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    Quando a guerra volta à Europa o cinema de Radovanovic continua a falar mais alto

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    cineasta sérvio Goran Radovanovic
    Cineasta sérvio Goran Radovanovic

    Retrospectiva dedicada ao cinema de Goran Radovanovic marca mês de julho no Teatro Aveirense

    Durante todo o mês de julho, o Teatro Aveirense e o Plano Obrigatório, em colaboração com o 29.º AVANCA – Festival Internacional de Cinema, Televisão, Vídeo e Multimédia, promovem uma retrospectiva dedicada ao consagrado realizador sérvio Goran Radovanovic. Esta iniciativa integra, em parte, a programação oficial do Festival AVANCA, prolongando-se em Aveiro num gesto de descentralização e expansão cultural, sendo que o Cinema de Radovanovic continua a falar mais alto

    Esta retrospectiva do Cinema de Radovanovica oferece ao público português uma rara oportunidade de revisitar a obra de um dos mais relevantes cineastas da atualidade na Sérvia, cuja filmografia se distingue por uma intervenção política constante e um olhar profundamente crítico sobre os conflitos que marcaram o desmembramento da antiga Jugoslávia — a última grande guerra na Europa do século XX.

    A programação tem início com a exibição da mais recente longa-metragem de Radovanovic, O Rei dos Elfos (2024), filme premiado na última edição do Festival AVANCA. Este novo trabalho volta a mergulhar nas feridas abertas pela guerra dos Balcãs, reafirmando a força autoral e o compromisso ético do realizador.

    O rei dos elfos

    Goran Radovanovic estará presente em Aveiro para participar nesta retrospectiva e apresentar pessoalmente um dos seus filmes, proporcionando um encontro direto com o público e um momento de diálogo único sobre cinema, política e memória.

    O cineasta é já uma presença destacada e reconhecida no festival AVANCA, onde foi anteriormente premiado com obras como Chicken Elections (2005), A Ambulância (2009) e O Enclave (2015).

    Esta retrospectiva, que inclui sessões especiais e conversas com especialistas em cinema e história contemporânea, afirma-se como um dos pontos altos da programação cultural de verão em Aveiro, e uma oportunidade ímpar para refletir, através da sétima arte, sobre os ecos de um passado recente que ainda hoje marca a Europa.

    O AVANCA tem este ano a sua 29 edição e é uma organização do Cine-Clube de Avanca e do Município de Estarreja com o apoio do ICA/Ministério da Cultura, Instituto Português do Desporto e da Juventude, Turismo Centro, Junta de Freguesia e Paróquia de Avanca, Agrupamento de Escolas de Estarreja, para além de várias organizações internacionais e entidades locais.

    cartaz do filme

    Tratar a memória da emigração: uma urgência histórica

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    emigrante
    emigrante

    Portugal deve muito aos seus emigrantes. Ao longo de mais de um século, foram milhões os que partiram, empurrados por dificuldades económicas, perseguição política ou falta de oportunidades. Em troca, enviaram remessas, criaram redes comerciais, sustentaram famílias e até ajudaram a legitimar internacionalmente o país em tempos de isolamento. Ainda assim, a memória desta emigração continua descurada.

    Há milhares de documentos que testemunham essa experiência: registos de embarque, autorizações de saída, pareceres políticos, relatórios consulares, correspondência de associações no estrangeiro, imagens, listas de passageiros, processos de heranças ou de expulsões. São peças de um enorme património arquivístico que permanece, em larga medida, por tratar, digitalizar e disponibilizar.

    Não estamos perante um problema técnico, mas sim perante um imperativo histórico.

    Tive a oportunidade de conhecer esta realidade de forma direta, enquanto assessor na Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas. Percebi o potencial informativo e científico da documentação existente, e confrontei-me com a ausência de uma política nacional para o seu tratamento.

    Entre os fundos à guarda da Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas — herdeira institucional de organismos como a Junta da Emigração ou o Instituto de Apoio à Emigração — encontram-se documentos fundamentais para compreender a política migratória do século XX. Desde instruções enviadas a consulados e atas de organismos deliberativos, até relatórios sobre emigração clandestina ou pareceres sobre acordos bilaterais.

    Noutros arquivos públicos, igualmente relevantes, encontramos espólios relativos à correspondência de comunidades portuguesas nos Estados Unidos e no Brasil, campanhas de propaganda do Estado Novo junto da diáspora, fotografias de partidas e chegadas, relatórios de viagens marítimas ou documentação referente ao povoamento de territórios africanos.

    Até nos arquivos da antiga polícia política, hoje sob custódia da Torre do Tombo, há fontes essenciais sobre o controlo exercido sobre os movimentos de fronteira e as comunidades no exterior. O mesmo se aplica a outros fundos menos explorados, como os processos de heranças de emigrantes falecidos no Brasil ou na Índia, ou a documentação ferroviária e sindical relativa ao trânsito laboral no espaço ibérico.

    Tudo isto mostra que a memória da emigração portuguesa não se encontra num só lugar — está dispersa, fragmentada, vulnerável.

    Essa realidade exige exatamente o oposto da negligência: impõe uma política articulada, com critérios técnicos partilhados, planeamento estratégico e responsabilização institucional. O tratamento arquivístico e digital desta documentação não pode ser deixado ao acaso nem entregue apenas à boa vontade de serviços sobrecarregados.

    É necessário criar uma rede nacional de cooperação entre os organismos detentores da documentação — incluindo a DGACCP, os arquivos históricos centrais, o Observatório das Migrações e centros documentais especializados. Mas, sobretudo, é indispensável o envolvimento de uma universidade pública independente, com experiência comprovada na área da História e das Ciências Sociais.

    Sem acompanhamento académico rigoroso, corre-se o risco de se desperdiçar informação, aplicar critérios erráticos ou transformar uma tarefa científica numa operação burocrática. A universidade deve garantir a qualidade do tratamento, formar investigadores e supervisionar todo o processo com a isenção que o tema exige.

    Este trabalho técnico, por sua vez, tem de ser acompanhado de uma estratégia de divulgação pública. Os resultados devem ser partilhados através de exposições, plataformas digitais, publicações e programas educativos, em articulação com instituições como o Museu da Emigração, em Fafe, ou o Museu da Emigração Açoriana. A memória só vale se for acessível e se puder ser transmitida às gerações seguintes.

    Por fim, este esforço deve merecer atenção ao mais alto nível político. A Presidência da República tem aqui um papel essencial. O exemplo dado por Cavaco Silva, ao envolver diretamente a assessoria neste domínio, deveria ser retomado. Não como retórica de circunstância, mas como compromisso institucional com um dos fenómenos estruturantes da nossa história contemporânea.

    Tratar, digitalizar e tornar pública a documentação sobre a emigração portuguesa é mais do que uma tarefa arquivística. É um acto de justiça histórica. É a forma mais sólida e digna de reconhecer os que partiram — e de construir, com base na sua memória, uma noção mais íntegra do que somos.

    O português que descobriu a Gronelândia…

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    Imagem da Gronelândia
    Imagem da Gronelândia

    Em 1500, o navegador português Gaspar Corte Real, ao serviço da Coroa de D. Manuel I, atingiu a costa da Gronelândia, após explorar a região da Terra Nova. Este feito, praticamente ausente dos manuais escolares e do discurso político nacional, inscreve-se no contexto das navegações portuguesas do século XVI, que não se limitaram às rotas africanas, indianas e brasileiras, mas também alcançaram o Atlântico Norte e as zonas hoje pertencentes ao Canadá e ao território autónomo da Gronelândia, sob soberania dinamarquesa.

    A expedição de Gaspar Corte Real representa um dos episódios mais ignorados da História de Portugal. Filho de João Vaz Corte Real, também ele navegador que terá visitado terras do Novo Mundo antes de Colombo, Gaspar terá sido um dos primeiros europeus a alcançar aquelas latitudes geladas. A historiografia internacional atribui a Portugal a exploração inicial de parte significativa da costa nordeste da América do Norte. Cartas náuticas portuguesas da época assinalam terras como “Terra do Labrador” e “Terra dos Corte Reais”, sugerindo um reconhecimento geográfico sistemático. Alguns estudiosos acreditam que a expedição de 1500, e a posterior de 1501, terão incluído incursões pela costa sudoeste da Gronelândia.

    Este facto tem implicações que ultrapassam o plano simbólico. Se os países europeus reivindicam legitimidade cultural e histórica sobre territórios longínquos com base em episódios de presença passada — como a França em África, a Espanha nas Caraíbas ou o Reino Unido em partes da Ásia —, Portugal não pode abdicar de reconhecer e afirmar a sua própria presença no Atlântico Norte, realizada com séculos de antecedência sobre outras potências coloniais.

    A Gronelândia, que nos últimos anos foi objeto de atenção internacional devido à proposta de aquisição por parte dos Estados Unidos durante a administração Trump, encontra-se hoje no centro de disputas estratégicas e económicas, nomeadamente pela sua posição geográfica e pelos recursos naturais por explorar. Neste contexto, importa lembrar que a presença portuguesa naquelas paragens é anterior à de qualquer outro Estado europeu moderno. Esta realidade não pode ser esquecida no plano da memória histórica, nem ignorada quando se discute o papel de Portugal no mundo.

    A tradição diplomática portuguesa, construída sobre séculos de presença atlântica e diálogo intercivilizacional, deve ser acompanhada de uma política de afirmação histórica. Não se trata de alimentar revisionismos anacrónicos, mas de recordar que Portugal esteve presente, foi pioneiro e moldou a geografia do mundo com conhecimento, sacrifício e visão. A Gronelândia faz parte desse mapa alargado da nossa memória, e Gaspar Corte Real merece o reconhecimento devido por ter levado a bandeira portuguesa às extremas latitudes do planeta.

    Em vez de esquecermos a nossa História, devemos estudá-la, documentá-la e valorizá-la, não como um instrumento de orgulho vazio, mas como expressão da nossa identidade e responsabilidade histórica. A Gronelândia, redescoberta hoje pelas grandes potências por razões estratégicas, foi descoberta por um português — e isso deve ser conhecido e afirmado com a dignidade que o facto merece.

    Serei candidata independente à Câmara Municipal de Estarreja – Marisa Macedo

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    Marisa Macedo e o logotipo da candidatura
    Marisa Macedo e o logotipo da candidatura

    Comunicado da Candidata:

    O tempo estranho de guerras, conflitos e ódios que vivemos, exige líderes firmes e com coragem, capazes de pensar e de tomar decisões. Exige pessoas sem medo, conhecedoras dos problemas e das soluções e que sejam capazes de aplicá-las.

    Na minha opinião, localmente, é necessária uma liderança atuante, que saiba perspetivar o desenvolvimento, defender o interesse dos estarrejenses e do município.

    Tenho estado muito atenta ao que se passa no concelho e estou convencida que faz falta uma candidatura com estas caraterísticas, capaz de construir o futuro de Estarreja, que tem de ser muito mais do que apenas eventos festivos.

    É por isso que gostaria de vos comunicar que estou disposta a candidatar-me, como independente, à Câmara Municipal de Estarreja.

    O único interesse desta candidatura é o desenvolvimento de Estarreja, porque é imperioso não ficarmos para trás no que é essencial: a habitação, a saúde, a educação, a atração de investimento, o meio ambiente e a qualidade do espaço público.

    Esta é uma candidatura independente de partidos e de quaisquer outros interesses.

    É uma candidatura aberta, plural, inteira, onde todos têm lugar e na qual todos se possam rever.

    Por ser uma candidatura independente exige formalidades diferentes dos partidos.

    Uma das formalidades é uma lista de assinaturas de, pelo menos, 750 cidadãos recenseados no concelho de Estarreja. Convido-vos, pois, a assinarem a lista de proponentes, contactando-nos por mensagem privada ou através do email: [email protected]

    Vivemos tempos difíceis. E, acreditem, eu sei o que é vencer tempos difíceis!

    Vamos, todos nós, saber construir uma terra à imagem daquilo que desejamos.

    O “nosso” tempo vai ser o tempo da coragem, do trabalho, do entusiasmo, da transparência, do desenvolvimento e da esperança!

    Estarreja vai voltar a ter voz!

    Iniciativa Liberal apresenta primeiros candidatos às juntas de freguesia de Aveiro para as Autárquicas 2025

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    Logotipo da iniciativa liberal


    A Iniciativa Liberal apresenta os primeiros candidatos às juntas de freguesia no município de Aveiro para as eleições autárquicas de 2025. Estas candidaturas reforçam o compromisso da IL com uma política de proximidade, competência e exigência.

    Para a União de Freguesias de Glória e Vera Cruz, o candidato é Marcelo Silva, aveirense de 35 anos, economista, ex-docente do ensino superior. Com uma forte ligação à cidade e um percurso marcado pelo dinamismo e pela gestão, Marcelo quer revitalizar o centro de Aveiro com soluções liberais, transparentes e eficazes.

    Candidato Marcelo Silva da iniciativa liberal


    Já para a Freguesia de Esgueira, a Iniciativa Liberal aposta em Jaime Faria, de 24 anos, natural de Aveiro e residente em Esgueira desde sempre. Licenciado em Marketing pelo ISCA-UA, Jaime é consultor imobiliário. Jovem, conhecedor da freguesia e profundamente envolvido com a sua comunidade, Jaime representa uma nova geração preparada para fazer diferente e melhor.

    Candidato Jaime Faria da iniciativa liberal

    Com estas escolhas, a Iniciativa Liberal inicia o seu caminho nas freguesias com equipas motivadas, projetos bem definidos e uma visão exigente para cada território, segundo comunicado enviado às redações.

    Recandidatura de João Campolargo a Ilhavo com forte apoio

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    Cerca de 500 pessoas marcaram presença ontem à tarde, na Casa da Cultura de Ílhavo, na sessão pública de apresentação da recandidatura de João Campolargo à presidência da Câmara Municipal de Ílhavo, nas eleições autárquicas de 2025.

    “Hoje é um dia feliz e profundamente simbólico – para mim e para todos os que acreditam no projeto Unir Para Fazer. Estou aqui para reafirmar o meu compromisso de continuar a fazer história no Município de Ílhavo, com humildade, com firmeza e com um profundo sentido de missão”, afirmou Campolargo na abertura do seu discurso.

    Destacando a gratidão e a mobilização, recordou o caminho feito nos últimos quatro anos: “Quase quatro anos depois, o sentimento que me acompanha é apenas um – gratidão. Gratidão a todos os que acreditaram no Unir Para Fazer e se dedicaram ao movimento. Gratidão aos que nos confiaram o voto. Gratidão a todos os que caminharam – e continuam a caminhar – connosco. Tal como há quatro anos, continuo a acreditar que ninguém chega sozinho. Se aqui estou, é porque fui elevado em braços de gigantes, que são todos vocês!”

    No balanço do mandato iniciado em outubro de 2021, João Campolargo destacou uma nova forma de governar: “Estes quase quatro anos ficarão na história do nosso Município não apenas pelas obras feitas ou pelos números alcançados, mas pela forma como governámos: com escuta ativa, mais proximidade, mais rigor, mais eficiência e mais humanidade.”

    Entre os principais marcos da governação, enumerou: “Redução da dívida da autarquia; Modernização dos serviços municipais; Reabilitação de equipamentos esquecidos e espaços públicos abandonados; Aposta na educação, na saúde e na habitação; Compromisso com causas sociais, culturais e ambientais.”

    Campolargo salientou também o atual ciclo de investimento: “Hoje, o Município de Ílhavo tem em curso o maior investimento público de sempre: 42 milhões de euros. Um investimento que está a transformar o presente e a preparar o futuro: as nossas escolas voltam a sorrir, os nossos centros de saúde estão mais dignos e acolhedores, e a nova habitação traz esperança e segurança a quem mais precisa.”

    O candidato frisou ainda o papel do Executivo, nomeando João Semedo, Mariana Ramos e Bruno Ribau – e reafirmou a vontade de continuar o projeto com responsabilidade e ambição.

    “Avançamos com confiança para o horizonte 2025-2029, com a experiência do que já fizemos e a ambição do que ainda queremos construir. Temos projetos estruturais para concluir – e muitos outros para lançar. Queremos concluir os projetos iniciados; melhorar ainda mais os serviços municipais; continuar a construir um concelho mais justo e solidário; e fazer da política local um espaço de cidadania ativa e partilhada.”

    “Avançamos com a mesma certeza de há quatro anos: fazer política pela positiva, pela criação de valor, com verdade e com todos! Estamos aqui por missão, não por vaidade, porque sabemos que nenhum caminho se constrói sozinho. Caminhamos com propósito, guiados pelo compromisso de transformar o território e de servir as pessoas”.

    João Campolargo nasceu na Gafanha de Aquém há 54 anos. Desde 17 de outubro de 2021 é Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo. Entre 2013 e 2021 foi Presidente da Junta de Freguesia de São Salvador. É licenciado em Gestão e tem uma pós-graduação em Engenharia da Gestão Industrial. Antes de ser autarca, desempenhou cargos de direção em empresas. Ao longo da sua vida esteve ligado ao associativismo local, nomeadamente à Tulha.

    O Unir para Fazer apresenta cabeças de lista a todos os órgãos autárquicos do Município de Ílhavo. São eles João Campolargo (Câmara Municipal de Ílhavo), José Pinto Reis (Assembleia Municipal de Ílhavo), João Braga (Junta de Freguesia de São Salvador), Manuel Trovisco (Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré), Mário Júlio Ramos (Junta de Freguesia da Gafanha da Encarnação) e Tiago Cardoso (Junta de Freguesia da Gafanha do Carmo).

    O Unir para Fazer está a construir uma candidatura forte, com o objetivo de conquistar todos os órgãos autárquicos nas próximas eleições autárquicas, para prosseguir o seu trabalho de modernização do concelho de Ílhavo, fomentando a coesão social, o progresso do território e a qualidade de vida dos munícipes.

    PS de Aveiro retira “confiança política” a Rui Soares Carneiro

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    Em comunicado, a concelhia do PS de Aveiro informa que retirou a confinaça política ao seu vereador, na Câmara de Aveiro, Rui Soares Carneiro.

    Esta tomada de posição terá a ver com declarações públicas do atual vereador, que não caíram bem no seio socialista, nomeadamente na candidatura de Albeto Souto.

    Paula Urbano, líder da concelhia socialista de Aveiro, afirma mesmo que houveram declarações feitas de forma reiterada, de que há contestação interna à escolha do candidato à Junta de Freguesia de Cacia, pelo vereador em funções.

    Aguardamos a todo o momento a reação do atual vereador Rui Soares Carneiro.

    Oficina de Música de Aveiro é um cantinho fantástico dirigido pelo Zé Tó Rodrigues

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    Visitámos a Oficina de Música de Aveiro, local icónico da cidade, albergue de centenas de músicos, que diariamente escolhem este local para aprenderem e mostrarem todo o seu potencial.

    Semanalmente há sessões de música para todos os gostos e mensalmente a oficina participa em muitas atividades, internas e externas.

    Zé Tó Rodrigues assumiu a OMA e conjuntamente com outros amigos, gere este espaço e tenta construir um mundo à parte, protegido do exterior, onde todas as formas de expressão têm lugar.

    FNAC recebe apresentação do projeto Estrelas da Oma – Kids

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    A FNAC recebeu FNAC recebeu uma apresentação do projeto Estrelas da Oma – Kids, pela Oficina de Música de Aveiro, no dia 22 de junho, que pretende assim com este tipo de eventos, mostrar o que os alunos mais novos aprendem na escola de música.

    Por outro lado, estas sessões servem também como motivação e captação de novos talentos que queiram vir aprender música.

    De 30 de junho a 6 de julho, será a semana aberta da OMA, que está a programar imensas atividades, para os miúdos e os graúdos. Não percam o cartaz da semana e visitem as redes sociais da OMA para ficarem a conhecer quais os eventos programados.

    Ainda vamos assistir ao regresso das rádios piratas e dos jornais ilegais

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    Imagem ilustra que a imprensa está refém
    Imagem ilustra que a imprensa está refém


    A imprensa regional (jornais e rádios – papel e online), setor da sociedade com centenas de anos no nosso país, representa a primeira linha de notícias ao dispor dos leitores da região em que se inserem. Depressa vamos assistir ao regresso das rádios piratas e dos jornais ilegais.

    O jornalismo regional remonta ao tempo dos nossos avós, trisavós e por aí vai mais umas boas gerações atrás. O jornal mais antigo de Portugal é o açorioano oriental, nos açores e ainda edita. A forma de expressão deste tipo de veículo noticioso sempre se resumiu, em grande parte aos seus conteúdos, a retratar, sem grandes floreados, o dia a dia do território em que se inserem, de uma forma mais terra a terra, com um português mais genuíno e simples. Os primeiros jornais regionais serviam também para aproximar, de alguma forma, os seus leitores aos assuntos da sua área de vivência, tratando temas muito importantes localmente, mas sem grande interesse para o território limítrofe. É a regionalidade em si, que se concentra num grupo de pessoas que comungam os mesmos valores territoriais, sejam culturais, económicos ou políticos, entre outros.

    A missão do jornalismo regional nos últimos 50 anos não mudou, mudaram sim foram as regras de acesso e a condução dos veículos de informação regionais

    Sempre foi a missão deste veículo de informação (jornalismo regional em si), servir a sua população, relatando os acontecimentos e os factos, aplicando as normas do jornalismo em vigor, à altura da ação (antes ou após o estado novo). Se até à revolução as regras eram menos apertadas ou havia mesmo falta de algum regulamento que ditasse a forma como estes órgãos se deveriam gerir (em termos editoriais, claro), o 25 de abril de 1974 veio mudar consideravelmente a forma de estar da imprensa regional.

    A missão do jornalismo regional nos últimos 50 anos não mudou, mudaram sim foram as regras de acesso e a condução dos veículos de informação regionais. Desde logo ficámos abrangidos pela lei que regulamenta o jornalismo e os jornalistas, no que diz respeito aos seus direitos e deveres. O jornalista regional (na lei não existe esta classificação, pois jornalista só há um perfil) deve observar todos os artigos da lei do jornalismo e atuar em conformidade com o que lhe é permitido. O jornalista e o veículo informativo devem cumprir todas as regras dos decretos que norteiam esta atividade secular, sem exceções nem existindo regulamentação própria adaptada à realidade do panorama regional. Ponto final!

    Se temos os mesmos deveres do jornalista e do jornalismo nacional, não deveríamos ter os mesmos direitos?

    O problema começa agora a ser vislumbrado. Se temos os mesmos deveres do jornalista e do jornalismo nacional, não deveríamos ter os mesmos direitos? É a velha situação, de que uns são filhos da mãe e outros são filhos da “Maria da Conceição”, para não dizer algo pior. Mas tem algum cabimento pagarmos os mesmos impostos, estarmos sujeitos às regras de conduta do jornalista? Sermos auditados pelos mesmos institutos, sermos sancionados pelos mesmos artigos de lei e termos uma diferença tão grande nos apoios existentes, comparativamente ao jornalismo nacional? O fosso é enorme. Aliás, nem comparação tem. A imprensa regional, em termos de apoio, resume-se ao porte pago (apoio no envio dos jornais via correio) e mesmo esse apoio queriam cortar.

    Nunca tivemos uma agenda política bem definida que se propusesse estudar as necessidades deste setor em particular, e legislar no sentido de dar melhores condições à imprensa regional. É urgente uma agenda política para duas áreas importantíssimas. Construir um verdadeiro regulamento para o jornalista e para o jornalismo regional. São duas áreas diferentes, que se complementam.

    O governo anterior começou este trabalho, apresentando algumas propostas, insuficientes, mas mesmo assim foi um começo. Este novo governo herdou o dossier iniciado e espera-se que o desenvolva, que vá mais longe, que quebre barreiras, preconceitos e lóbis há muito instalados. Será que vai existir coragem para isso? Tenho as minhas dúvidas, mas cá estarei para ver.

    É necessário entender que o jornalismo regional é um serviço público. É o serviço público informativo que mais chega às pessoas. Todos os órgãos regionais juntos alcançam os 100% das pessoas que consomem informação. Aliás, se quisermos ser mais rigorosos, apenas 23% dos órgãos regionais alcançam os 100% da população portuguesa. A RTP, onde o estado mete centenas de milhões de euros anualmente, através de dotações diretas e das nossas taxas do audiovisual, tem um share de pouco mais de 10%. Para a RTP são milhões, para o regional são zero. E esta, hein? Já dizia o meu conterrâneo, Fernando Pessa.

    Aliás, se quisermos ser mais rigorosos, apenas 23% dos órgãos regionais alcançam os 100% da população portuguesa

    Claro que este exemplo da RTP é um caso entre muitos. Temos quase todos os grupos de comunicação nacionais a receberem milhões do estado. Seja em dotações diretas, apoios a produtos (como o caso do apoio direto às assinaturas mensais exclusivas aos nacionais), à contratação de publicidade a custar milhões ou à compra de “espaço de propaganda” com fins muito pouco éticos.

    Não bastasse a ausência de apoios ao setor regional, a ausência de um regulamento que defina o papel do jornalismo e do jornalista de proximidade. É objetivo do regulador, nalgumas propostas em estudo, saídas do anterior governo, forçar o jornalismo regional a equiparem-se em tudo ao jornalismo nacional. Mas sem a parte dos apoios, pois claro. Ou seja, e dando apenas um exemplo entre muitos que estão em estudo, querem redações com jornalistas credenciados, a ganharem ordenados incomportáveis para a nossa dimensão. Para alguns jornais, propõem também uma espécie de subsidiodependência dependente das câmaras municipais (que não veem com bons olhos esta medida). E reparem no uso da expressão “para alguns jornais”. E quem são esses jornais? São simplesmente órgãos de comunicação indicados pelas duas de três associações de imprensa existentes em Portugal.

    Com a aprovação das novas diretivas para a imprensa regional, os órgãos são forçados a adaptarem-se ou a encerrarem. Quem está na listagem de ouro, vai sobrevivendo com a subsidiodependência, quem não está, fecha portas. Não consegue cumprir os novos requisitos e torna-se financeiramente inviável.

    Mesmo quem seja jornal de ouro (listagem dos escolhidos), vai rapidamente perceber que o dinheiro não é tudo e que não paga a perca da essência jornalística regional.

    Desta forma, limpam-se mais umas centenas de órgãos de comunicação regionais do mapa (em 2022 contavam-se 1723 e agora somos apenas 856). E quem fica vai ficar tão amarradinho ao dinheiro vindo do poder local que vai deixar de fazer jornalismo e vai passar a fazer é mais propaganda. E daqui a 5, 10 anos, ajustam-se de novo as regras, para excluir aqueles que de alguma forma conseguiram furar o esquema ardiloso do governo, para controlar e manietar o jornalismo regional. Não é preciso ir a Coimbra tirar um curso de economia para perceber para onde estamos a ir. Mais regras à atividade jornalística regional versus menos apoios ou apoios insuficientes, só pode ser igual ao fim de um setor independente.

    A ser realidade este exercício de futurologia que estou a fazer, vai ser o regresso das rádios piratas, dos jornais ilegais e da informação sancionada.

    Mesmo quem seja jornal de ouro (listagem dos escolhidos), vai rapidamente perceber que o dinheiro não é tudo e que não paga a perca da essência jornalística regional.

    A ser realidade este exercício de futurologia que estou a fazer, vai ser o regresso das rádios piratas, dos jornais ilegais e da informação sancionada.

    Deixo à vossa imaginação as consequências nefastas que podem advir desta estratégia governamental e se recordam algures no passado algumas semelhanças com outras realidades. É caso para dizer, já vi este filme algures.

    Neste momento urge fazerem-se duas questões:

    Porque é que em 50 anos nada mudou e o que mudou foi para pior, no jornalismo regional?

    Como se combate esta estratégia que visa afundar este setor?

    Nas próximas semanas irei responder a estas duas questões, e a mais algumas, com a devida isenção e profundidade, para que possam refletir e interiorizar que o jornalismo regional em Portugal está doente e entregue a médicos sem formação, que vão acabar por matar o doente, ou no mínimo deixá-lo num estado comatoso.

    No entanto, se quiserem ver os meus outros artigos, cliquem neste link.

    O nosso legado é o nosso maior presente para os vindouros. Um dia a história vai julgar-nos a todos. Ninguém escapa a esse julgamento!

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