimento
    Aveiro cresce acima da média nacional e confirma dinâmica de desenvolvimento

    De acordo com os dados da PORDATA, as pessoas têm mais formação, auferem rendimentos acima da média nacional e asseguram uma gestão mais eficiente dos recursos naturais.

    O Município de Aveiro continua a afirmar-se como um território em crescimento e acima da média nacional, é o que revela esta sexta-feira (12 de setembro), o Retrato dos Municípios Portugueses revelado pela PORDATA.

    Entre 2021 e 2024, a população residente em Aveiro aumentou 6,7% (face aos 3,2% registados no país), atingindo os 88.154 habitantes. Este resultado confirma Aveiro com um Município e uma Cidade Aveiro com capacidade para atrair pessoas e projetos, reforçando a centralidade que ocupa na Região Centro e em Portugal.

    Na área da educação, os resultados também demonstram o crescimento do Município. Em 2024 estavam matriculados 15.157 alunos, mais 693 do que em 2021. Estes números traduzem não apenas o aumento da população escolar, mas também a diversidade da oferta formativa: 2.171 alunos em cursos científico-humanísticos, 1.138 em cursos profissionais e 815 em outras modalidades.

    A habitação é outra área em evolução. Entre 2022 e 2024 foram construídas 856 novas casas, mais do que no período anterior (2018 – 2020), num movimento que reforça a resposta às necessidades de quem escolhe Aveiro para viver. Ao todo, o Município contabilizava 42.699 alojamentos familiares concluídos em 2022, registando uma das maiores densidades habitacionais da Região.

    O perfil da população ativa de Aveiro é também sinal de confiança no futuro. Os trabalhadores do Município apresentam, em média, 11,9 anos de escolaridade, sendo que apenas um terço não concluiu o ensino secundário e mais de 31% possuem formação superior. Este investimento na qualificação traduz-se em maior preparação para os desafios da economia contemporânea. Em 2023, o ganho médio mensal atingiu 1.517,8 euros, acima da média nacional, enquanto a taxa de desemprego se situou em apenas 4,0% em 2024.

    O dinamismo empresarial confirma esta trajetória: em 2024 existiam 12.019 empresas no Município, das quais 21 de grande dimensão, espelhando a combinação de uma sólida base de micro e pequenas empresas com a atração de investimento de maior escala. Também no turismo Aveiro se destaca, com 453.431 dormidas em 2024 — mais 21,7% do que em 2019 e acima da média nacional. Este desempenho representa mais 1.242 visitantes por dia, o equivalente a 1,4% da população residente, consolidando Aveiro como destino de excelência.

    A gestão eficiente dos recursos ambientais reforça ainda mais este retrato positivo. O consumo de água per capita foi de 52,1 m3 em 2022, inferior ao valor nacional e demonstrando maior eficiência, para qual contribui de forma indelével a boa gestão da empresa Águas da Região de Aveiro. Já na gestão de resíduos urbanos, Aveiro registou em 2023 apenas 1,3 kg por habitante/dia, melhor resultado entre os municípios vizinhos e abaixo da média nacional.

    Estes resultados são fruto de um trabalho coletivo. A Câmara Municipal de Aveiro tem desempenhado um papel fundamental na definição de políticas públicas, mas o dinamismo das associações, empresas, instituições e cidadãos é crucial para os bons indicadores de futuro que Aveiro hoje apresenta.

    Informação completa disponível em: https://retratos.pordata.pt/populacao/aveiro .

    Abertas inscrições para comerciantes para o “Águeda é Natal” 2025

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    Abertas inscrições para comerciantes e vendedores ambulantes para o “Águeda é Natal” 2025
    Abertas inscrições para comerciantes e vendedores ambulantes para o “Águeda é Natal” 2025

    A Câmara Municipal de Águeda informa que a edição de 2025 do “Águeda é Natal” terá lugar de 15 de novembro de 2025 a 11 de janeiro de 2026. Nesse sentido, estão abertas as inscrições para vendedores ambulantes e comerciantes que pretendam participar neste evento.

    As candidaturas decorrem até 30 de setembro de 2025 e devem ser formalizadas mediante o preenchimento do formulário disponível no Gabinete de Atendimento ao Munícipe (GAM) da Câmara Municipal de Águeda ou através do portal oficial do Município, em https://www.cm-agueda.pt/visite/agueda-e-natal.

    Podem candidatar-se entidades singulares ou coletivas devidamente habilitadas para o exercício da atividade comercial e de venda ambulante, desde que com situação regularizada junto da Câmara Municipal de Águeda, da Segurança Social e da Autoridade Tributária e Aduaneira.

    A atribuição dos lugares será efetuada de acordo com as condições de participação aprovadas pelo Executivo municipal em reunião de 7 de agosto de 2025, que se encontram disponíveis para consulta no site do Município (https://www.cm-agueda.pt/visite/agueda-e-natal) ou no GAM.

    Para mais informações, os interessados devem contactar a Divisão de Sustentabilidade, Turismo e Ação Climática: [email protected] ou 234 180 197.

    IPO de Coimbra assinala 46.º aniversário do SNS com concerto da Orquestra Sem Fronteiras

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    IPO de Coimbra assinala 46.º aniversário do SNS com concerto da Orquestra Sem Fronteiras
    IPO de Coimbra assinala 46.º aniversário do SNS com concerto da Orquestra Sem Fronteiras

    No dia em que se celebra o 46.º aniversário do Serviço Nacional de Saúde, o Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra, em parceria com a Orquestra Sem Fronteiras (OSF), promove um concerto no Serviço de Oncologia Médica – Hospital de Dia, no âmbito do programa Música no Lugar Certo que tem assegurado a realização de concertos mensais no IPO.

    A OSF é uma estrutura financiada pela Direção-Geral das Artes e desenvolve esta iniciativa com o apoio do BPI | Fundação “laCaixa”.

    O concerto, hoje, pretende celebrar a missão do SNS, o serviço, a proximidade e a dedicação a todos os que dele necessitam, sublinhando que o cuidado é feito não só de ciência e técnica, mas, também, de humanidade, afeto e presença. A Música no Lugar Certo tem o objetivo de promover o bem-estar físico e emocional dos doentes e profissionais de saúde através da música, estendendo, assim, o acesso à fruição cultural em ambiente clínico, convidando o público a participar, ouvir e conversar sobre a música apresentada. A atuação será realizada pelo Quarteto Transversal, agrupamento vencedor das Residências em Música de Câmara da OSF de 2023, composto por Gabriela Martins (flauta), Miguel Lopes (violino), em substituição de Rodrigo Teófilo, Rafaela Riscado (viola d’arco) e Matheus Borges (violoncelo). Os jovens músicos são naturais do interior de Portugal, a zona de atuação da OSF.

    Esta iniciativa traz consigo uma reflexão: tal como na música, em que cada voz pode ter o valor de melodia e o potencial de acompanhar e elevar outras vozes, também na saúde cada gesto e cada serviço se completam e complementam em harmonia. É esse espírito coletivo que marca o SNS desde a sua fundação e que, diariamente, faz a diferença na vida de inúmeras pessoas, pela sua missão de assistência, solidariedade e compromisso.

    O advogado das Gémeas, avisa…

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    Advogado das Gémeas, avisa…
    Advogado das Gémeas, avisa…

    Assisti, um tanto estupefacto, a uma entrevista do advogado da mãe das gémeas brasileiras, por nascimento, e portuguesas por naturalização, usufruindo de um direito, por serem filhas de uma cidadã, cujos avós maternos eram portugueses, concedida num canal de televisão português, onde anunciava que iria apresentar uma queixa contra o médico português que suscitou a questão da existência de privilégios, ao mais alto nível, no tratamento, de 4 milhões de euros, a que se somam ainda a aquisição de 4 cadeiras no montante de 58 mil euros, que as gémeas tiveram, em Portugal, dado que no Brasil, não lograram obtê-lo, poupando assim “o tesouro” do Estado brasileiro, bem assim como os cofres da empresa de seguros de saúde da família, certamente bem aliviados com a “poupança” gerada por recorrerem a este pequeno País – Portugal.

    Para além destas “poupanças”, á custa do erário público português, a divida do pai das meninas, na ordem dos 67 milhões de euros (depois de convertida de reais), conforme registo no site da lista de devedores ao fisco brasileiro, não sofreria alterações, o que aconteceria se tivesse de se endividar para o efeito.

    Abençoados avós (egrégios).

    Esta queixa visaria ainda, segundo o douto advogado, a jornalista Sandra Felgueiras e os órgãos de comunicação social, associados aos desenvolvimentos deste caso, em Portugal, a TVI e a CNN.

    Atónito, assisti com uma curiosidade muito próxima da urticária, aos argumentos do senhor advogado, garantindo ele, que a razão assistia á sua constituinte, numa clara alusão á mãe das meninas, sim porque o pai sempre esteve estranhamente ausente do processo, o que se compreende dadas as notícias alegadamente pouco abonatórias que se foram conhecendo, dele e de seu pai, envolvidos em escândalos fiscais no Brasil.

    Sem querer abrir muito o “leque” da estratégia causídica, a adotar, o senhor advogado lá foi dizendo que a razão estava do lado da sua constituinte uma vez que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) assim o sustentava, como corolário de uma queixa apresentada precisamente contra os mesmos visados, jornalistas e órgãos de comunicação social, apanhando, esta informação, claramente de surpresa a jornalista.

    A informação dada pelo senhor advogado, em directo naquele canal de televisão, foi assim algo para “inglês ver”, porque acedendo à deliberação ERC/2025/53 (CONTJOR) https://www.erc.pt/document.php?id=Y2YwNWZhMGItY2MyOC00NDBkLTg0YTctNmFhM2FhNzYwNTdh), percebe-se que não obtiveram ganho de causa em todas as questões suscitadas, e só em duas delas, relacionadas com dados pessoais, lhes foi reconhecida a susceptibilidade de virem a ter razão, sucede que essa susceptibilidade vai ter de ser ponderada por quem de direito, e quantificada, em termos materiais.

    Entre os elementos suscitados, pela mãe das meninas, a ERC deu como improcedente a queixa contra os jornalistas, apenas colhendo a queixa visada contra os órgãos de comunicação social; relativamente á falta de acesso a conteúdo em bruto da investigação, a ERC considera ser competência dos tribunais; a alegada violação de deveres deontológicos a ERC remete para a competência da CCPJ (Carteira profissional dos jornalistas).

    Em cima disto tudo, a ERC reconhece “o evidente interesse público e jornalístico da investigação jornalística”, e ainda a improcedência da alegada lesão do Direito à palavra, imagem e bom nome da queixosa, numa estocada que se bem aproveitada pela TVI e CNN e jornalistas, pode bem trazer ganhos de causa em razão de matéria.

    Assim, na posse desta deliberação da ERC, o senhor advogado anunciou ter entregue uma queixa-crime junto do Ministério Público, por eventuais crimes de difamação e calúnia, violação do segredo médico e de dados pessoais, devassa da vida privada, gravações e fotografias ilícitas, e ainda, alegados maus-tratos psicológicos às menores.

    O senhor advogado podia ter feito de outra maneira e intentar directamente no Tribunal uma acção contra os visados, mas … indo ao Ministério Público, poupam dinheiro (mais uma vez), porque assim o processo, a ter vencimento de causa, correrá por conta do Ministério Público.

    Dúvidas se levantam quanto à legitimidade de queixa junto do Ministério Público contra entidades que não são públicas, mas sim privadas, tal o caso dos órgãos de comunicação social, e os seus jornalistas individualmente considerados.

    Diferentemente acontece quando os visados são hospitais públicos e os seu profissionais, porque servidores públicos.

    Tenho por certo várias coisas deste folhetim:

    1. A primeira delas é que o Presidente da República, já não lhe bastando que a Comissão Parlamentar de Inquérito, conclui-se que funcionou como “pistolão”, embora não de forma ilícita, vê agora repristinado um assunto que fatalmente lhe mancha o curriculum;
    2. O senhor advogado da queixosa fez o que um aluno medíocre de direito faria quando não domina a “arte legis” ou seja, meteu tudo no mesmo saco, a ver se alguma coisa pegava;
    3. É inusitado que alguém, que tanto deve ao sangue português, insista numa demanda contra quem a acolheu, independente da cunha, e lhe salvou a descendência.
    4. A única coisa boa que sai de todo este processo é que dois seres humanos foram salvos, por PORTUGAL, e espero, esperamos todos, que por muitos e bons anos.

    O último passo do primeiro Rei de Portugal

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    O último passo do primeiro Rei de Portugal
    O último passo do primeiro Rei de Portugal

    Foi junto às muralhas de Badajoz, numa tarde abafada de 1169, que o corpo do rei cedeu onde a alma nunca vacilara. D. Afonso Henriques, senhor de guerras e fundador de reinos, caiu do cavalo ao tentar resgatar o genro aprisionado. A queda foi dura. A perna ficou esmagada. A dor foi tanta que, dizem, não gritou. Apenas fechou os olhos como quem aceita que, um dia, até os maiores precisam de parar.

    A notícia correu depressa. O rei estava ferido. Já não montava, já não marchava, já não comandava como antes. Um homem que fora muralha do seu povo agora coxeava. E nesse passo trémulo começava a desenhar-se a sua última e mais difícil conquista: a de abdicar sem abdicar, a de reinar sem estar no centro da batalha.

    Com os músculos cansados e os ossos doridos, retirou-se para Coimbra. Não por derrota, mas por sabedoria. Entendeu que era tempo de preparar o filho. De não cair no erro de tantos outros reis, que levaram os tronos consigo para o túmulo. Chamou D. Sancho, confiou-lhe tarefas, entregou-lhe campanhas, deu-lhe poder como quem ensina um filho a andar com as próprias pernas. E Sancho andou. O reino seguiu. Portugal não estremeceu.

    Nos corredores da sua residência, onde outrora se desenhavam planos de cerco e tratados com Roma, agora ouvia-se o arrastar lento da bengala. Mas não havia humilhação nesse som. Havia dignidade. O velho rei, cansado mas atento, observava de longe o que tinha construído. Era um homem a envelhecer dentro da obra que ele próprio tinha erguido. Já não precisava de estar no campo de batalha. Bastava-lhe saber que o país existia.

    Não se conhece uma última frase. Não há um testamento heroico nem um clamor final. Apenas o silêncio. Morreu em dezembro de 1185, com mais de setenta anos, idade que poucos alcançavam. Partiu como vivera: com força contida, com fé discreta, com sentido de dever. Sem palco. Sem cortejos. Apenas um corpo deitado num leito simples e o peso da História pousado sobre o peito.

    Foi enterrado em Coimbra. Não com pompa. Não com aparato. Apenas com respeito. A lápide não grita, mas todos a escutam. É a pedra de um rei que não precisou de morrer em combate para provar quem era. Porque a sua última vitória foi, afinal, a mais humana. Soube deixar. Soube confiar. Soube sair.

    Portugal nasceu da espada, mas sobreviveu porque esse homem, já velho e ferido, soube dar o último passo no momento certo.

    O mais difícil.
    O mais nobre.
    O mais português.

    De hoje a um mês há eleições autárquicas

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    Não só em Ovar, mas, os movimentos independentes, que concorrem através de cidadãos independentes, talvez desconhecidos dos meios politico/partidários, podem vir a baralhar todo o xadrez autárquico, a que, desde o 25 de Abril de 1974, a população de Ovar está habituada!

    Em 50 anos de Poder Local, Ovar, ora era governado pelo PSD, ora pelo PS.

    A alternativa residia, apenas nestes 2 Partidos!

    SERÁ QUE EM OUTUBRO TUDO PODE MUDAR?

    É uma hipótese, não será fácil, mas tudo pode acontecer.

    Os movimentos independentes, são uma clara alternativa aos Partidos locais tradicionais, têm o caminho aberto para captar eleitores, velhos eleitores descontentes, novos eleitores, e cidadãos que, não se tem sentido atraídos pelos do costume, não votam, mas podem agora decidir votar!

    São uma clara alternativa aos Partidos!

    EM OVAR,

    A Plataforma Agir, pode perfeitamente ocupar um amplo espaço, que aglutine uma importante faixa de eleitores, trabalha faz muito tempo, tem conseguido mobilizar várias competências, e, apesar de ser apoiado pelo CDS e IL, não se deixou influenciar pelos apoios, recolheu assinaturas, mais de 5000, e, de forma clara, consegue manter o seu estatuto de movimento independente.

    Note se, que um outro movimento independente, também a concorrer em Ovar, o Movimento 2030, em 2021 teve dificuldades em arranjar as necessárias assinaturas, ou não quis ter esse trabalho, e concorreu com a sigla partidária do NC/PPM.

    O AGIR, optou pelo mais difícil, e recolheu as assinaturas, aliás, muito mais que as necessárias!

    5000 proponentes, se o fizeram em consciência, se forem fiéis à sua assinatura, mais uns familiares…o caso pode ser sério!

    O PS, combate, claramente pelos mínimos.

    A contratação do ex. rosto do CDS vareiro, que vai em número dois, foi um valente tiro no pé!

    Em boa verdade, e, porque gosto de escrever a verdade, e apesar da minha antipatia pessoal por ele, era o atual Presidente da União de Freguesias, quem deveria estar em número dois.

    Optar por um ex. CDS, em detrimento de quem deu a vitória, uma das poucas vitórias, ao PS em 12 anos, foi um erro monumental!

    O PSD, Partido da minha área ideológica, cometeu alguns erros, e perdeu oportunidades.

    Perdeu a oportunidade de iniciar um novo ciclo, com novos rostos e com novas políticas!

    Em boa verdade, o PSD quer dar continuidade a um ciclo de 12 anos de Salvador Malheiro, quando se sabe que Ovar, já era muito pequeno para ele!

    Está no Governo, até tem feito um grande trabalho de proximidade na área que tutela, e, julgo que um excelente trabalho, que justifica uma atenção permanente do Secretário de Estado, numa área importante: As pescas e os trabalhadores do sector!

    Domingos Silva, devia ter aproveitado o momento, e não o fez, quando tem toda a capacidade para fazer diferente e muito melhor que este passado de 12 anos.

    A apresentação pública a um mês das eleições, do projeto do Cine Teatro de Ovar, ou melhor da sua demolição e substituição por um novo conceito, positivo na minha opinião, foi um erro, um claro oportunismo, que caiu mal na população, porque…afinal, houve muito tempo, alguns anos para resolver um problema, e…esta foi a pior altura para o fazer!

    SÃO OS ERROS,

    De um aparelho social democrata, que não evolui, não mostra diferenças…e que há anos domina o Partido!

    Era preciso uma nova era, uma nova roupagem…um sinal de diferença!

    Tenho muita pena, que Domingos Silva, o não tivesse dado.

    NADA ESTÁ FECHADO EM OVAR,

    Mas há, ainda uma outra questão neste baralho de cartas das Autárquicas, onde não é possível fazer batota.

    É, qual vai ser a fidelidade do eleitorado do Chega, ao seu candidato?

    Os eleitores do Chega, estão, hoje, eufóricos com uma sondagem publicada, e a euforia cria uma união. Sem dúvida, para o Chega as Autárquicas são duma importância vital, para demonstrar que, afinal o Chega não é só André Ventura, mas que tem quadros capazes de mobilizar, eleger e vencer localmente.

    Se o Chega, eleger em Ovar, estou convencido que a maioria absoluta a que o PSD está habituado…vai-se!

    E uma vitória sem maioria absoluta, é uma valente derrota!

    A ver vamos…

    A campanha de rua, vai ser decisiva, mas não só!

    Esmoriz e Válega, têm nestas Autárquicas uma importância ainda maior.

    É nelas que se vai jogar as vitórias ou as derrotas!

    O jogo, já começou…falta saber quem tem mais trunfos e, os trunfos mais fortes!!!!!!

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